O município de Parazinho está situado no território do Mato Grande a 11 km de Natal. Damos a seguir inicio a uma série de postagens a respeito da história desse município potiguar.
Primórdios
O povoado se originou de uma fazenda de gado
edificada em terreno seco e com difícil acesso à água, localizado numa área de
grande produção algodoeira, núcleo de convergência das safras da Serra Verde.
A
menção mais antiga por nós encontrada citando Parazinho data de 1924. Trata-se
do relato de Manuel Balbino de Barros a respeito do drama das cheias dos rios
na região nordeste.
Segundo ele: ”em 1924, assisti a drama
quase como esse que agora surpreende as populações do Nordeste, quando os rios
arrastavam, igualmente, para o Atlântico, animais, plantações e muitos dos
nossos irmãos sofredores...
Criança ainda, eu viajavam, não obstante
os inúmeros perigos que oferecia aquele ano de pesado inverno, pelo interior do
Rio Grande do Norte, quando fomos obrigados a interromper a viagem pela
imposição de impetuosa noite de inverno. Ficamos nos Poços, entre Taipu e Vila
de Touros, onde encontramos, debaixo de humilde mercado daquela povoação dos
tabuleiros norteriogradenses, muito almocreves que também viajavam rumo as feiras,
com carregamento de peixe.
Armamos
as redes, embora não nos fosse possível dormir. Os mais velhos, sob os ribombos
temerosos, bradavam em aflição: ‘rezem, rezem!’. E eu, não obstante ser menino,
sabia rezar e compreendia aquela situação, pois transviados não havia ainda
naquelas paragens. Obedeci tão rápido quanto os demais. Ao clarear dos relâmpagos,
que se alternavam com os trovoes de estalo, viam-se nitidamente baterem,
velozes os lábios pálidos daqueles viajantes, em preces a mãos postas ‘Deus é
grande’, diziam uns e repetiam outros, todos tremendo de frio e medo.
Os
animais amanheceram no mesmo lugar onde haviam sido deixados. Alguns que
ousaram afastar-se dali foram arrancados a pá, na manhã seguinte. Os tabuleiros
abrejaram. Os rios tinham fluxo e refluxo como o próprio mar!...Quase não chegávamos
em Parazinho, que era o nosso destino (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 13/04/1960, p.4).
Conforme
o relatório
do Ministério da Agricultura de 1926 a fazenda Parazinho era de propriedade de
João Severiano da Câmara, tendo a referida fazenda 40.000m², produzia algodão,
cuja despesa naquele ano de 1926 foi de 607$928, receita de 1.906$000 e lucro
de 1.352$072 (RELATÓRIOS DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 1926, p.85).
Essa
informação demonstra a ligação dos primórdios de Parazinho com o município de
Taipu, pelas razões que seguem. O proprietário da fazenda como dito pelo
referido relatório era João Severiano da Câmara, conhecido industrial e
político do Rio Grande do Norte, que em 1926 exercia o cargo de prefeito de
Taipu, sendo a fazenda de sua propriedade a mesma foi (e está) registrada no
cartório de Taipu em cujo território estava situada a dita fazenda.
Em
mapas de 1927 em que mostra a região do Mato Grande se cita a localidade de
Nazaré onde atualmente se situa o município de Parazinho, levando a crer que
por aquela época já haveria sinais de uma incipiente povoação criada a partir
dos trabalhadores da fazenda.
A
propriedade Parazinho passará ao território do município de Baixa Verde a
partir da criação desse município em 29/10/1928, o proprietário, no entanto,
continuaria o mesmo João Câmara, nomeado como primeiro prefeito daquele novo
município.
Com a
alta produção do algodão na região que tinha à frente o dinâmico líder João
Severiano da Câmara, o território começava a crescer com o grande número de
pessoas que lá chagavam e que transformaram o povoado num acampamento
mercantilista, centro de negócios e escritório comercial, lugar que recebia e
expedia o algodão para a sede do município.
No
ano de 1930 começa o povoado de Parazinho começa a dá sinais de progresso e
crescimento, contando com a infraestrutura de poço tubular, capela, escola e
mais de 500 habitantes. O comércio se tornara mais intenso e já contava com
armazéns, lojas e a realização de concorridas feiras.
Aspectos de Parazinho |
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