Cada
vez estudamos mais coisas descobrimos sobre a memória ferroviária do Rio Grande
do Norte.Desta vez descobrimos a história da estação São Sebastião, atual Padre
João Maria no Carrasco, na capital potiguar.
Segundo
o jornal A Ordem o diretor da EFSC, João Galvão de Medeiros, havia autorizado a
construção da estação do km 4, no Carrasco destinada aos trens suburbano e
dentro de poucos dias deveriam entrar em circulação os referidos trens
automotrizes movidos a álcool anidro.(A ORDEM, 01/06/1951,p.1).Era um grande melhoramento para
ao trafego da EFSC no trecho entre Natal e Nova Cruz segundo o referido jornal.Os
trens fariam viagens pela manhã, ao meio dia e a tarde, entre a Ribeira e o
Carrasco, cobrando-se preço popular.Durante o percurso haveria diversas paradas
a fim de melhor atender aos passageiros.(A ORDEM, 04/07/1951, p.1).
A
população residente no km 5, no Carrasco, pediram que a parada final fosse ali
e não no km 4, devido neste haver serviço de ônibus e naquele não, além de
atender aos numerosos habitantes daquele
trecho.A parada no km 5 facilitaria a comunicação com o Abrigo do Bom Pastor.
Já
em 1951 o jornal A Ordem publicava que “é oportuno anunciar que já foi concluída
a pequena estação do bairro do Carrasco, (São Sebastião para uns, agora Dix
Sept Rosado) devendo brevemente ser iniciado o serviço de trens suburbanos”. (A
ORDEM, 19/01/1952, p.1, parêntese do original).
Batizada com o nome de São Sebastião
Os
habitantes do Carrasco dirigiram então ao engenheiro João Galvão de Medeiros,
diretor da EFSC, um memorial solicitando que fosse denominada “são Sebastião” a
parada construída no km 4 da linha Natal –Nova Cruz.Nada, que era conforme o
jornal A Ordem uma justa pretensão dos habitantes daquele populoso bairro.( A
ORDEM, 10/05/1952, p.4). O engenheiro João Galvão atendeu a solicitação e por
despacho denominou “são Sebastião” àquela parada de trens.A denominação era uma
homenagem ao padroeiro da localidade cuja a paróquia foi criada em 20/01/1949
na Baixa da Beleza ( av Cel Estevam ou Av. 9).
A parada São Sebastião foi construída para
ser o ponto terminal dos trens suburbanos no trecho entre Natal e Nova Cruz da
EFSC. O serviço beneficiaria principalmente a população operária das Quintas,
Alecrim e imediações.
Em 1955 a estação São Sebastião mudou
de nome para Padre João Maria conforme indicava o jornal O Poti “a estação de São
Sebastião no antigo bairro do Carrasco passará a chamar-se de agora em diante
Padre João Maria” (O POTI, 30/11/1955, p.12).
A
nova designação já havia sido aprovada pelo Departamento Nacional de Estradas
de Ferro tendo sido sugerida pelo diretor da Estrada de Ferro Sampaio Correia o
engenheiro Edilson Fonseca em homenagem a data do cinquentenário da morte do
virtuoso sacerdote de Natal.
Ainda segundo o mesmo jornal a mudança
de nome teve em vista evitar a duplicidade de nomes de estações ferroviárias e
a nova denominação mereceu aprovação do Conselho Nacional de Geografia e Estatísticas,
atual IBGE.
Trem suburbano
Os trens suburbanos da capital idealizados
pela EFSC conduziriam os trabalhadores dos subúrbios à Cidade Alta e Ribeira.
O
engenheiro João Galvão de Medeiros, diretor da EFSC, havia comunicado a
imprensa que acabava de receber do Departamento Nacional de Estradas de Ferro a
comunicação de foram reservadas 3 locomotivas compradas pelo governo federal na
França.
Essas
locomotivas eram movidas a lenha e eram bastante possantes dizia o jornal a ordem.
O jornal ainda dizia que os armazéns da Esplanada Silva Jardim estavam sendo
aumentados para receber as referidas locomotivas.
Em
1952 a EFSC aguardava somente a chegada dos motores “Saurer” destinados as
automotrizes que fariam o serviço de trens suburbanos e que dependiam da adaptação
desses motores nas automotrizes.O engenheiro João Galvão de Medeiros havia dito
ao jornal a Ordem que estava tudo organizado para esse serviço.
Os trens suburbanos, muito embora já
estivesse concluída uma das paradas, ainda não foram postos em circulação
porque, para melhores resultados, era preferível aguardar a chegada de dois
motores que consumiam óleo diesel, que já haviam sido embarcados para Natal, o
que seriam utilizados para aquele serviço ao invés das maquinas já existentes
queimando álcool anidro.
Haveria 3 paradas intermediárias, sendo
uma no km 3, uma outra na Tração e a terceira no Oitizeiro.Os pontos terminais
seriam a estação da Ribeira e a parada
do km 4, no Carrasco.
A população do bairro Gov. Dix Sept
Rosado (antigo Carrasco) enviou um memorial ao engenheiro João Galvão de
Medeiros em que solicitava ser batizada a parada daquele bairro com o nome do
Padroeiro que invocavam São Sebastião.
As viagens de 4 km seriam feitas em 10
minutos aproximadamente, e seriam realizadas todos os dias, inclusive aos
domingos.Quanto ao numero de viagens por dia, nada estava resolvido em
definitivo.Os operários viajariam em confortáveis automotrizes com capacidade
para 48 passageiros assentados,e cuja a lotação completa seria de 70
passageiros.Possivelmente no mês de abril os operários teriam esse serviço “tão justa e ansiosamente
aguardado”.( a ordem, 29/02/1952, p.4).
A estação Padre João Maria
Nenhum comentário:
Postar um comentário