quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O aldeamento jesuíta em Estremoz


           As terras da região de Estremoz foram doadas aos padres da Companhia de Jesus em 1607 onde os mesmos criaram o aldeamento de São Miguel do Guajiru. A aldeia indígena Estremoz (Guajiru) foi notificada já em 1641, por um emissário holandês que viajava pela capitania do Rio Grande.    
            Nesse período houve desavenças entre os administradores coloniais e os missionários da Companhia de Jesus ali estabelecidos. O padre João de Gouveia era acusado pelos colonos de amotinar os índios.
         Apesar de haver testemunhos da existência do aldeamento desde 1641, ela só foi registrada no catálogo da Companhia de Jesus em 1683, o que muito provavelmente determina que a mesma pertencia ao movimento operado em 1678 para que os Jesuítas retomassem algumas aldeias de Índios.
       A finalidade dos aldeamentos jesuítas eram de catequizar os índios fazendo-os converterem-se a fé católica com a intenção de que estes pudessem viver em paz com os brancos.
            Na aldeia Guajiru foram construídos um hospício (a época tinha a função de hospital) e uma cadeia. Havia o pelourinho junto ao Cruzeiro na esplanada da enorme praça que havia na povoação. O pelourinho era o símbolo da autoridade e da justiça do Reino português.
         A freguesia foi criada cujos padroeiros eram São Miguel e Nossa Senhora dos Prazeres. Além da igreja, os jesuítas ergueram também um convento anexo a igreja onde residiam.
        Segundo Câmara Cascudo era a mais bela igreja do período colonial do Rio Grande do Norte. É atribuída ao padre Gaspar de Sampers, arquiteto que projetou a Fortaleza dos Reis Magos em Natal, a construção da igreja de Estremoz.
         A aldeia foi denominada inicialmente de São Miguel do Guajirú, gentilico que cmbinava a lingua dos índios da língua geral e Paiacus, com a invocação de São Miguel, dada pelos missionários Jesuítas.           
     O Vigário padre Antônio de Souza Magalhães, era o diretor da missão,  auxliado por Antonio de Barros Passos e mestre Antônio de Barros Passos.
        No final do século XVIII, a paz e a fartura reinavam na aldeia de São Miguel do Guajiru e seus habitantes, os índios Tupis e Paiacu, mantinham um bom relacionamento com o trabalho catequético desenvolvido pelos padres jesuítas. 
       Quando os jesuítas foram expulsos pela ordem do marquês de Pombal deixaram na aldeia 1.429 pessoas, ampla fartura de gado e víveres, e a mais linda igreja da capitania.A presença dos jesuítas durou até 03/09/1759 quando por força de um alvará real os jesuítas foram expulsos do local. Terminando assim esse primeiro período da história de Estremoz.
       A antiga missão jesuitica em Estremoz foi transformada em vila instalada em 03/05/1763.



                A planta tipica de uma missão jesuitica nos dá a ideia de como seria a aldeia do Guajiru em Extremoz.


        Nas missões jesuíticas os padres se dedicavam a catequizar os índios ensinando-lhes a doutrina católica, também faziam trabalhos manuais de vários tipos.Para se adequar a cultura dos índios, os padres da Companhia de Jesus compilaram a gramatica tupi.

Antiga igreja de Estremoz

Cruzeiro e pelourinho que havia na praça em frente a antiga igreja de Estremoz


Ruínas da antiga igreja de Estremoz.


PS. Estremoz no Rio Grande do Norte deve ser grafada com S e não com X como atualmente se verifica na atual cidade, ocorre pois, que por ter recebido esse nome em homenagem a vila de Estremoz em Portugal a mesma deve ser grafada tal e qual.


Um comentário:

  1. Bom dia, tudo bom? O senhor possui mais informações a respeito do Padre João de Gouveia?

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