O documento mais antigo que faz
referência a Nossa Senhora do Livramento em Taipu é a escritura de doação do
terreno para a construção da capela, nele consta os nomes do casal doador e o
tamanho do terreno destinado a constituir o patrimônio de Nossa Senhora:
No anno de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de
mil oitocentos e sessenta e um, aos vinte e sete dias do mez de outubro, nesta
villa do Ceará-Mirim [...] reuniram Bernardo José da Costa Gadelha e sua mulher
dona Maria Innácia do Carmo e disseram [...] serem senhores e doadores de um
lote de terras na Lagoa do Taipu do Meio na Picada do Ceará –Mirim [...] essa
terra se acha livre e doão d’ella cento e vinte cinco braças em quadro de terra
que servirão para patrimônio de Nossa Senhora do Livramento e para ereção de uma
capella ali pertencente a essa Senhora que será a posse da povoação do Taipu do
Meio. Esta doação só terá valor no caso de se edificar a capella de Nossa
Senhora do Livramento, e no caso disso não se realisar ficará de nenhum effeito
a presente doação e voltará a terra que doara para elles doadores ou para seus
herdeiros [...] (LT, p. 01) [1].
A devoção a Virgem Maria com o título
de Nossa Senhora do Livramento já devia existir de forma particular pelos
doadores do terreno, no entanto é aqui que se registra a primeira menção a este
titulo de Nossa Senhora.
Os doadores do terreno para a
construção da capela foram Bernardo Gadelha e a sua esposa Inácia do Carmo.
Foram doadas 125 braças de terras[2]
para constituir o patrimônio de Nossa Senhora do Livramento, a partir de então
foram tomadas as providencias para a construção do templo que ficaria definitivamente
pronto trinta anos depois, portanto em 1897.
Parecer favorável à construção da capela
Foi remetida a freguesia de Ceará
Mirim o parecer favorável do bispo e neste documento são dadas orientações a
serem tomadas para a ereção da capela, por exemplo, a benção da pedra
fundamental pelo padre da freguesia de Ceará Mirim, representando o bispo, que
por direito canônico, caberia a ele tal ofício. Eis a transcrição deste
documento:
Fazemos saber que nos enviaram a dizer os habitantes
da Picada do Ceará-Mirim, da Freguesia de Extremoz, que eles queriam erigir uma
capela por invocação de Nossa senhora do Livramento, em lugar decente, para que
já haviam constituído suficiente patrimônio, pedindo-Nos por fim da sua súplica
lhes concedêssemos licença para se erigir a dita Capela, e benzer a primeira
pedra [...]. E atendendo Nós a sua justa súplica, visto ser obra tão pia ao
serviço de Deus, e bem das almas, por Nós achamos legitimamente impedido para fazermos
pessoalmente esta função, que só a Nós pertence de Direito. Cometemos nossas
vezes ao Reverendíssimo Pároco da dita Freguesia, para que possa benzer a
primeira pedra [...] com as cruzes necessárias [...] e depois de ereta se
requererá a benção dela. Dada em visita na vila do Jardim sob o sinal de Nosso
Reverendíssimo Visitador aos 11 de novembro de 1861. Eu o padre Francisco Avelino
de Brito Dantas a escrevi [...] Vigário Visitador (LT, p. 64) [3].
Com o desenvolvimento econômico da
cidade e o seu crescimento urbano tem-se inicio um movimento pela emancipação
política da cidade, que ocorreu em 10 de março de 1891, em seguida era natural
a vontade da população que a cidade se tornasse paróquia.
A mobilização pela criação da
paróquia foi elaborada a partir de um abaixo assinado feito pela população e
consultado o então pároco de Ceará-Mirim, o padre Agnelo Fernandes, que ao
opinar sobre a procedência do pedido considerou justas as reivindicações
solicitadas naquele documento, que seria encaminhado ao bispo de Natal.
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