terça-feira, 22 de junho de 2021

A INVASÃO DA TIPOGRAFIA DO JORNAL A ORDEM PELOS MARMOTENTOS COMUNISTAS

 

O jornal católico A Ordem foi um dos principais alvos do movimento sem futuro comunista que invadiram e se apossaram da sede do periódico católico transformando-o em sede da propaganda comunista do movimento seboso. O jornal voltou a circular depois de uma semana de interrupção, motivada pela ocupação que os extremistas fizeram, de 24 a 27/11/1935 das suas oficinas.

        Os comunistas tiveram a ousadia (e disparate) de transformar a sede do jornal A Ordem em órgão da “Aliança Nacional Libertadora” ( nome fofinho que se travestiu o Comunismo no Brasil para enganar os bestas), pretendendo humilhar a população católica do Estado do Rio Grande do Norte, que viu o seu jornal transformado, de momento para outro, em centro de irradiação vermelha.

        A tipografia e as máquinas que sempre foram usadas em defesa de Jeus Cristo e de sua Igreja passaram a ser cinicamente empregado, pelos agentes de Moscou, em propagandas do Anticristo e da lepra marxista, contra os quais sempre esteve apostas as baterias do referido jornal.

        Os invasores queimaram a edição do domingo que trazia o Evangelho de São Mateus ( 24, 15-35) referente aos “falsos profetas que fariam prodígios e coisas espantosas, a ponto de seduzirem os próprios escolhidos”. “falsos profetas” sim, porque veem anunciando um paraíso irreal, na terra, para os operários e o pequenos.

         Eles, segundo o mesmo Evangelho, fazem efetivamente, nos primeiros instantes de domínio, “prodígios e coisas espantosas”, distribuindo com os proletários custosas iguarias, vinhos caros, cédulas e moedas de valor.

         Mas depois...Depois é descoberto o embuste e as máscaras dos hipócritas veem ao chão.

         Pobres dos operários que se deixaram iludir, eles que são os “escolhidos”, os prediletos de Deus. O paraíso terrestre prometido se esvaiu em fumaça. Adeus tranquilidade. Adeus pão, adeus terra. Adeus liberdade.

         Termina o mesmo Evangelho com estas palavras: “O céu e a terra passarão, mas não hão de passar as minhas palavras”. Acastelados em promessa tão incisiva, os membros da Ação Católica[1], nada tinha que temer e para frente marcharam, pelejando por restaurar tudo em Cristo (Restaurare omnia in Crristus).

Como se deu a ocupação da sede do jornal A Ordem

A ocupação da sede do jornal A Ordem pelos rebeldes comunistas ocorreu as 05h00 da manhã de 24/11/1935, sendo conduzidos os operários das oficinas para o quartel do 21º B.C juntamente com o chefe do serviço de revisão.

         Os pestilentos comunistas mudaram os dísticos e emblemas das placas que constavam na fachada do prédio para “Tipografia da Aliança Libertadora” com a “foice e o martelo” símbolos característicos do Comunismo, os rebeldes fizeram funcionar as máquinas, publicando centenas de milhares de boletins extremistas, que foram espalhados por toda a cidade de Natal e interior.


Interior da tipografia do jornal A Ordem transformada em "Tipografia Libertadora" pelos marmotentos comunistas. Foto: Revista da Semana,07/12/1935,p.19.

     Fracassando o movimento, na madrugada de 27/11/1935, abandonaram as oficinas do jornal, deixando o triste sinal de sua passagem.

A fuga dos marmotentos comunistas

         Com a fuga dos extremistas (e marmotentos) comunistas, o jornal A Ordem voltou a circular com a costumeira atividade, não podendo, porém, ter feito circular imediatamente, pela anarquia (entenda-se: destruição) que os funcionários do jornal encontraram no interior da sede.

         Logo pela manhã do dia 27/11/1935 a tipografia do jornal fez circular um boletim que anunciava a vitória da legalidade e da ordem, o qual foi distribuído de avião, na Capital e no interior do Estado, pelos tenentes do 21º B.C, Severino de Oliveira Mendes e Manoel de Castro (grandes heróis, talvez nem souberam o bem que fizeram ao povo de bem do Rio Grande do Norte).

