O jornal católico A Ordem foi um dos principais alvos do movimento sem futuro comunista que invadiram e se apossaram da sede do periódico católico transformando-o em sede da propaganda comunista do movimento seboso. O jornal voltou a circular depois de uma semana de interrupção, motivada pela ocupação que os extremistas fizeram, de 24 a 27/11/1935 das suas oficinas.
Os comunistas tiveram a ousadia (e disparate) de transformar
a sede do jornal A Ordem em órgão da “Aliança Nacional Libertadora” ( nome
fofinho que se travestiu o Comunismo no Brasil para enganar os bestas),
pretendendo humilhar a população católica do Estado do Rio Grande do Norte, que
viu o seu jornal transformado, de momento para outro, em centro de irradiação
vermelha.
A tipografia e as máquinas que sempre foram usadas em defesa
de Jeus Cristo e de sua Igreja passaram a ser cinicamente empregado, pelos
agentes de Moscou, em propagandas do Anticristo e da lepra marxista, contra os
quais sempre esteve apostas as baterias do referido jornal.
Os invasores queimaram a edição do domingo que trazia o
Evangelho de São Mateus ( 24, 15-35) referente aos “falsos profetas que fariam
prodígios e coisas espantosas, a ponto de seduzirem os próprios escolhidos”. “falsos
profetas” sim, porque veem anunciando um paraíso irreal, na terra, para os
operários e o pequenos.
Eles, segundo o mesmo Evangelho, fazem efetivamente, nos
primeiros instantes de domínio, “prodígios e coisas espantosas”, distribuindo
com os proletários custosas iguarias, vinhos caros, cédulas e moedas de valor.
Mas depois...Depois é descoberto o embuste e as máscaras dos
hipócritas veem ao chão.
Pobres dos operários que se deixaram iludir, eles que são os
“escolhidos”, os prediletos de Deus. O paraíso terrestre prometido se esvaiu em
fumaça. Adeus tranquilidade. Adeus pão, adeus terra. Adeus liberdade.
Termina o mesmo Evangelho com estas palavras: “O céu e a
terra passarão, mas não hão de passar as minhas palavras”. Acastelados em
promessa tão incisiva, os membros da Ação Católica[1], nada tinha que temer e
para frente marcharam, pelejando por restaurar tudo em Cristo (Restaurare omnia
in Crristus).
Como
se deu a ocupação da sede do jornal A Ordem
A
ocupação da sede do jornal A Ordem pelos rebeldes comunistas ocorreu as 05h00
da manhã de 24/11/1935, sendo conduzidos os operários das oficinas para o
quartel do 21º B.C juntamente com o chefe do serviço de revisão.
Os pestilentos comunistas mudaram os dísticos e emblemas das
placas que constavam na fachada do prédio para “Tipografia da Aliança
Libertadora” com a “foice e o martelo” símbolos característicos do Comunismo,
os rebeldes fizeram funcionar as máquinas, publicando centenas de milhares de
boletins extremistas, que foram espalhados por toda a cidade de Natal e
interior.
Interior da tipografia do jornal A Ordem transformada em "Tipografia Libertadora" pelos marmotentos comunistas. Foto: Revista da Semana,07/12/1935,p.19. |
Fracassando o movimento, na madrugada de 27/11/1935,
abandonaram as oficinas do jornal, deixando o triste sinal de sua passagem.
A
fuga dos marmotentos comunistas
Com a fuga dos extremistas (e marmotentos) comunistas, o
jornal A Ordem voltou a circular com a costumeira atividade, não podendo, porém,
ter feito circular imediatamente, pela anarquia (entenda-se: destruição) que os
funcionários do jornal encontraram no interior da sede.
Logo pela manhã do dia 27/11/1935 a tipografia do jornal fez
circular um boletim que anunciava a vitória da legalidade e da ordem, o qual
foi distribuído de avião, na Capital e no interior do Estado, pelos tenentes do
21º B.C, Severino de Oliveira Mendes e Manoel de Castro (grandes heróis, talvez
nem souberam o bem que fizeram ao povo de bem do Rio Grande do Norte).
