Um novo plano de viação nacional foi
enviado em 1949 a Câmara dos Deputados e continuava em estudos em 1950 na
comissão de transportes.
O
plano procurava melhorar a rede de comunicações ferroviárias do Estado do Rio
Grande do Norte e para ser apreciado conjuntamente com aquele plano o deputado
Gil Soares apresentou o seguinte projeto:
Projeto nº 819 de 1950
Altera o plano nacional para inclusão de dois ramais ferroviários no Rio Grande
do Norte.
Art.
1º- Fica alterado o Plano Geral de Viação Nacional para inclusão dos seguintes
ramais no Estado do Rio Grande do Norte:
I-RAMAL
DE APODI- Da Estrada de Ferro Sampaio Correia, que partirá do trecho
Angicos-São Rafael e atravessará o território dos municípios de Assu, Augusto
Severo e Caraúbas, para terminar na cidade de Apodi.
II-RAMAL
DE PAU DOS FERROS- Da estrada de Ferro de Mossoró que partirá da estação de
Demétrio Lemos, no Município de Martins, com destino a cidade de Pau dos
Ferros.
Art. 2º A presente lei entrará em vigor
na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Justificativas
1. A Estrada de Ferro Sampaio Correia
(ex Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte) seguia pela faixa
litorânea ao sul do estado em direção a Nova Cruz de onde penetrava no
território paraibano, na zona de Guarabira, para ligar-se à Great Western of Brazil até Maceió.
Partindo ainda do porto de Natal
passava pela região do Ceará-Mirim para alcançar Angicos e prosseguindo para
São Rafael a margem direita do rio Açu. Dai tomaria o rumo de Caicó, via
Jucurutu, segundo o primitivo traçado.
O Ramal de Macau partia de Lajes, a
época chamada Itaretama, mas os trens ainda não ultrapassavam a velha estação
de Gaspar Lopes, posteriormente Epitácio Pessoa, atual Pedro Avelino.
2.
O porto de Areia Branca era ponto de partida igualmente de outra estrada de
ferro que atravessava os municípios de Mossoró, Caraúbas, Patu, Martin e
Alexandria. Os trilhos já estavam em terras do estado da Paraiba, em demanda da
cidade de Souza, onde se encontraria com os trilhos da Rede de Viação Cearense.
3.Era
inprescidivel, portanto para a prosperidade econômica do Rio Grande do Norte a
ligação das duas ferrovias do estado, a EFSC e a EFMS.E que isso se faria de
maneira a colocar, também, Natal e Mossoró em comunicação muito mais rápida com
os municípios mais distantes que eram justamente os situados na Zona Oeste.
4.A
outra finalidade deste projeto era a de levar os trilhos até Apodi, uma das
regiões ainda muito precária de comunicação por transporte terrestre.
5.
Em consequência:
a)
A cidade de Açu enquanto não houvesse daí ramal direto para Mossoró seria ponto
de embarque e desembarque de mercadorias no que se referisse a Mossoró e Areia
Branca com a utilização dos 74 km da grande rodovia construída pelo DNOCS.
b)
A cidade de Caraúbas pela sua magnífica posição geográfica serviria de ponto de
cruzamento da EFSC com a EFMS.
c)
A Vila de Demétrios Lemos, antiga Boa Esperança, no município de Martins
colocaria a cidade de Pau dos Ferros que era o maior entroncamento rodoviário
da Zona Oeste em comunicação com Mossoró e Natal e o território da Paraíba.
6.
Finalmente o sistema ferroviário do Rio Grande do Norte atingiria assim a mais
completa eficiência.
O projeto foi protocolado na sala das
sessões do Congresso Nacional em 05/09/1950 pelo deputado Gil Soares. (DIÁRIO
DE NATAL, 13/09/1950, p.4).
Tudo muito bonito, mas como se sabe
tais ramais jamais saíram do papel, do campo
da ideias e da boas intenções.
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