         Eis a seguir o teor do boletim que foi levado a conhecimento ao povo potiguar pela Tipografia do jornal A Ordem:

                                                    AO POVO

Comunica-se com satisfação ao povo que a Cidade já está em poder das forças legais. tendo o Tte-coronel Pinto Soares assumido o comando do 21º B.C, com a fuga de todos os chefes extremistas.

         Aguarda-se a chegada do 22º B.C para normalizar definitivamente a situação, podendo desde já o comércio abrir as suas portas.

         A todos serão asseguradas as necessárias garantias para o exercício normal das suas atividades honestas.

         Viva a Legalidade!Viva a civilização cristã!

         Natal, 27 de novembro de 1935.

         Para se explicar ao público e aos assinantes o jornal A Ordem fez circular outro boletim dando ciência de que voltaria a circular no domingo, dia 01/12/1935, salientando que os motivos que levaram a interrupção da circulação do jornal eram de todos conhecidos, quando desde o domingo, dia 23/11/1935, de madrugada, com o golpe dos comunistas, militares e civis, aliados a outros elementos extremistas foi A Ordem ocupada por um grupo armado a fuzil e que ali permaneceram até madrugada de 27/11/1935.Em virtude da desordem em que ficaram as oficinas e de decomposição de todos os anúncios, os funcionários precisariam dos dias restantes do mês de novembro para regularizar os trabalhos internos.

         Na edição de retorno do jornal A Ordem seria publicado completa reportagem sobre os acontecimentos como também  o mesmo jornal daria a sua palavra desapaixonada (entenda-se: com sangue nos olhos de ódio) sobre os mesmos dentro da orientação invariável que foi traçada pelo jornal.

         O jornal de cara antecipava que condenava  formalmente o golpe dos extremistas marmotentos comunistas, sem esquecer que o “phenomeno” (em 1935 ainda se escreviam palavras com ph no português) comunista era resultante de erros que diariamente se combatia no mesmo jornal, dos quais participaram também os defensores das chamadas “liberdades modernas”.

         O erro era geral e só se salvaria quem ouvisse a palavra sempre nova e eterna da Igreja de Jesus Cristo (literalmente Igreja Católica)  e concluía o boletim dando vivas a Cristo Rei.

A solidariedade da população ao jornal A Ordem

         Desde a quarta-feira, dia 27/11/1935, pela manhã o jornal A Ordem vinha recebendo confortadoras visitas de solidariedade da população natalense, desde o homem do povo às mais altas autoridades do Estado. Homens, senhoras, operários, militares, sacerdotes, crianças, todos foram pressurosos ver o jornal, pois a Ordem era um jornal de todos e para todos os católicos, lançando o seu protesto contra os expedientes dos comunistas.

     Entres esses visitantes esteve o Interventor Federal Rafael Fernandes, que foi acompanhado pelo secretário geral do Estado Aldo Fernandes e do Mons. João da Mata, presidente da Assembleia Constituinte.

O boletim da Caixa Rural e Operária de Natal

A Caixa Rural e Operária de Natal[2] fez circular também pela tipografia do jornal A Ordem um boletim cujo teor foi o seguinte:

“Temos a satisfação de informar ao público que a CAIXA RURAL E OPERÁRIA DE NATAL nada sofreu no levante comunista que infelicitou a cidade. O seu funcionamento, porém, só poderá ter lugar quando o Banco do Brasil reabrir o seu expediente. Natal, 28-11-1935.A diretoria: Ulisses C. de Goes, Miguel Ferreira Neto, Felipe Neri de Andrade. O conselho fiscal: Pedro Augusto Silva, Sergio Severo, Pedro Barbalho de Paiva”.



[1] O jornal A Ordem era um dos ramos da Ação Católica da então Diocese de Natal por meio da Congregação Mariana do Moços Católicos de Natal cujo Centro de Imprensa dessa organização era a mantenedora o referido jornal católico.

[2] A sede da Caixa Rural e Operária ficava no mesmo prédio do jornal A Ordem  por ser uma organização da mesma Congregação dos Moços Católicos de Natal, portanto da Ação Católica de Natal.

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