Em 1954 o jornal O Poti registrou o interesse a visita que o escritor Gilberto Freyre teve no Mercado Público da Cidade Alta em Natal.
De acordo como referido jornal os mercados públicos e as feiras livres têm um grande interesse para os folcloristas, etnógrafos e sociólogos.Inúmeros aspectos da cultura podem ser observados nesses lugares.São campos magníficos para uma tomada de o contato com a cerâmica popular, por exemplo, o ervanário, os artefatos de palha.O sociólogo observa além dessas coisa o próprio comportamento do povo, o vestuário, hábitos, costumes, nomes típicos de mercadorias, expressões populares.
Daí o interesse que o escritor Gilberto Freire, autor de Casa Grande & Senzala, para conhecer o mercado de Natal quando esteve em visita à Capital Potiguar em 1954.
Quando a comissão das instituições culturais, que promoveu uma de suas conferencias em Natal, lhe fez ciente dos estabelecimentos educacionais e da saúde a visitar, Gilberto Freyre declarou:
-E o Mercado?
Querendo dizer que a visita ao Mercado Público, para ele, seria indispensável.
E realmente, na manhã do dia 22/08/1954, em companhia de Nilo Pereira, Gilberto Osório de Andrade e vários amigos seus de Natal, o escritor Gilberto Freyre esteve no Mercado Público da Cidade Alta, demorando em examinar principalmente os locais de cerâmica e o ervanário. Perguntou coisas aos vendedores e adquiriu cestas e outras mercadorias.
Uma das pessoas que teve oportunidade de acompanhar Gilberto Freyre ao Mercado não entendia por que razão o grande sociólogo tinha feito questão de visitar aquele lugar.
A explicação dada pelo jornal O Poti foi que os mercados eram fontes vivas de estudos para os sociólogos assim como todos aqueles que se dedicavam a outros ramos da antropologia cultural, como folclore ou a etnografia.
Fonte: O Poti, 28/08/1954, p.7.
O antigo mercado público da Cidade Alta em Natal. |
Gilberto Freyre, 1956.Foto: Wikipédia. |
O antigo mercado público da Cidade Alta como é sabido foi destruído num incêndio em 1966 que muitos acreditam ter sido criminoso. No local está atualmente o prédio do Banco do Brasil da Av. Rio Branco.
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