quinta-feira, 6 de junho de 2019

A NOVA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA CENTRAL DE NATAL



         O engenheiro Helio Lobo, diretor da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, ao regressar do Rio de Janeiro trouxe na bagagem algumas novidades para os natalenses, dentre estas estava a construção de um novo prédio para a estação central das estradas de ferro do estado.A noticia foi considerada sumamente agradável, muito embora tivesse que desaparecer da paisagem urbana da capital potiguar uma das fachadas mais conhecidas da cidade e um dos pontos mais frequentados que era a antiga estação da Great Western, que havia passado aquele tempo do domínio daquela companhia inglesa para o patrimônio nacional.
         A substituição das instalações centrais das duas estradas de ferro, reunidas que serviam ao Estado já era tempo de ser objeto de estudo e decisão, segundo adiantava ao jornal Diário de Natal o engenheiro Helio Lobo.
         A antiga estação era considerada de arquitetura antiquada, sem comodidades e até mesmo sem uma gare suficiente.




         A estação central de Natal passaria assim por uma grande reforma o qual passaria a ser um prédio moderno, com os seus principais serviços administrativos aproximados entre si e no centro da cidade. ( DIÁRIO DE NATAL, 31/05/1948,p.5).
         Já o jornal A Ordem dizia “não podemos deixar de salientar aqui, por outro lado o bom gosto do Sr. Diretor da Estrada de Ferro Central, dotando tão importante ferrovia do Estado de uma confortável e luxuosa estação central.Aliada a todos os requisitos da arquitetura moderna indispensáveis da uma perfeita obras a Gare Central que se ergue na Augusto Severo [...]”.(A ORDEM, 06/02/1950,p.4).
         A capital potiguar perderia assim  uma dos aspectos tradicionais da cidade que era a estação central da antiga GWBR. Em seu lugar deveria surgir um edifício novo, de novo estilo e de novas grandezas.
         Em 25/08/1948 o jornal Diário de Natal já registrava que o antigo prédio estava sendo demolido pelo martelo dos pedreiros.



          A cidade, devia ser muito atrasada, cheias de alagadiços e de desertos quando se fez o contrato da construção da estrada de ferro, em 1874, pelo sistema dos privilégios de longo prazo, as  plantas não correspondiam aos interesses mútuos, tanto assim que foram modificadas em 1877, quando o governo autorizou o funcionamento, com o nome de “Imperial Brazilian Natal and Nova Cruz Railway Company Limited”, com o capital de menos de seis milhões de cruzeiros.
         Em 1880 foi inaugurada a estrada, mas somente em outubro  de 1881 era aberto ao tráfego a primeira seção entre Natal e São José de Mipibu.Em 1882 funcionava a segunda seção entre São José de Mipibu e Montanhas  e no ano seguinte a terceira seção entre Montanhas e Nova Cruz.
         Esses dados históricos tem a função de indicar a época provável da existência da casa que por tantos anos serviu de estação inicial da nossa primeira ferrovia.
         Não se sabe se as modificações externas vieram modificando a primitiva construção. Mas, de qualquer maneira, com a sua feição achalesada, nunca deixou de dar uma impressão tranquila de um passado de 70 anos.
         Segundo o jornal Diário de Natal a praça Augusto Severo teria dentro de poucos meses sobre esse ponte histórico da cidade um marco de civilização contemporânea.Linhas modernas, simples, retas, formariam a futura estação da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte.
         Segundo o mesmo jornal, os trabalhos começaram com afinco.Não era demais pensar que a nova obra prosseguisse no mesmo ritmo.
         O jornal dizia ainda que de fato a cidade não olhava com bons olhos para a velha estação onde não havia mais nem onde se esperar alguém ou se aguardar o minuto de tomar um vagão. (DIÁRIO DE NATAL, 25/08/1948,p.5).








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