sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

MENÇÃO A TAIPU NAS CRÔNICAS DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE EM 1877


            Manoel Ferreira Nobre ao escrever sobre a província do Rio Grande do Norte em 1877 faz alusão a pequena localidade de Taipu em que esta aparecia como distrito de Ceará Mirim. Segundo Nobre, Taipu distava “cinco léguas ao poente da vila [de Ceará-Mirim] edificada irregularmente; pouco trato comercial, com uma pequena feira, e exporta algodão e couraria” (NOBRE, 1877, p.192.Grifo nosso).


Francisco Nobre afirma que em 1877 existia uma pequena feira em Taipu. 
Na foto vê-se a feira ao lado do mercado em 1964. Foto: Arquivo ICM.

           São poucas as informações referentes ao então distrito de Taipu pertencente à vila de Ceará Mirim, o que demonstra ser Taipu à época pequena e de pouca expressividade econômica como o próprio autor cita, as construções existentes eram ‘edificada irregularmente’, ou seja, não havia ordenamento urbano no núcleo habitado de Taipu naquela época, como já foi dito não havia um comércio estruturado e expressivo ‘pouco trato comercial’ mas havia uma pequena feira. O autor cita ainda a primitiva vocação do local para a agricultura quando diz que ‘exporta algodão e couraria’. De fato estas foram as primeiras e principais culturas existentes nos primórdios do município de Taipu.
    Passados 70 anos e ao que parece a cidade teimava em não se organizar urbanisticamente, pois em suas impressões sobre Taipu o padre João Correia de Aquino assim se expressou no livro tombo da paróquia em 1948: “A cidade é pequena e pobre, seus edifícios são mal arrumados [...]” (LIVRO TOMBO, p.26-27).
          Ao que parece o núcleo urbano de Taipu era bem acanhado e\ou pouco desenvolvido para os padrões da época. Não é estranho o fato de não haver prédios públicos ou residências organizado arquitetonicamente visto ser a população eminentemente habitada na parte rural do município, daí o desinteresse pelo urbano, assim penso eu.
        No tocante a paróquia de Ceará Mirim, Nobre afirma que “a matriz tem por filiais a igreja de Extremoz e as capelas de Taipu e Muriú”.(NOBRE, 1877, p.194).
          Se esta informação de Nobre está correta então podemos dizer que a capela de Nossa Senhora do Livramento já havia sido concluída, pois o livro e as informações a que o autor se refere são do ano de 1877 e considerando que o documento de doação do terreno para a construção da capela data de 1861, são passados 16 anos, portanto, divergente da informação de Câmara Cascudo de que a capela de Nossa Senhora do Livramento levou 30 anos para ser concluída. 

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