sábado, 29 de junho de 2019

PROJETOS DE DOIS RAMAIS FERROVIÁRIOS QUE NUNCA SAÍRAM DO PAPEL



         Um novo plano de viação nacional foi enviado em 1949 a Câmara dos Deputados e continuava em estudos em 1950 na comissão de transportes.
O plano procurava melhorar a rede de comunicações ferroviárias do Estado do Rio Grande do Norte e para ser apreciado conjuntamente com aquele plano o deputado Gil Soares apresentou o seguinte projeto:

Projeto nº 819 de 1950 Altera o plano nacional para inclusão de dois ramais ferroviários no Rio Grande do Norte.
Art. 1º- Fica alterado o Plano Geral de Viação Nacional para inclusão dos seguintes ramais no Estado do Rio Grande do Norte:
I-RAMAL DE APODI- Da Estrada de Ferro Sampaio Correia, que partirá do trecho Angicos-São Rafael e atravessará o território dos municípios de Assu, Augusto Severo e Caraúbas, para terminar na cidade de Apodi.
II-RAMAL DE PAU DOS FERROS- Da estrada de Ferro de Mossoró que partirá da estação de Demétrio Lemos, no Município de Martins, com destino a cidade de Pau dos Ferros.
         Art. 2º A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação,  revogadas as disposições em contrário.

Justificativas
         1. A Estrada de Ferro Sampaio Correia (ex Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte) seguia pela faixa litorânea ao sul do estado em direção a Nova Cruz de onde penetrava no território paraibano, na zona de Guarabira, para ligar-se à Great Western of Brazil  até Maceió.
         Partindo ainda do porto de Natal passava pela região do Ceará-Mirim para alcançar Angicos e prosseguindo para São Rafael a margem direita do rio Açu. Dai tomaria o rumo de Caicó, via Jucurutu, segundo o primitivo traçado.
         O Ramal de Macau partia de Lajes, a época chamada Itaretama, mas os trens ainda não ultrapassavam a velha estação de Gaspar Lopes, posteriormente Epitácio Pessoa, atual Pedro Avelino.
2. O porto de Areia Branca era ponto de partida igualmente de outra estrada de ferro que atravessava os municípios de Mossoró, Caraúbas, Patu, Martin e Alexandria. Os trilhos já estavam em terras do estado da Paraiba, em demanda da cidade de Souza, onde se encontraria com os trilhos da Rede de Viação Cearense.
3.Era inprescidivel, portanto para a prosperidade econômica do Rio Grande do Norte a ligação das duas ferrovias do estado, a EFSC e a EFMS.E que isso se faria de maneira a colocar, também, Natal e Mossoró em comunicação muito mais rápida com os municípios mais distantes que eram justamente os situados na Zona Oeste.
4.A outra finalidade deste projeto era a de levar os trilhos até Apodi, uma das regiões ainda muito precária de comunicação por transporte terrestre.
5. Em consequência:
a) A cidade de Açu enquanto não houvesse daí ramal direto para Mossoró seria ponto de embarque e desembarque de mercadorias no que se referisse a Mossoró e Areia Branca com a utilização dos 74 km da grande rodovia construída pelo DNOCS.
b) A cidade de Caraúbas pela sua magnífica posição geográfica serviria de ponto de cruzamento da EFSC com a EFMS.
c) A Vila de Demétrios Lemos, antiga Boa Esperança, no município de Martins colocaria a cidade de Pau dos Ferros que era o maior entroncamento rodoviário da Zona Oeste em comunicação com Mossoró e Natal e o território da Paraíba.
6. Finalmente o sistema ferroviário do Rio Grande do Norte atingiria assim a mais completa eficiência.
         O projeto foi protocolado na sala das sessões do Congresso Nacional em 05/09/1950 pelo deputado Gil Soares. (DIÁRIO DE NATAL, 13/09/1950, p.4).
         Tudo muito bonito, mas como se sabe tais ramais jamais saíram do papel, do campo  da ideias e da boas intenções.

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