Escolhida como sede do bispado da
região oeste do estado, o segundo criado em território potiguar.
A cidade de Mossoró pelo fato de está situada
numa reentrância do litoral, mau grado sua grande proximidade com a orla
costeira, também se avizinhava bastante do sertão.
Sofria
por isso mesmo em todos o seu aspecto, a dupla influência da cidade porto de
mar e da cidade centro sertanejo.
Essa
reentrância do litoral, formando uma espécie de baia, fazia com que a linha praieira
avançasse terra a dentro em mais de 100 km, trazendo como consequência a
transformação de Mossoró no escoadouro natural da rica e promissora zona oeste
do Estado (ainda pouco explorada) e das terras circundantes do Ceará e da Paraiba,tornando-o
também um ‘centro social’ muito apto a fundação de uma Diocese.
Antes que a ferrovia se desenvolvesse
cortando com suas paralelas de aço essas terras dos dois Estados
vizinhos,quando o comércio se fazia pelo passo lento dos comboios, e as vezes
pela marcha preguiçosa dos carros de bois, Mossoró se tornou pela sua posição
natural privilegiada de fator de centralização, um dos maiores empórios
comerciais do Nordeste,s endo mesmo chamado a Manchester brasileira.Crato, Icó,
Catolé, Piancó, Souza procuravam Mossoró para seus negócios.
Penetravam diariamente na cidade
dezenas de tropas de cargueiros levando algodão, couro, a cera de carnaúba e
recebendo de volta as ferragens, as fazendas, as louças, o querosene e o sabão.
Chegada a era do trem de ferro, naquela
zona, aposentadas as bestas de carga, Ceará e Paraiba empurraram os trilhos
pelas fronteiras, e entretanto estacionou a estrada de fero de Mossoró e com ela
o comercio da cidade.Mais alto do que as leis naturais falavam as artificiais
modificações impostas pelo menor custo do transporte.
O porto onde fundeavam navios nacionais
e estrangeiros foi se aterrando, estava aquela época
a sua barra obstruída.Veio
a decadência.Mas o prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró entroncando com
as do alto sertão paraibano impediria essa decadência, desde que também o porto
fosse trabalhado.
De certo não voltaria mais tudo para
Mossoró.Mas as leis naturais se encarregariam de fazer voltar a maior porção.
Não se compreendia como que uma cidade
de futuro, centro de fértil zona, o rico vale do Apodi e Mossoró, os chapadões
desse mesmo nome, com seu gesso, as carnaúbas, o algodão, a pecuária, que uma
zona de grandes salinas, tão rendosas ao Governo federal, ficasse em abandono
quando só do imposto de sal no triênio
de 1932 a 1934 foi a renda federal superior a 1.200 contos, o que justificaria
um maior carinho ao seu problema portuário.
Era em suma uma cidade de futuro tanto
mais certo quanto a energia dos filhos lhe assegurassem.
Dados administrativos e econômicos
A
cidade de Mossoró tinha como prefeito a época da criação do bispado o Pe. Luiz
Mota, que também era o vigário da catedral.Era juiz de direito Adalberto
Amorim, o juiz distrital era Epitácio Fernandes e o promotor público Abel
Coelho.
Desde 1917 a cidade era iluminada a luz
elétrica, possuindo serviço de telefone igualmente.Estava dotada de Escola
Normal, Colégio das Irmãs Fransciscanas, Ginásio,Grupo Escolar e Escolas
Reunidas, sociedades operárias e esportivas, tiro de guerra etc.
Funcionava um fábrica de óleo de oiticica, havia
recentemente sido instalada, possuindo igualmente oficinas de ferragens. Suas
salinas tinham área calculada em 432.000.000m².O comercio era regular, outrora
florescente.Em todo o caso mantinha relações intensas com varias praças.Era
sede de uma companhia de fuzileiros da força pública, mais uma prova de seus
papel de central da zona oeste.
Colégio Sagrado Coração de Maria
Ginásio Santa Luzia
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