segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

MEMÓRIA FERROVIÁRIA DE TAIPU IV

O fator econômico

A economia da vila de Taipu estava baseada na época da chegada da estrada de ferro na criação de gado, também eram cultivados o algodão e cereais em grande escala.Quatro quilômetros adiante de Taipu, a linha atravessa o rio Ceará-mirim, onde se encontram terrenos planos e arenosos que no inverno são duma fertilidade propicia para a lavoura dos cereais, da mandioca e do algodão.
            No mapa a baixo do ano de 1927 pode-se visualizar o traçado da ferrovia que em seu projeto original previa a construção de dois ramais, um até Macau e o outro até Caicó, o primeiro só veio a ser concluído na década de 60, já o segundo nunca foi concretizado, os trilhos chagaram até São Rafael.

O traçado previsto pelos estudos da “Comissão de Obras Contra as Secas” tinha o objetivo de interligar diversas regiões produtivas do estado à cidade do Natal, que funcionaria como porto de escoamento da produção.

O fator humano


Além do fator econômico o aspecto humano também foi alvo de intervenções graças à implantação da via férrea. As mudanças estão relacionadas ao crescimento demográfico e emancipação de centralidades, como por exemplo, Taipu, que, apesar de se constituir município ainda no século XIX, veio a se sobressair através do dinamismo imposto pela Central. Dois fatores relevantes e que merecem ser mencionados neste processo de expansão econômica e social nas cidades beneficiadas pelos trilhos da EFCRN, na qual se inclui Taipu foram no dizer de Silva (p.84):
O transporte de passageiros, que aumentou paulatinamente de acordo com a expansão física da estrada, gerando assim a disponibilidade de potencial humano, especialmente no tocante à mão-de-obra e às ações contra a seca, a partir do emprego de mão-de-obra flagelada em seu prolongamento e através do transporte de víveres e material para as obras contra o flagelo.

Assim, baseando-se nas vantagens econômicas e humanas proporcionadas pela formação de uma rede urbana, é possível afirmar que a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte gerou uma melhora significativa no grau de desenvolvimento urbano das cidades abrangidas por ela, como foi o caso de Taipu e posteriormente seu distrito de Baixa Verde, que recebeu os trilhos da ferrovia em 1910 e que veio a se emancipar de Taipu em 1928 graças ao impulso econômico causado pela cultura do algodão e do agave transportados pelos trilhos da ferrovia.

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