Eis a seguir o teor do boletim que foi levado a conhecimento
ao povo potiguar pela Tipografia do jornal A Ordem:
AO POVO
Comunica-se
com satisfação ao povo que a Cidade já está em poder das forças legais. tendo o
Tte-coronel Pinto Soares assumido o comando do 21º B.C, com a fuga de todos os
chefes extremistas.
Aguarda-se a chegada do 22º B.C para normalizar
definitivamente a situação, podendo desde já o comércio abrir as suas portas.
A todos serão asseguradas as necessárias garantias para o
exercício normal das suas atividades honestas.
Viva a Legalidade!Viva a civilização cristã!
Natal, 27 de novembro de 1935.
Para se explicar ao público e aos assinantes o jornal A
Ordem fez circular outro boletim dando ciência de que voltaria a circular no
domingo, dia 01/12/1935, salientando que os motivos que levaram a interrupção
da circulação do jornal eram de todos conhecidos, quando desde o domingo, dia
23/11/1935, de madrugada, com o golpe dos comunistas, militares e civis,
aliados a outros elementos extremistas foi A Ordem ocupada por um grupo armado
a fuzil e que ali permaneceram até madrugada de 27/11/1935.Em virtude da
desordem em que ficaram as oficinas e de decomposição de todos os anúncios, os
funcionários precisariam dos dias restantes do mês de novembro para regularizar
os trabalhos internos.
Na edição de retorno do jornal A Ordem seria publicado
completa reportagem sobre os acontecimentos como também o mesmo jornal daria a sua palavra
desapaixonada (entenda-se: com sangue nos olhos de ódio) sobre os mesmos dentro
da orientação invariável que foi traçada pelo jornal.
O jornal de cara antecipava que condenava formalmente o golpe dos extremistas
marmotentos comunistas, sem esquecer que o “phenomeno” (em 1935 ainda se
escreviam palavras com ph no português) comunista era resultante de erros que
diariamente se combatia no mesmo jornal, dos quais participaram também os
defensores das chamadas “liberdades modernas”.
O erro era geral e só se salvaria quem ouvisse a palavra
sempre nova e eterna da Igreja de Jesus Cristo (literalmente Igreja
Católica) e concluía o boletim dando
vivas a Cristo Rei.
A
solidariedade da população ao jornal A Ordem
Desde a quarta-feira, dia 27/11/1935, pela manhã o jornal A
Ordem vinha recebendo confortadoras visitas de solidariedade da população
natalense, desde o homem do povo às mais altas autoridades do Estado. Homens,
senhoras, operários, militares, sacerdotes, crianças, todos foram pressurosos
ver o jornal, pois a Ordem era um jornal de todos e para todos os católicos,
lançando o seu protesto contra os expedientes dos comunistas.
Entres esses visitantes esteve o Interventor Federal Rafael
Fernandes, que foi acompanhado pelo secretário geral do Estado Aldo Fernandes e
do Mons. João da Mata, presidente da Assembleia Constituinte.
O
boletim da Caixa Rural e Operária de Natal
A
Caixa Rural e Operária de Natal[2] fez circular também pela
tipografia do jornal A Ordem um boletim cujo teor foi o seguinte:
“Temos
a satisfação de informar ao público que a CAIXA RURAL E OPERÁRIA DE NATAL nada
sofreu no levante comunista que infelicitou a cidade. O seu funcionamento,
porém, só poderá ter lugar quando o Banco do Brasil reabrir o seu
expediente. Natal, 28-11-1935.A diretoria: Ulisses C. de Goes, Miguel Ferreira
Neto, Felipe Neri de Andrade. O conselho fiscal: Pedro Augusto Silva, Sergio
Severo, Pedro Barbalho de Paiva”.
[1] O jornal A Ordem era um dos ramos da Ação Católica da então Diocese de Natal por meio da Congregação Mariana do Moços Católicos de Natal cujo Centro de Imprensa dessa organização era a mantenedora o referido jornal católico.
[2] A sede da Caixa Rural e Operária ficava no mesmo prédio do jornal A Ordem por ser uma organização da mesma Congregação dos Moços Católicos de Natal, portanto da Ação Católica de Natal.
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