Pelo decreto nº 98 de 20 de abril de 1944 a prefeitura de Natal desapropriou três terrenos situados no Tirol na avenida Rodrigues Alves a fim de ser construído o mercado da Cidade Nova. Esse seria o quarto mercado a ser construído em Natal.
Em
19/11/1944 as 10h00 ocorreu a solenidade de inauguração do edifício do mercado
público, localizado na Av. Rodrigues Alves.
Ao
ato compareceram altas autoridades civis, militares e eclesiásticas, além de jornalistas e pessoas gradas.
De
acordo com o jornal A Ordem: “esse é outro importante melhoramento que a progressista
administração da Prefeitura Municipal de
Natal, vem de introduzir em nossa cidade, a qual ficará, assim, dotada de
quatro excelentes mercados distribuídos pelos bairros da Cidade Alta, Alecrim,
Tirol e Ribeira” (A ORDEM,18/11/1944,p.6) era prefeito a época José Augusto Varela.
A
benção do edifício foi dada pelo Mons. João da Mata tendo o mesmo pronunciado
algumas palavras. Em seguida falou o prefeito José Augusto Varela: “o qual não
tem poupado esforços no sentido de dotar a nossa capital de novos e importantes
melhoramentos públicos, como agora acontece com
a inauguração desse novo mercado, além da pavimentação em diversas ruas
da cidade” (A ORDEM,20/11/1944,p.1).
Por
fim usou a palavra o interventor Federal General Fernandes Dantas. Às
autoridades presentes foi servido champagne.
Ainda
de acordo com o jornal A Ordem estava de parabéns os moradores do progressista
bairro do Tirol, pela inauguração do seu mercado, o qual também muito
beneficiaria as pessoas residentes em Petrópolis (A ORDEM, 20/11/1944, p.1).
Como parece ser uma tradição onde na maioria das capitais brasileiras há um mercado denominado São José, o do Tirol em Natal também recebeu o patrocínio desse santo.
As imagens a seguir mostram o mercado São José do Tirol em Natal.
Foto: A Manhã, 1944. |
Foto: Diário de Natal, 16/10/1952, p.1. |
Em
03/02/1948 o prédio do mercado de Tirol passou a abrigar o posto de subsistência
do Serviço de Alimentação e Previdência Social-SAPS destinado a venda de
gêneros de primeira necessidade à população pelo preço do custo.
A
agência do SAPS foi instalada no mercado
do Tirol até a construção de sua sede própria.
Sobre o
bairro do Tirol
Em 1951 não era desconhecido de ninguém que a
população de Natal vinha aumentando consideravelmente nos últimos anos e que
entre as zonas de maior desenvolvimento figurava a de Tirol.
O maior número de edificações residenciais vinha sendo
justamente construídos naquele bairro, onde podia-se observar o acréscimo vertiginoso
de moradias isoladas e grupos construídos por instituições de previdências
social.
Era lá que estavam sendo ultimadas os grandes edifícios da
Policia Militar, Casa de Saúde São Lucas, Instituto de Puericultura e Escola
Doméstica, Escola do SENAI e com obras iniciadas o Hospital de Alienados e a
Escola Industrial estava ainda inacabada.
A maior parte da tropa do Exército estava ali aquartelada,
sendo que a maioria de oficiais e
graduados residia nas proximidades de seus quartéis.
Segundo um cronista do jornal Diário de Natal não se
entendia como era que toda essa população tinha de ficar sujeita a um único
centro público de abastecimento que era o mercado da Cidade Alta, quando a
prefeitura dispunha de um edifício especialmente construído para tal finalidade
na Av. Rodrigues Alves, ponto central do bairro.
De acordo com o citado jornal o mercado do Tirol havia sido
fechado havia alguns anos em vista do pequeno movimento de frequentadores.
Porém, em 1951 a coisa estava diferente, pois milhares de
pessoas já haviam fixado moradia no Tirol, e certamente aproveitariam as vantagens
do tempo e da distância. E isso era o desejo da população manifestado por um
grupo de pessoas em conversas com a reportagem do dito jornal.
Aguardava, pois, o Diário de Natal que a prefeitura de Natal
tomasse as providências desejadas ou explicasse o contrário (DIÁRIO DE NATAL, 12/09/1951,
p.1).
