A construção do mercado das Rocas foi cogitada em delongadas
discussões na Câmara de Vereadores de Natal desde 1952 quando se apresentou um
projeto para que a prefeitura vendesse o prédio do mercado da Ribeira e com o
dinheiro construísse um novo nas Rocas.
Já em 1959 um projeto do
vereador Messias Dionísio Santos autorizava o prefeito da capital potiguar a
construir o mercado público das Rocas.
Segundo a matéria que foi aprovada, o mercado das Rocas
seria edificado num terreno existente ao lado do Posto de Puericultura da
Legião Brasileira de Assistência-LBA e teria uma área de 2.424,70m².
Para contar com os recursos necessários o prefeito ficava
autorizado a vender mediante concorrência pública o mercado da Ribeira, pela
importância de 2 milhões de cruzeiros e juntando-se a quantia de 1 milhão de
cruzeiros já constante no orçamento do município, o que permitiria dá inicio as
obras.
Rezava ainda o referido projeto que o dinheiro da venda do
mercado da Ribeira seria depositada em conta especial do Banco do Brasil só
podendo ser movimentada para a aquisição de material para a construção do
mercado das Rocas (DIÁRIO DE NATAL, 02/06/1959, p.8).
Em 15/09/1960 houve uma reunião com o prefeito José Pinto,
Erico Hackradt, presidente da Câmara e diversos outros vereadores e o sr.
Moacir Maia para se discutir o problema da construção do mercado das Rocas,
melhoramento esse que parecia seria resolvido o impasse.
A reunião foi realizada
no prédio da Câmara e durou várias horas , e no final , ficou decidido
que os dois poderes do Município aceitariam a proposta feita pelo Sr. Moacir
Maia, proprietário de uma empresa construtora da capital para a construção do
referido mercado.
A proposta consistia, conforme conseguiu apurar o Diário de
Natal, em edificar um moderno prédio na Praça Café Filho, em local já
escolhido, devendo concluí-lo em dias do mês de janeiro de 1961, custando a
quantia de 16 milhões de cruzeiros pouco mais ou menos.
Após a construção o mercado das Rocas seria entregue a
serventia pública, devendo a sua administração pertencer a prefeitura contra
uma lei já existente em que mandava fosse o mesmo arrendado pelo prazo de 25
anos pela empresa construtora.
Como pagamento pela edificação da obra o município de Natal
daria ao referido engenheiro Moacir Maia, o prédio do mercado da Ribeira, avaliado
em 30 milhões de cruzeiros, sendo pago Cr$ 2.500.000,00 em parcelas de Cr$
500.000,00 e ainda todos os terrenos constantes do Plano de edificação do
bairro de Mãe Luiza e avaliados em Cr$ 3.500.000,00. O restante, ou seja, 9
milhões de cruzeiros, o município se comprometia a saldar por durante todo o
exercício de 1961 devendo para tanto, constar no Orçamento do Município a
quantia referida.
Para a concretização dessa transação o prefeito José Pinto
enviaria a Câmara uma mensagem solicitando a devida autorização e ao que tudo
indicava seria a mesma aprovada,
conforme disposição dos vereadores, demonstrada da realização da reunião
supracitada (DIÁRIO DE NATAL, 15/09/1960, p.8).
Não é preciso ser entendido em matemática e tão pouco em
gestão pública para entender que o Município de Natal seria legalmente lesado
por essa transação deliberada e aprovada entre os poderes do município de
Natal.
Em 1963 o prédio ainda estava em construção e em 1968 os jornais já o citam em atividades.
Projeto do mercado das Rocas. Foto: O Poti. |
Em tempos não muito distantes o mercado das Rocas passou por
uma longa e quase interminável reforma e ainda assim meio atabalhoada onde a
prefeitura aprovou um projeto de arquitetura onde não se previa a ventilação do
referido mercado onde o calor daquele bairro rivaliza com o de Mossoró pra ver
qual dos dois é o menos quente.
Não tenho conhecimento se foi resolvido os problemas do
mercado das Rocas presentemente, mas o prédio continua no mesmo local onde fora
erguido na década de 1960.
Aspectos atuais do mercado das Rocas. Fotos: Google Earth. |
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