A
primeira sala de projeção de Natal foi denominada de Cine Politeama depois de
um concurso público para a escolha do nome e pertencia a firma Gurgel &
Paiva tendo sido inaugurada em 08/12/1911.
Já o primeiro cinema falado da capital
potiguar foi inaugurado em 10/104/1931 tendo sido ele o Cine São Pedro onde foi
exibido naquela data o filme “General Crak” que obteve extraordinário
sucesso,sendo a empresa obrigada a repetir o filme até depois da meia noite.(DIÁRIO
DE PERNAMBUCO,11/04/1931,p.2).
Antigamente
só havia em Natal o cinema São Pedro e o REX, na Cidade Alta. Em 1947 o jornal
A Ordem apontou que haviam nada menos que 7 cinemas espalhados pela capital
potiguar da Ribeira ao Alecrim,s em falar no majestoso Rio Grande que estavam
em construção naquele ano na Av. Deodoro.Eram os seguintes em funcionamento
naquele ano de 1947:
O Cine Popular, na Ribeira, o Cine Rex,
na Cidade Alta, o Cine Paroquial, o São Pedro e o São Luiz, no bairro do
Alecrim.
Para o jornal A Ordem não restava
dúvida que este aspecto da vida citadina era sinal do progresso e um atestado
de que a população já exigia mesmo maior número de cinemas.
O referido jornal dizia ainda que “ainda
bem que Natal apresente notável progresso material, é preciso também que os
natalenses compreendam a elevada finalidade educativa do cinema, e somente
prestigiem filmes dignos de serem vistos, pois nossa querida terra também
precisa progredir moral e socialmente”. (A ORDEM, 15/09/1947, p. 4).
O
Cinema São Luiz
Situado
na Avenida 2 (Rua Presidente Bandeira), no Bairro Alecrim. Foi inaugurado no
pós-guerra, em 1946, com o filme “Amar, foi minha ruína”
No dia 26/10/1946 seria inaugurado
solenemente o Cine São Luiz de propriedade da firma Lopes Varela & Cia.
No dia 16/10/1046 o repórter do jornal
A Ordem visitou as dependências do suntuoso prédio do Cine São Luiz situado a rua Presidente
Bandeira, no Alecrim em companhia do Sr. Heitor Varela, um dos proprietários.
Tratava-se realmente de uma obra
importante pelo que representava para o progresso da capital potiguar, bastando
dizer que até aquele momento já haviam despendido pelos proprietários do novo
cinema cerca de um milhão de cruzeiros.O prédio era de construção moderna, com
fachada sóbria mais muito expressiva, o imóvel estava apto para a finalidade a
que se destinava, em virtude de sua ótima localização e conforto com que foi construído.
Com ambos os lados isolados, o Cine São
Luiz comportava mil poltronas no seu salão de sessões que media 30 x 19,40 metros, sendo a cobertura de
telhas Eternit e forrado de selotex, que muito concorria para a perfeição do som.A tela era de porcelana e
toda a aparelhagem era da RCA Victor, constituída de um Fotofone de luxo,
alto-falantes reforçados, dois projetores “Brenker”, com lentes objetivas
extra-luminosas, e dois movitones com estabilizadores giratórios, estando
encarregados da montagem o engenheiro eletrotécnico George Gatis e seu filho
Raimundo Gatis.
O Cine São Luiz dispunha ainda de um
balcão destinado as autoridades e pessoas gradas, além de sala de espera,
camarins e banheiros, tendo ainda janelas de ventilação.
As sessões do Cine São Luiz seriam
continuas nos domingos e feriados. (A ORDEM, 17/10/1946,p.6).
No dia 24/10/1946 foi exibida uma
sessão especial de experiência para as autoridades e representantes da imprensa
e rádio da capital, tendo sido focalizados interessantes e novas películas,
tais como desenhos animados, e tecnicolor, jornais, trailers e uma parte do
filme de estreia Amara foi minha ruína.
Foi notada pela imprensa a boa
qualidade das máquinas com que era
dotado o Cine São Luiz, pela perfeição do som e pela nitidez da focalização das películas.
A nota da redação dizia que o filme era
apropriado apenas para adultos de critério formado. (A ORDEM,25/10/1946,p.4).
Queixas do povo
Os frequentadores do Cine São Luiz
reclamaram por meio do jornal A Ordem solicitando medidas da Cia Força e Luz no
sentido da não faltar energia elétrica como estava acontecendo em certo ramal
do Alecrim prejudicando o funcionamento daquele cinema e causando
aborrecimentos ao que iam assistir as sessões cinematográficas (A ORDEM,06/05/1947,p.3).
Outra
queixa dos frequentadores fazia apelo para dirigentes do Cine São Luiz no
sentido de dotar medidas que facilitassem a entrada e saida dos frequentadores
daquela casa de diversão, quando se realizavam duas sessões a noite.
Adiantavam os reclamantes que assim que
terminava a sessão de 18h00 abria-se a corrente para que os que iriam assistir
a 2ª sessão sem entretanto se esperar que o salão ficasse livre, o que motivava
grande dificuldade para as famílias.
O Cine
Rex
O Cine
Rex foi construído em 1936 e ficava na Av. Rio Branco 674. Em 1947 o Cine Rex
passou por grandes melhoramentos, além da reforma do seu palco, foram feitos
revestimentos das paredes com celotex, adaptação da tela plástica, de elevado
custo e segundo o jornal A Ordem essas telas de plástico eram melhores que as
de porcelana.O Cine Rex teria novas aparelhos de projeção e de som.
