Sim, em tempos idos foi-se cogitada a criação do município da
Redinha, idílica praia de veraneio situada a margem esquerda do rio Potengi na
Zona norte de Natal.
Segundo
se lia no jornal Diário de Natal em 25/04/1962 ainda não havia sido apresentado
na Assembleia Estadual (atual Assembleia Legislativa) o projeto que criaria o município
da Redinha desmembrado de Natal. Tal proposição, de acordo com o que apurou o
jornal seria discutido na Assembleia naquele dia.
Enquanto deputados da situação promoviam démarches para que
o projeto fosse convertido em lei, vereadores de quase todos os partidos, na
Câmara Municipal, se articulavam para negar a aprovação ao pedido a ser feito a
Câmara municipal do Natal, para que a Redinha fosse elevada a município.
Conforme determinava a Constituição do estado a época, a
Assembleia para criar novos municípios teria que ouvir as Câmaras dos Municipios
onde se pretendia desmembrar.
Assim, no caso da criação do município da Redinha, deveria o
presidente da Assembleia solicitar permissão ao legislativo da cidade de Natal,
em obediência ao preceito constitucional.
Na Câmara Municipal de Natal, o vereador Erico Hackadt
abordou o caso da elevação do Distrito da Redinha a município.
A principio,
ele lembrou que a opinião pública estava sentindo que a avalanche de projetos
criando municípios no Estado, nada mais era do proposições políticas, daí apelar
para os seus colegas de legislativo no sentido de apreciarem a matéria quando
fosse enviada a Câmara com o maior cuidado e rigor, dizia o referido jornal.
Foi
frisado que deveriam todos fazer um meticuloso estudo para se inteirar se
realmente a Redinha já apresentava condições de se emancipar
administrativamente.
Foi lembrado que em criações anteriores o Legislativo Estadual
aprovara projetos concedendo autonomia a municípios que em absoluto não
preenchiam os requisitos necessários.
Terminou
dizendo que a Câmara Municipal de (do) Natal não se pronunciaria a favor da
pretensão apenas para satisfazer pedidos políticos. ”Se a Redinha merecer passar
a município, disse o vereador Erico Hackadt, terá o nosso beneplácito. Do
contrário nós o negaremos”. (DIÁRIO DE NATAL, 25/04/1962, p.6).
O projeto
da criação do município da Redinha foi apresentado pelo deputado estadual
Jocelyn Vilar (processo nº 237/58).
No entanto
o governador Dinarte Mariz havia vetado o projeto em 07/02/1959 por
considerá-lo contrario ao interesse público. Sua transformação em lei somente
traria aumento de despesa com a sua regular instalação, o que não era
conveniente no momento, em razão da situação financeira do Estado (DIÁRIO DE
NATAL, 17/02/1959, p.4).
De fato naquela época ocorreu uma enxurrada de projetos na
Assembleia Legislativa de criação de novos municípios, só em 1962 foram 14
projetos apresentados.
Talvez, quem sabe, quiçá, outrossim, se não tivessem sido apresentados
tantos e tantos projetos de criação de municípios sem condições de serem tais,
a Redinha tivesse se emancipado e boa parte da Zona Norte de Natal seria município
autônomo.Só pra constar a Zona Norte de Natal tem atualmente mais de 300 mil
habitantes segundo os dados do IBGE.
Cumpre lembrar que o projeto de desmembramento do distrito da
Redinha ocorreu no mesmo período do de Parnamirim, sendo que este logrou êxito,
aquele não e até hoje a Redinha continua como bairro de Natal.
A antiga e atual igreja da Redinha
A antiga e atual igreja da Redinha
Vista do rio Doce que margeia a Redinha
A igreja matriz da Redinha construída com pedras retirada da praia
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