sexta-feira, 28 de junho de 2019

MOSSORÓ A ÉPOCA DA CRIAÇÃO DO BISPADO



         Escolhida como sede do bispado da região oeste do estado, o segundo criado em território potiguar.
 A cidade de Mossoró pelo fato de está situada numa reentrância do litoral, mau grado sua grande proximidade com a orla costeira, também se avizinhava bastante do sertão.
Sofria por isso mesmo em todos o seu aspecto, a dupla influência da cidade porto de mar e da cidade centro sertanejo.
Essa reentrância do litoral, formando uma espécie de baia, fazia com que a linha praieira avançasse terra a dentro em mais de 100 km, trazendo como consequência a transformação de Mossoró no escoadouro natural da rica e promissora zona oeste do Estado (ainda pouco explorada) e das terras circundantes do Ceará e da Paraiba,tornando-o também um ‘centro social’ muito apto a fundação de uma Diocese.
         Antes que a ferrovia se desenvolvesse cortando com suas paralelas de aço essas terras dos dois Estados vizinhos,quando o comércio se fazia pelo passo lento dos comboios, e as vezes pela marcha preguiçosa dos carros de bois, Mossoró se tornou pela sua posição natural privilegiada de fator de centralização, um dos maiores empórios comerciais do Nordeste,s endo mesmo chamado a Manchester brasileira.Crato, Icó, Catolé, Piancó, Souza procuravam Mossoró para seus negócios.
         Penetravam diariamente na cidade dezenas de tropas de cargueiros levando algodão, couro, a cera de carnaúba e recebendo de volta as ferragens, as fazendas, as louças, o querosene e o sabão.
         Chegada a era do trem de ferro, naquela zona, aposentadas as bestas de carga, Ceará e Paraiba empurraram os trilhos pelas fronteiras, e entretanto estacionou a estrada de fero de Mossoró e com ela o comercio da cidade.Mais alto do que as leis naturais falavam as artificiais modificações impostas pelo menor custo do transporte.
         O porto onde fundeavam navios nacionais e estrangeiros foi se aterrando, estava aquela época
a sua barra obstruída.Veio a decadência.Mas o prolongamento da Estrada de Ferro de Mossoró entroncando com as do alto sertão paraibano impediria essa decadência, desde que também o porto fosse trabalhado.
         De certo não voltaria mais tudo para Mossoró.Mas as leis naturais se encarregariam de fazer voltar a maior porção.
         Não se compreendia como que uma cidade de futuro, centro de fértil zona, o rico vale do Apodi e Mossoró, os chapadões desse mesmo nome, com seu gesso, as carnaúbas, o algodão, a pecuária, que uma zona de grandes salinas, tão rendosas ao Governo federal, ficasse em abandono quando só do imposto  de sal no triênio de 1932 a 1934 foi a renda federal superior a 1.200 contos, o que justificaria um maior carinho ao seu problema portuário.
         Era em suma uma cidade de futuro tanto mais certo quanto a energia dos filhos lhe assegurassem.

Dados administrativos e econômicos
A cidade de Mossoró tinha como prefeito a época da criação do bispado o Pe. Luiz Mota, que também era o vigário da catedral.Era juiz de direito Adalberto Amorim, o juiz distrital era Epitácio Fernandes e o promotor público Abel Coelho.
     Desde 1917 a cidade era iluminada a luz elétrica, possuindo serviço de telefone igualmente.Estava dotada de Escola Normal, Colégio das Irmãs Fransciscanas, Ginásio,Grupo Escolar e Escolas Reunidas, sociedades operárias e esportivas, tiro de guerra etc.
    Funcionava um fábrica de óleo de oiticica, havia recentemente sido instalada, possuindo igualmente oficinas de ferragens. Suas salinas tinham área calculada em 432.000.000m².O comercio era regular, outrora florescente.Em todo o caso mantinha relações intensas com varias praças.Era sede de uma companhia de fuzileiros da força pública, mais uma prova de seus papel de central da zona oeste.

                                 Colégio Sagrado Coração de Maria 




                                                Ginásio Santa Luzia

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