O engenheiro Helio Lobo, diretor da
Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, ao regressar do Rio de
Janeiro trouxe na bagagem algumas novidades para os natalenses, dentre estas
estava a construção de um novo prédio para a estação central das estradas de
ferro do estado.A noticia foi considerada sumamente agradável, muito embora
tivesse que desaparecer da paisagem urbana da capital potiguar uma das fachadas
mais conhecidas da cidade e um dos pontos mais frequentados que era a antiga
estação da Great Western, que havia passado aquele tempo do domínio daquela
companhia inglesa para o patrimônio nacional.
A substituição das instalações centrais
das duas estradas de ferro, reunidas que serviam ao Estado já era tempo de ser
objeto de estudo e decisão, segundo adiantava ao jornal Diário de Natal o
engenheiro Helio Lobo.
A antiga estação era considerada de
arquitetura antiquada, sem comodidades e até mesmo sem uma gare suficiente.
A estação central de Natal passaria
assim por uma grande reforma o qual passaria a ser um prédio moderno, com os
seus principais serviços administrativos aproximados entre si e no centro da
cidade. ( DIÁRIO DE NATAL, 31/05/1948,p.5).
Já o jornal A Ordem dizia “não podemos
deixar de salientar aqui, por outro lado o bom gosto do Sr. Diretor da Estrada
de Ferro Central, dotando tão importante ferrovia do Estado de uma confortável
e luxuosa estação central.Aliada a todos os requisitos da arquitetura moderna
indispensáveis da uma perfeita obras a Gare Central que se ergue na Augusto
Severo [...]”.(A ORDEM, 06/02/1950,p.4).
A capital potiguar perderia assim uma dos aspectos tradicionais da cidade que
era a estação central da antiga GWBR. Em seu lugar deveria surgir um edifício
novo, de novo estilo e de novas grandezas.
Em 25/08/1948 o jornal Diário de Natal
já registrava que o antigo prédio estava sendo demolido pelo martelo dos
pedreiros.
A cidade, devia ser muito
atrasada, cheias de alagadiços e de desertos quando se fez o contrato da
construção da estrada de ferro, em 1874, pelo sistema dos privilégios de longo
prazo, as plantas não correspondiam aos
interesses mútuos, tanto assim que foram modificadas em 1877, quando o governo
autorizou o funcionamento, com o nome de “Imperial Brazilian Natal and Nova
Cruz Railway Company Limited”, com o capital de menos de seis milhões de
cruzeiros.
Em 1880 foi inaugurada a estrada, mas
somente em outubro de 1881 era aberto ao
tráfego a primeira seção entre Natal e São José de Mipibu.Em 1882 funcionava a
segunda seção entre São José de Mipibu e Montanhas e no ano seguinte a terceira seção entre
Montanhas e Nova Cruz.
Esses dados históricos tem a função de
indicar a época provável da existência da casa que por tantos anos serviu de
estação inicial da nossa primeira ferrovia.
Não se sabe se as modificações externas
vieram modificando a primitiva construção. Mas, de qualquer maneira, com a sua
feição achalesada, nunca deixou de dar uma impressão tranquila de um passado de
70 anos.
Segundo o jornal Diário de Natal a
praça Augusto Severo teria dentro de poucos meses sobre esse ponte histórico da
cidade um marco de civilização contemporânea.Linhas modernas, simples, retas,
formariam a futura estação da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
Segundo o mesmo jornal, os trabalhos
começaram com afinco.Não era demais pensar que a nova obra prosseguisse no
mesmo ritmo.
O jornal dizia ainda que de fato a
cidade não olhava com bons olhos para a velha estação onde não havia mais nem
onde se esperar alguém ou se aguardar o minuto de tomar um vagão. (DIÁRIO DE
NATAL, 25/08/1948,p.5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário