segunda-feira, 30 de outubro de 2017

NOTAS SOBRE A EFCRN

Sobre a inauguração
            A comitiva presidencial saiu de Natal as 8h da manhã embarcando no trem da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Na parada de Extremoz, o diretor da comissão construtora, o engenheiro Carneiro da Rocha, fez um breve discurso saudando o presidente Afonso Pena.
            O presidente declarou que estava inaugurada a primeira seção da estrada até Ceará-Mirim. A comitiva chegou a Ceará-Mirim as 10h30, na residência do juiz de direito da foi servido um almoço aos membros da comitiva. Realizou-se na praça da matriz uma vaquejada. A comitiva regressou a Natal as 15h.
Fonte: JORNAL DO BRASIL, 1906, p. 3.

Isenção para a ponte do Umari
            Foi solicitado pelo ministério da fazenda ao inspetor da alfandega de Pernambuco para que fosse despachada livre de impostos uma ponte de 150 metros composta por cinco vãos destinada a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO (RJ), 1908, p.2.

A EFCRN até 1914
            Nos 56 km em trafego da EFCRN foi construído naquele ano de 1910 um depósito de carros em Ceará-Mirim, iniciado o edifício das oficinas em Natal na margem direita do rio Potengi. No trecho foram substituídas as rampas de 2, 5m e os raios mínimos das curvas de 100 para 150m, que exigiu levantamento de 9. 840 metros de trilho e novos estudo além do km 60 a parti de Taipu, nesse trecho estavam sendo feitos o movimento de terra.
            A ponte sobre o rio Ceará-Mirim de cinco vãos de 50 metros, viga metálica continua, tem as alvenarias concluídas e iniciada a montagem, que ficará terminada em agosto deste ano.
            Com a conclusão da ponte poderia ser entregue os 60 km da EFCRN.
            A EFCRN até 1914 tinha 100 km, sendo que 89 estavam em construção e 71km com estudos aprovados.
Fonte: A IMPRENSA, 1910, p. 4.

Ponte de atracação
            Concluída a ponte provisória de atracação na estação da Coroa começou o serviço de passagem no rebocador Ceará-Mirim conforme o horário:
            Segunda, quarta e sexta partida de Natal as 8h10 da manhã, terça, quinta e sábado partida de Natal as 15h10.a volta sempre era 10 minutos após a chegada ou partida dos trens. A passagem custava 100 réis, sendo as malas de mãos isentas de pagamento.
Fonte: JORNAL DO COMMERCIO (RJ), 1907, p. 4.

Ramal de Macau
            Foi iniciado em 1914 a construção do trecho de Epitácio Pessoa  [atual Pedro Avelino]  a Macau num percurso de 60 km. Esse trecho não exigia grandes obras de artes, a não uma pequena ponte sobre o rio Amargoso. O trecho não chegou a ser inaugurado , mas durante algum tempo correram trens de lastro.
Fonte: Revista EXCELSIOR,  1929, p. 69.
Extensão do trafego
            A extensão de trafego que em 1913 era de 119,558 km foi acrescida em 24, 750 km em 1914 o qual elevou a 44,308 km o total em trafego da EFCRN.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1915, p. 4
Em 1920
            Até 1920 a EFCR tinha 147,842 km na linha tronco entre Natal e Lajes, sendo o movimento de trem considerado perfeito pela própria companhia arrendatária.

Déficit da EFCRN
            1927 a EFCRN havia aprestado grande déficit, no ano seguinte “segundo cálculos autorizados a diminuição da receita dessa via de transporte será ainda maior”, conforme era noticiado no jornal Diário Nacional.
Fonte: A DEMOCRACIA EM MARCHA, 1928, p. 5.
            Em 1927 achava -se suspenso o trecho já arrendado de 44 km entre Lajes e Caicó que teria um total de 150km, também a linha de contorno em Natal com 5,156 km destinada a ligar a nova estação a esplanada Silva Jardim.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1929, 7.

Receita da EFCRN em 1930
            O demonstrativo financeiro da EFCRGN revelou o seguinte dado: Receita 1.024: 828$690; Despesas 1.198:183$142.
Fonte: CORREIO PAULISTANO, 1930, p.7.
Receita da EFCRN em 1936
            Em 1936 esse foi o movimento financeiro da EFCRN: Receita 1.528: 529$600 e despesa de 1.507: 469$400 acusando assim um superávit de 21:060$200.
Fonte:  JORNAL DO COMMERCIO: Retrospecto Comercial (RJ) 1937, p. 220.

Novo déficit
            Um novo déficit foi registrado na EFCRN em 1946 cuja a receita foi de  Cr$ 9. 000, 000, 00 para uma despesa de Cr$ 14.000, 000, 00
Fonte: VAMOS LÊR, 1946, p. 67
             A justificativa para esse déficit era que a estrada de ferro servia a região de pequena produção e baixa densidade econômica que não admitia fretes elevados.

A ferrovia que nunca chegou a Assú
            Uma comissão formada pelos representantes da Associação Comercial de Assu entregaram ao ministro da viação uma representação dos comerciantes daquela cidade para que o presidente da república autorizasse a extensão da linha da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte até Assú.
Fonte: A IMPRENSA, 1911, p. 13.


            Assú não estava incluída no projeto original da EFCRN, estranhamente posi era uma das cidades mais pujantes da região central do estado em franco desenvolvimento econômico, mas assim como Caicó, que estava prevista para receber a estação final da EFCRN, estas cidades jamais viram os trilhos chegar em seus respectivos territórios.

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