sexta-feira, 25 de junho de 2021

O MERCADO DAS ROCAS

 

         A construção do mercado das Rocas foi cogitada em delongadas discussões na Câmara de Vereadores de Natal desde 1952 quando se apresentou um projeto para que a prefeitura vendesse o prédio do mercado da Ribeira e com o dinheiro construísse um novo nas Rocas.

Já em 1959 um projeto do vereador Messias Dionísio Santos autorizava o prefeito da capital potiguar a construir o mercado público das Rocas.

         Segundo a matéria que foi aprovada, o mercado das Rocas seria edificado num terreno existente ao lado do Posto de Puericultura da Legião Brasileira de Assistência-LBA e teria uma área de 2.424,70m².

         Para contar com os recursos necessários o prefeito ficava autorizado a vender mediante concorrência pública o mercado da Ribeira, pela importância de 2 milhões de cruzeiros e juntando-se a quantia de 1 milhão de cruzeiros já constante no orçamento do município, o que permitiria dá inicio as obras.

         Rezava ainda o referido projeto que o dinheiro da venda do mercado da Ribeira seria depositada em conta especial do Banco do Brasil só podendo ser movimentada para a aquisição de material para a construção do mercado das Rocas (DIÁRIO DE NATAL, 02/06/1959, p.8).

       Em 15/09/1960 houve uma reunião com o prefeito José Pinto, Erico Hackradt, presidente da Câmara e diversos outros vereadores e o sr. Moacir Maia para se discutir o problema da construção do mercado das Rocas, melhoramento esse que parecia seria resolvido o impasse.

       A reunião foi realizada  no prédio da Câmara e durou várias horas , e no final , ficou decidido que os dois poderes do Município aceitariam a proposta feita pelo Sr. Moacir Maia, proprietário de uma empresa construtora da capital para a construção do referido mercado.

      A proposta consistia, conforme conseguiu apurar o Diário de Natal, em edificar um moderno prédio na Praça Café Filho, em local já escolhido, devendo concluí-lo em dias do mês de janeiro de 1961, custando a quantia de 16 milhões de cruzeiros pouco mais ou menos.

         Após a construção o mercado das Rocas seria entregue a serventia pública, devendo a sua administração pertencer a prefeitura contra uma lei já existente em que mandava fosse o mesmo arrendado pelo prazo de 25 anos pela empresa construtora.

     Como pagamento pela edificação da obra o município de Natal daria ao referido engenheiro Moacir Maia, o prédio do mercado da Ribeira, avaliado em 30 milhões de cruzeiros, sendo pago Cr$ 2.500.000,00 em parcelas de Cr$ 500.000,00 e ainda todos os terrenos constantes do Plano de edificação do bairro de Mãe Luiza e avaliados em Cr$ 3.500.000,00. O restante, ou seja, 9 milhões de cruzeiros, o município se comprometia a saldar por durante todo o exercício de 1961 devendo para tanto, constar no Orçamento do Município a quantia referida.

       Para a concretização dessa transação o prefeito José Pinto enviaria a Câmara uma mensagem solicitando a devida autorização e ao que tudo indicava seria a mesma  aprovada, conforme disposição dos vereadores, demonstrada da realização da reunião supracitada (DIÁRIO DE NATAL, 15/09/1960, p.8).

       Não é preciso ser entendido em matemática e tão pouco em gestão pública para entender que o Município de Natal seria legalmente lesado por essa transação deliberada e aprovada entre os poderes do município de Natal.

         Em 1963 o prédio ainda estava em construção e em 1968 os jornais já o citam em atividades.

Projeto do mercado das Rocas. Foto: O Poti.

         Em tempos não muito distantes o mercado das Rocas passou por uma longa e quase interminável reforma e ainda assim meio atabalhoada onde a prefeitura aprovou um projeto de arquitetura onde não se previa a ventilação do referido mercado onde o calor daquele bairro rivaliza com o de Mossoró pra ver qual dos dois é o menos quente.

     Não tenho conhecimento se foi resolvido os problemas do mercado das Rocas presentemente, mas o prédio continua no mesmo local onde fora erguido na década de 1960.





Aspectos atuais do mercado das Rocas. Fotos: Google Earth.




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