Em
10/04/1951 deu entrada na Câmara de Vereadores de Natal um projeto de autoria
do vereador Manoel Oliveira Paula criando a Diretoria de Saúde e Assistência
Hospitalar, sendo a referida diretoria instalada no prédio do antigo mercado do
Tirol o qual estava sendo adaptado para tal finalidade (A ORDEM, 10/04/1951, p.4).
Segundo o jornal A Ordem o prefeito Mário Lira havia entrado em entendimento com a administração do SAPS, a fim de que o mercado do Tirol onde funcionava já aquele ano um posto de subsistência daquela autarquia voltasse a ficar aberta ao público (A ORDEM23, 10/1951, p.1).
Fechamento e reabertura do mercado São José no Tirol
O
Diário de Natal publicou em 24/10/1952 que o mercado São José do bairro do
Tirol seria fechado por alguns dias em vista de os habitantes dos bairros de
Petrópolis e Tirol não comparecerem no referido mercado.
O
motivo do afastamento dos moradores daqueles bairros do mercado do Tirol foi
que estava faltando carne verde havia mais de 3 dias, prejudicando os
consumidores, as bancas de frutas e verduras, assim como as mercadorias ali
existentes. Os moradores estavam procurando o mercado da Cidade Alta (DIÁRIO DE
NATAL, 24/10/1952, p.3).
Em 23/0/1952 prefeito de Natal havia informado que havia tomado as providências em relação a reabertura do mercado São José no bairro do Tirol, que se encontrava fechado em prejuízo da população ali localizada (DIÁRIO DE NATAL, 23/07/1952, p.6).
Fonte: A Ordem,22/09/1952,p.3. |
O
mercado público São José no bairro do Tirol, construído na administração do
então prefeito José Augusto Varela, em atenção a constantes pedidos da população
daquele bairro esteve de portas fechadas por algum tempo.
Apesar
de localizado no ponto mais central da Av. Rodrigues Alves, de modo a servir
aos habitantes do Tirol e Petrópolis, serviu de abrigo de morcegos, esconderijo
de malandros e finalmente deposito do SAPS.
Finalmente
o prefeito Creso Bezerra resolveu determinar a sua reabertura, atendendo ainda
uma vez a outros apelos de numerosas famílias. Foi feita completa limpeza
interna e externa, abatatados os locais e bancadas para os diferentes produtos
e designados os servidores encarregados do funcionamento do referido mercado.
Já
estavam abertos os locais de venda de carne verde, verduras, legumes, frutas e
artigos de mercearia.Outros gêneros iriam chegar aos poucos, na medida da
procura.
Mesmo
depois da reabertura o jornal Diário de Natal lamentava que não estava havendo
maior interesse por parte das famílias residentes naquela parte da capital. Os
ocupantes dos postos de venda já estavam desanimados ante a falta de movimento.
No
dia 15/10/1952 o jornal Diário de Natal esteve em visita ao mercado São José e verificou o
cuidado com que a prefeitura havia preparado o seu interior para bem servir a
coletividade. Poucas pessoas ali se encontravam comprando frutas, aliás por
preços compensadores, escreveu o referido jornal.
Ainda
de acordo como o mesmo jornal caso não houvesse
a melhora na situação do mercado, isto é, se o povo continuasse
desinteressado no mesmo, a prefeitura iria fechá-lo novamente no que apenas o
povo seria o responsável.
O
jornal apelava ao povo de Tirol e Petrópolis que ao menos visitassem o mercado
São José caso contrário o jornal teria
que noticiar o fechamento do mesmo novamente (DIÁRIO DE NATAL, 16/10/1952, p.1).
Segundo o jornal A Ordem o prefeito Mário Lira havia entrado
em entendimento com a administração do SAPS, a fim de que o mercado do Tirol
onde funcionava já aquele ano um posto de subsistência daquela autarquia
voltasse a ficar aberta ao público (A ORDEM, 23/10/1951, p.1).
Em 1969 um anúncio dos classificados do Diário de Natal
exibia a venda do prédio onde funcionou o mercado do Tirol: “vende-se. Ótimo
para repartição pública, indústria, supermercado ou grande empresa, o prédio
onde funcionou o Tesouro do Estado e o antigo Mercado do Tirol, à Avenida Rodrigues
Alves, com aproximadamente 1.000m² de área. Tratar com Garibalde pelo telefone
1175” (DIÁRIO DE NATAL, 22/07/1969, p.4).
Não conseguimos identificar na av Rodrigues Alves atualmente
onde estava o prédio do mercado do Tirol.
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