segunda-feira, 23 de outubro de 2017

RELAÇÃO DOS ENGENHOS E SEUS PROPRIETÁRIOS NO VALE DO CEARÁ-MIRIM EM 1885



         Segundo publicado no Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro em 1885 estes eram os engenhos que haviam no vale do rio Ceará-Mirim naquele período.Eles foram classificados em movidos a tração animal, engenhos de açúcar e a vapor.Foram relacionados os nomes do proprietário e o respectivo engenho.

Engenhos a tração animal 
Proprietário
Engenho
Alexandre R. Santiago
Boa Vista
Braz Carrilho do Rego Barros
Engenho do Meio
Estevam Silvestre da Costa
Nascença
Eugenio José Perez
Nova Ilha Grande
Euquerio José Perez
Olho d’Água
Felismino do Rego Dantas e irmão
Ilha Grande
Heráclio de A. Vilar
Floresta
Inácio F. de Gois
Barra
João Batista de Souza Menino
Santa Maria
João F. de Magalhães
Santo Antonio
José Leonardo Dantas Soares
Rio Novo
José Ribeiro Dantas Sobrinho
Timbó
José S. Fernandes Barros
Rio Azul
Manoel Antônio de Miranda
Santa Rita
Manoel Guedes da Fonseca
Pedregulho
Manoel Nicacio Barbosa
Massagana
Olinto José Meira
Jericó
Vicente I. Pereira
Trigueiro
Total
18
Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 770.


Engenhos de açúcar

Proprietário
Engenho
Andrade José da Fonseca e Silva
Riacho
Ângelo V. Santiago
Maxaranguape
Carlos Manoel J. Nogueira
Limoeiro
Francisco de Albuquerque M. Lacerda
Santa Maria
Francisco Goes e Vasconcelos Borba
Linda Flor
Francisco Ferreira Nobre
Mangabeira
Francisco Inocêncio da Silva
Riachão
Guilherme da Rocha
Carnaubinha
João da Fonseca Silva Sobrinho
São João
João José da Silva
Cocorote
Joaquim Teixeira da Costa
Mangueira
Joaquim Varela Buriti
Dois irmãos
João Ernesto de Carvalho
Pau Ferro
José da Fonseca Silva
Novo Riacho
José Ferreira da Costa
Poços
José Francisco Pieira
Santa Maria

Onofre José Soares
Conceição da Mata
Bela Aurora
Tapera
Pedro da Costa Gomes

Boa Vista
Manoel Varela Santiago
Recreio
Martinho Paraquanha
São José
Miguel da Costa Gomes
Maceió
Miguel Honório da Câmara
São Sebastião
Miguel José Labóra
Rosário
Total
26

Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 770-71.

Engenhos a vapor
Proprietário
Engenho
Antônio de Oliveira Antunes [padre]
Imburana
Ana Pereira Sobral
Laranjeiras
Baronesa do Ceará-Mirim
São Francisco
Carlos A. Carrilho de Vasconcelos
Carnaubal
Família Furtado Mendonça Menezes
União
Felipe Bezerra C. Rocha
Cajazeiras
Francisco Xavier Pereira Sobral
Paraiso
João Xavier Pereira Sobral
Espirito Santo
Joaquim I. Pereira
Torre
Jeronimo C. Raposo da Câmara
Triunfo
José Antunes de Oliveira
Outeiro
José Felix da Silveira Varela
Ilha-Bela
José Ribeiro Dantas Sobrinho
São Pedro
Maria de C. Barroca e filhos
Verde Nasce
Miguel Ribeiro Dantas
Diamante
Samuel Bolsham
Cruzeiro
Vicente Inácio Pereira
Guaporé
Total
17

Fonte: Almanaque Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1885, p. 771.

Síntese
Tipo
Quantidade
Engenhos a tração animal
18
Engenhos de açúcar
26
Engenhos a vapor
17
Total
61


Sobre o vale do Ceará-Mirim
            O vale era considerado por sua espantosa fertilidade uma das maravilhas da então província do Rio Grande do Norte, digno de ser contemplado num majestoso panorama de extensíssima e incomparável verdura oferecida a vista do observador, era também digno da atenção protetora dos governantes por sua constante produção.
            Segundo o Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro o vale se estendia sobre 4 léguas de comprimento no sentido Leste-Oeste e sobre 1 légua e meia no sentido Norte-Sul e estava quase todo ocupado sem interrupções por imensas plantações de cana-de-açúcar[1].
            Das primeiras horas da manhã até a tarde o vale era digno de ser apreciado do topo de qualquer ponto elevado das belas colinas que o circundava.  Havia, no entanto, três pontos onde o observado poderia fartar a vista contemplando o vale, eram eles os Engenho Ilha Bela, Bica e o Jericó.
              A produção no vale foi estimada em   6 mil e 10 mil sacos de açúcar anualmente [2].
            As casas dos engenhos eram no geral bem edificadas, cômodas, espaçosas, sendo alguma até providas de água encanada que era obtida por meio de elevadores de moinho de vento americanos automáticos. As casas dos engenhos eram geralmente edificadas sobre uma suave colina levemente inclinada ao longo do vale.



[1] 1 légua equivale a 6 km, assim o vale media segundo o referido almanaque 19,31 km de comprimento por 9 km de largura.

[2] A época cada saco variava de 75 kg ou 5 arrobas.

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