sábado, 26 de junho de 2021

O MERCADO DE PETRÓPOLIS


         Depois do hecatômbico incêndio do mercado da Cidade alta em 1967 (cujas lendas urbanas de Natal rezam ter sido proposital e criminoso) o prefeito Agnelo Alves pretendeu construir até ao término do seu mandato uma rede, de no mínimo três, de  mercados públicos, espalhados pelos mais diferentes bairros da cidade  e esperava contar para este empreendimento as verbas da finada SUDENE que já havia aprovado e liberado uma verba de 100.000,000 de cruzeiros novos para esta finalidade.

O mercado de Petrópolis

         De acordo com o Diário de Natal a partir de 01/07/1968 seria iniciada a construção do primeiro mercado em Tirol, onde ficava localizada a sede da Associação Feminina de Atletismo numa área coberta de 14.000m² com 115 boxes e deveria ser concluído dentro de 150 dias. Após a conclusão seria iniciado a construção de outro, que ficaria localizado na rua Padre Pinto, que também deveria ser construído no mesmo prazo estabelecido para o primeiro (DIÁRIO DE NATAL, 26/06/1968, p.8).

         A AMPLA (autarquia da prefeitura que não sei o que se significava) iniciou de fato a construção do primeiro mercado da rede de mercados públicos do prefeito Agnelo Alves, debaixo de chuva.

         O incêndio do mercado da Cidade Alta deixou Natal praticamente sem mercado com feiras livres nos bairros suburbanos.

         A inauguração do mercado modelo de Tirol-Petrópolis ocorreu em 31/01/1969, tendo sua construção ficado a cargo do engenheiro Hemult de Souza Hackradt. O prefeito Agnelo Alves havia declarado na inauguração que o novo mercado seria entregue à população natalense na primeira quinzena de março ou antes disso, caso o Departamento de Saneamento do Estado concluísse os trabalhos de ligação externa do prédio com a rede de abastecimento d’água da cidade, porque não havia material (tubos de ferro de 6 polegadas) e a ligação elétrica da parte externa do prédio ( a instalação interna estava concluída).

         Como é tradição em Natal, a obra foi inaugurada inacabada, pois de acordo com o que havia dito o engenheiro Helmut Hackadt o mercado modelo de Tirol-Petrópolis estava praticamente concluído faltando apenas o acabamento externo de sanitários e a colocação de pedras de mármore nos boxes localizados na parte térrea do mercado.

 Em 05/02/1969 a Comissão de Construção de Mercados, presidida pelo vice-prefeito Ernani Alves da Silveira, havia iniciado a seleção de locatários do novo mercado modelo de Tirol-Petrópolis, dando prioridade aos ocupantes do antigo mercado da Av. Rio Branco, que estava aquela época instalado no pátio da feira das Rocas em barracas armadas pela Prefeitura de Natal.

O mercado modelo dispunha de 114 boxes localizados na parte térrea para a venda de carne, legumes, peixes, aves, etc., e na sobreloja ficava localizada a administração do mercado, além de boxes  para lanches e serviço de bar e restaurante. Dispunha ainda de um moderno dispositivo contra incêndio, instalado por técnicos especializados.

O segundo mercado da rede de mercados de Agnelo Alves seria construído no bairro do Alecrim cuja a construção foi posta sob a responsabilidade do Batalhão de Engenharia e Construção do Exército.

Possivelmente o terceiro mercado da rede seria construído no bairro das Rocas, que abasteceria os bairros da Ribeira, Rocas, Santos Reis etc (DIÁRIO DE NATAL, 05/02/1969, p.8).

De acordo com o levantamento dos técnicos da Assessoria Municipal de Planejamento o mercado do Tirol-Petrópolis atendia a uma população superior a 70 mil habitantes espalhados pelos bairros do Tirol, Petrópolis, Ribeira, Cidade Alta e Rocas.

        O velho mercado da Cidade Alta, quando de sua construção em 1935, atendia a um número inferior a 20 mil habitantes espalhados pelos mesmos bairros, de acordo com levantamentos feitos a época.

         Já o mercado do Alecrim por seu turno, servia a quase 130 mil pessoas espalhados pelo Alecrim, Lagoa Seca, Quintas, Dix-Sept Rosado, Lagoa Nova  e outros subúrbios.

         O novo mercado do Tirol-Petrópolis tinha um número inferior ao relação ao do mercado sinistrado, que tinha 488, além de um grande número de vendedores ambulantes em seu interior, vendendo artigos caseiros e verduras. Porém em seus 126 boxes o mercado do Tirol-Petrópolis teria capacidade de atender a população na compra de todos os artigos desde carne e o feijão até aos calçados e confecções (DIÁRIO DE NATAL, 26/02/1969, p.3).



Mercado de Petrópolis.


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