O novo equipamento adquirido pela
empresa Rex era da marca Super Simplex, adotadas pelos cinemas Metro do
Rio.Antigamente era de distribuição exclusiva da Western Eletric, no Brasil e
atualmente pertencia a firma I.E Ekerman, de São Paulo, cujo chefe foi em julho
aos EUA adquirir 8 dessas instalações para os cinemas de propriedade do Sr.
Luiz Severino Ribeiro da capital federal.
A tela plástica como afirmado a cima
era da melhor do gênero e da marca Walker, e o conjunto de retificadores
adquiridos para o Rex da marca Strong, suportava 50 amperes possibilitando uma
projeção ultra explendores.
as novas lentes objetivas eram de fabricação
moderna e da marca Kalmorgen.A principal parte do som, a cabeça, custou
40.000,00, elevando-se os outros equipamentos a Cr$ 200.000,00 e a reforma do
salão de projeção Cr$4 300.000,00 isto porque havia sido forrado de selotex.
Com
tais melhoramentos o Cine Rex se tornaria uma casa de diversões das mais
modernas e bem aparelhadas não somente da capital potiguar mas também do Estado
e mesmo do país, segundo o jornal a ordem ( 10/09/1947, p.1).
A reabertura do Cine Rex seria no dia
13/09/1947 com a exibição do filme colorido “ Acontece que sou rico”,
apresentando-se no palco as cantoras da terra Linda e Dirce Batista.
O
Cine Lux
O Cine Lux foi inaugurado
as 15h30 do dia 13/09/1947, sendo de propriedade do Sr. Pedro Pereira de Brito
e localizado no largo da feira do bairo da Quintas.
O novo cinema que iria proporcionar programa de primeira
ordem para a população daquele recanto da capital potiguar, exibiria na sua inauguração
e no dia seguinte duas sessões diárias, filmes educativos, variedades mundiais
e comédias e cobraria preços de acordo com os propósitos do seu proprietário de
favorecer as classes pobres. (A ORDEM, 13/09/1947, p.1).
A instalação dos aparelhos do Cine Lux esteve a cargo da
empresa Carlos Lamas.
O
Cine Alecrim
No mesmo dia 13/09/1947 foi inaugurado o Cine Alecrim as
19h00 de propriedade da empresa de Cinema Popular Ltda e situado a praça Gentil
Ferreira no Alecrim.
A aparelhagem desse cinema pertenceu ao Cine Rex e o mesmo
se achava muito bem instalado em prédio próprio.A sessão inaugural foi dedicada
as autoridades e a imprensa com a exibição do filme ‘Perseguidos.Tinha como
gerente do novo cinema Sr. Cristovam Bezerra.As sessões se realizavam as 15h30,
18h00 e 20h00 (A ORDEM,13/09/1947,p.1).
A
inauguração do Cine Alecrim esteve presente o prefeito Silvio Pedrosa e
representantes da imprensa.
Na inauguração foram servidos champagne
e cerveja aos presentes e na tela foram exibidos vários jornais e slots.
O salão dispunha de 400 poltronas e
conforme anunciou o gerente Cristovam Bezerra ali seriam exibidos filmes a
preço populares. (A ORDEM, 15/09/1947, p.1).
Cine
Popular
Em
1948 ocorreu um incêndio no Cine Popular ocorrido as 21h30 na segunda sessão do
cinema situado a Esplanada Silva Jardim.
O fogo ocorreu na cabine do operador,
na máquina projetora quando passavam as três ultimas partes do filme da noite,
o “Far West” Cavaleiros do Oeste. A máquina paralisou e o foco de luz provocou
a combustão do celuloide e o consequente incêndio da fita.
As labaredas atingiram longe o teto do
prédio mas foram rapidamente dominadas a lata d’água.
O filme foi considerado de perda
total.Era de propriedade de Leonel Correia da praça do Recife, estando segurado
em Cr$ 10.000, importância que representava menos da metade do valor do filme,
segundo declarou o Sr. Alberto Josuá, proprietário do Cinema Popular.Os
estragos no prédio foram mínimos. (DIÁRIO DE NATAL, 15/04/1948, p.6).
Quem assistiu o filme Cinema Paradiso
certamente se transportará para cena do incêndio
do cinema presente nesse filme e que remete ao que ocorreu segundo o descrito a
cima.
O cinema paroquial do Alecrim
A primeira
exibição do Cinema Paroquial do Alecrim ocorreu as 19h30 do dia 27/06/1947
estreando com o filme “Flores do pó”, uma película que representava o triunfo
de uma alma dedicada a espinhosa missão de educar.
A partir de então haveria sessões todas
as noites ao preço de Cr$ 3,00 (A ORDEM, 27/06/1947, p.4).
Estava localizado na rua Fonseca e
Silva no Alecrim.
O cinema
paroquial do Tirol
Por iniciativa da Ação Católica
Brasileira com a colaboração do vigário da paróquia, o cônego Luis Vanderelei,
foi inaugurado em 14/05/1955 o cinema paroquial do Tirol que teria exibições
todos os sábados no salão anexo a matriz do Tirol.
Os filmes que seriam exibidos
pertenciam a cadeia de mantida pelo Circulo de Cinema Católicos, que tinha sede
no Recife, sendo portanto, películas escolhidas e de longa metragem de conteúdo
católico.
Segundo o jornal o Poti a sessão de
inauguração teve avultada assistência de pessoas tendo sido cobrado preços
populares sem visar lucros, apenas para garantir o aluguel dos filmes e
despesas de energia elétrica.
O programa seria fixado para sábados,
domingos e segundas, inclusive com horários especiais para crianças. (O POTI, 18/05/1955,
p.3).
Nenhum comentário:
Postar um comentário