terça-feira, 22 de junho de 2021

O MERCADO PÚBLICO DA REDINHA

 

      A prefeitura de Natal inaugurou em 06/05/1944 o Mercado Público da praia da Redinha que de acordo com o jornal A Ordem “útil melhoramento de que muito se ressentia aquela praia do nosso Município” (A ORDEM, 05/02/1944, p.1).A solenidade de inauguração foi marcada para ocorrer as 09h00 tendo sido disponibilizado lanchas dos convidados. Era prefeito da capital, a época, José Augusto Varela. De acordo ainda com o jornal A Ordem conforme fora anunciado, realizou-se no domingo, dia 06/05/1944, pela manhã a solenidade de inauguração do novo mercado público da aprazível praia da Redinha, situada no município de Natal.

        Esse era, segundo A Ordem, outro importante melhoramento realizado pela progressista administração do prefeito José Varela, “sempre empenhado em dotar a nossa cidade e localidades do município de obras que atestem a sua incansável atividades de Prefeitura Municipal”.

        Em lancha colocada a disposição dos convidados foi feita a travessia do rio Potengi, e ao se chegar àquela praia teve lugar a solenidade da inauguração do moderno mercado. Sobre a importância desse melhoramento discursaram o prefeito José Varela e do Eloi de Souza, presidente do Conselho Administrativo do Estado, cujos discursos mereceram calorosos aplausos dos presentes. Após os atos solenes o Dr. José Carlos Leite recepcionou os convidados em sua residência. (A ORDEM, 08/02/1944, p.4).

    Segundo a mensagem do prefeito Silvio Pedrosa foi feito diversos serviços no mercado da Redinha em 1948, incluindo um novo piso e pintura em geral. (DIÁRIO DE NATAL, 21/07/1948, p.4).

Em visita a praia da Redinha em 06/10/1950 o cronista social do Diário de Natal Danilo escreveu o que viu. Segundo ele: “Na minha última visita vi que a Redinha está em luta com alguns inimigos. O mar, com os seus assaltos violentos, e o maior deles e o mais insidioso. Os outros dependem apenas de um olhar de simpatia dos poderes públicos. O cais está desabando, com sério perigo para o povo, o mercado está em ruínas, as novas construções não obedecem a nenhuma linha de estética. Ainda não conquistou a graça de um cemitério” (DIÁRIO  DE NATAL, 06/10/1950, p.5).

De acordo com o mesmo Danilo a praia da Redinha tinha  mais de 700 pessoas com residência fixa e 150 casas de veranistas e que nos meses de veraneio a população que ali veraneava chegava a mais de 1.000 pessoas.

      Havia se passado apenas 6 anos de inauguração do mercado público da Redinha e o mesmo já s encontrava em ruína conforme o relato a cima.

         Já em 1952 o mercado público da Redinha voltou as página do jornal Diário de Natal o qual a ele se referiu dessa forma: “o velho mercado da Redinha era mais uma tenda de feirantes do que um mercado”.

     Segundo o mesmo jornal, o prefeito Creso Bezerra resolveu reformar completamente o centro comercial daquela praia, determinando a construção de locais para os vendedores, açougue de carne e peixes, e outros melhoramentos que importaram numa verdadeira renovação do mercado da Redinha.“ Está assim a praia da Redinha dotada de um edifício público indispensável ao seu crescente progresso, acentuado ainda mais pela construção da estrada que, via ponte de Igapó, ligará dentro em breve o tradicional recanto de veraneio natalenses a esta capital” (DIÁRIO DE NATAL, 31/05/1952, p.4).

         O prefeito Creso Bezerra esteve na praia da Redinha em 30/05/1952, em contato com os seus moradores, determinando providências que trariam maiores benefícios àquela praia.

       Já em 13/09/1966 o vice-prefeito em exercício, Ernani Silveira, esteve pela manhã visitando o mercado da Redinha, determinando providências imediatas para a recuperação total do prédio que ganharia nova cobertura, além de reboco nas paredes e pintura (DIÁRIO DE NATAL, 13/09/1966, p.6).Pelas medidas anunciadas de recuperação do mercado de Redinha nem é preciso explicar que o mesmo passava por mais um ciclo de estado de penúria aquele ano de 1966.

       Em 1968 o jornal Diário de Natal novamente se ocupava do estado de abandono do mercado da Redinha, segundo o qual: “um dos maiores problemas para a população (calculada em cerca de 5 mil pessoas) e o veranistas  da Redinha é o mercado público da praia. Na verdade  o local parece mais com um matadouro. Muita sujeira provocando mal cheiro. O prédio condenado, com o teto na iminência de desabar. Sanitários públicos não existem, pois, o que tinha transformou-se em latrina de que ninguém consegue chegar perto.[...] nos domingos as famílias não podem entrar no mercado, com as mundanas, as prostitutas, bebendo e se embriagando no locais”. (DIÁRIO DE NATAL, 02/12/1968, p.8.O grifo é nosso).

         O administrar do mercado, identificado pelo nome de Carlos pela reportagem do Diário de Natal, disse que não se podia trabalhar na administração do mercado, sem a ajuda necessária, pois o que se constatava pela reportagem era decorrência do abandono que a prefeitura dava àquele equipamento público.

O prédio ao longo dos anos foi se deteriorando. No final do ano de 2008 recebeu uma parcial reforma, porém, a estrutura do prédio continua muita aquém das expectativas dos comerciantes e turistas. Sujeira, falta de água e energia elétrica são alguns dos problemas que afastam os visitantes e impedem o crescimento do turismo na região norte da cidade

Situado no Largo João Alfredo no bairro da Redinha, o mercado é visitado por moradores locais e turistas que ali vão provar a iguaria local ginga com tapioca, saboreado em muitos dos quiosques do local.







      Pelas imagens a cima dá pra notar que o prédio que a prefeitura de Natal diz ser  mercador público da Redinha passa longe de ser um prédio destinado como tal. Eu se fosse prefeito da capital teria vergonha de mostrar isso aos turistas como ponto turístico da cidade.
         Há perdido nos meandros das burocracias e promessas politicas um projeto para a construção de novo (novo) mercado da Redinha, a coisa mais linda do mundo (nos vídeos de divulgação da prefeitura do projeto) com previsão de inauguração em agosto "A gosto de Deus" que é pra honrar aquele velho adágio popular sobre a capital potiguar "Natal, não há tal".
                                       Projeto do novo mercado da Redinha







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