A vila de Estremoz é uma das
primeiras vilas construídas no Brasil, no entanto era também uma da mais
decadentes que se conhecia no Rio Grande do Norte na década de 1930.A época
Estremoz figurava como distrito do município de Ceará-Mirim.Eis a seguir um
apanhando histórico da situação de Estremoz naquele período.
Não obstante se achar próxima a uma
lagoa em cujas margens a agricultura vinha sendo muito incrementada, Estremoz
estava apenas a poucos quilômetros da capital, contando em 1933 com três viagens
de trens diárias de ida e volta ( a estação ali foi inaugurada em 13/06/1906
pelo então presidente da República Afonso Pena).
Segundo o jornal Diário de Pernambuco naquele
ano de 1933 a vila em quase nada havia melhorado no tocante a edificações e
movimento de negócios.
A igreja de São Miguel Arcanjo e Nossa
Senhora dos Prazeres
A igreja local, cujo orago era São
Miguel Arcanjo e Nossa Senhora dos Prazeres foi levantada havia cerca de 300
anos, pelos jesuítas incumbidos da catequese dos índios. Era um templo muito
espaçoso, conservando ainda, na fachada e no interior, apesar das grandes reformas
por que tinha passado já no século XX, o estilo colonial em que foi construída.Na imagem a baixo é possível vê a antiga igreja de Estremoz
Foto: Revista O Malho,1923. |
Na arcada principal havia em alto
relevo a coroa portuguesa e nos altares encontravam-se ainda imagens trazidas
pelos navegadores lusitanos de outrora. Em nichos, na sacristia, existiam também
três imagens, as quais, segundo a tradição, foram encontradas na lagoa.
As ruínas do convento
Em
Estremoz viam-se ainda as ruínas do convento edificado ao lado da igreja, bem
como o extenso subterrâneo que partindo de um dos corredores laterais desta,
toavam a direção da lagoa.
A descoberta desse subterrâneo foi
feita por pessoas que, desde o século XIX ali eram levadas por sonhos e
aparições e que por mesmo tinha empregado muito tempo e dinheiro em escavações a
procura de tesouros.
Outros monumentos de Estremoz
Em frente a igreja havia um e majestoso
cruzeiro e igualmente um pelourinho onde costumavam açoitar os escravos da
vila.
Pouco adiante, no centro da praça,
divisava-se um prédio bastante carcomido e destelhado, era a antiquíssima Casa
de Câmara e Cadeia. As espessas paredes, apesar do abandono e da vegetação que
surgia em vários pontos, sustentavam ainda muitos cardeiros, que davam a ruína um
aspecto bem bizarro.
Ruinas da Casa de Câmara e Cadeia
Fotos: Revista Cruzeiro,1938. |
Na havia ruas. Existia apenas uma
grande praça em torno da qual via-se quase todas as casas da localidade.A baixo pode se vê aspectos da Vila de Estremoz ao fundo
Fotos: Revista Cruzeiro,1938.
Após a revolução de 1935
Entretanto, após a revolução de 1935,
já se notava certa diferença na vida de Estremoz.
Naquele ano de 1933 a prefeitura de
Ceará-Mirim construiu um pequeno mercado e estava edificando um grupo escolar
em frente a estação ferroviária da EFCRGN. Duas boas vivendas estavam também quase
concluídas.O poder público, pois já estava se voltando para esse lugar que era
um dos mais históricos do nordeste do Brasil.
Se fosse levado a efeito o aumento do
lastro da ponte de Igapó de modo a permitir a passagem de automóveis, Estremoz
seria uma das localidades mais beneficiadas com tal medida.
A festa de São Miguel
No domingo dia 08/10/1933 realizou-se a
festa de São Miguel, padroeiro da Vila. Desde a véspera, a noite a EFCRGN fizera
correr um trem de recreio entre Natal e Ceará-Mirim onde desceram muitas
pessoas em Estremoz para prestigiar a festa do padroeiro daquela Vila.
Pelas
11h00 foi celebrada pelo vigário de Ceará-Mirim, cônego Celso Cicco, uma missa.
Excelente orquestra e um grupo de gentis senhoritas de Natal ocuparam o coro da
tradicional igreja.
No centro da praça, o público tomou
parte em varias diversões, que decorreram em perfeita ordem. (diário de
Pernambuco, 27/10/1933, p.7).
Criação das Escolas Reunidas de Estremoz
Pelo Departamento de Educação foi criado
na povoação de Estremoz, município de Ceará-Mirim, duas Escolas Reunidas em 28/02/1934,
ficando nelas absorvidas a escola rudimentar já existente. (DIÁRIO DE
PERNAMBUCO, 28/02/1934, p.4).
Escolas Reunidas de Estremoz
Foto: Diário de Pernambuco,1934. |
Em tempo
Segundo
Câmara Cascudo o vocábulo Estremoz deve ser grafada com S e não com X, pois a toponímia
se deu em homenagem a Vila de Estremoz na região do Alentejo em Portugal, e
como tal se escreve desde tempos antigos dessa forma ESTREMOZ.
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