O
drama da professora Bernadete Xavier Gomes estava comovendo todo o nordeste e o
restante do país em 1955. Desenganada pela medicina ao ser diagnosticada com um
câncer no pulmão, segundo o jornal Diário de Pernambuco “o estoicismo com que a
mocinha de Currais Novos vinha enfrentando seu terrível drama e a sua
disposição de empenhar todas às ultimas reservas de energias no incremento da
campanha de combate ao mal que a vitimou, vem calando profundamente em todos os
círculos sociais da região, movimentando a imprensa e rádio num novo e
expressivo grito de alerta contra a moléstia ceifadora impiedosa de vidas
humanas”.
Bernadete
tinha 25 anos e pelos menos há 3 sofria de câncer.Ela era professora primária
de Currais Novos.Um dia, jogando vôlei caiu e fraturou o braço.Curou-se mas,
meses depois começou a sentir dores no local da ferida.Os médicos extraíram um
tumor maligno e ai começou o sofrimento da moça.O tumor ressurgiu em outro
local.
Foi
internada num hospital do Recife, onde foi operada mais duas vezes, sem que o
mal regredisse, o qual voltava depois de cada operação. Ela foi para o Rio de Janeiro,
onde foi novamente operada e permaneceu dois anos no hospital, depois que os
médicos lhe deram 40 dias de vida.
-"eu
sabia, por dentro, que minha doença era grave.Sentia que os médicos me
sonegavam a verdade.Várias vezes disse o dr. José Renda: doutor o senhor não
quer dizer o que está acontecendo comigo.O senhor sabe que a radioterapia é só
para aliviar as dores.Doutor, eu sou forte.Diga, pelo amor de Deus, o que eu
tenho.Diga, ainda que eu tenha de chorar muito".
Mas o doutor José Renda não cedia. Nunca
acenou com uma desesperança para Bernadete.Sabia sim que o mal era grave.Como
também sabia que a verdade não faria a
professorinha sarar.
Assim, em peregrinação de hospital a
hospital, de médico a médico (dezenas de exames e dezenas de consultas a
especialistas), Bernadete conheceu o dr. Pizon, especialista em pulmão.Os
exames afirmaram a verdade crua, a verdade que Bernadete temia e desejava
conhecer: metastose pulmonar,ou seja, a infiltração do câncer no seu
pulmão.Todo o órgão direito de respiração devastado pela moléstia.Percebeu que
viver era questão de milagre.Agora, aguardava os resultados dos últimos exames
feitos no Rio, no Serviço Nacional do Câncer.Os drs. João Luis e Cabral, este radiologista, diriam mais
algumas frases para Bernadete.
O pior inimigo de Bernadete era o
silêncio, era as horas mortas do hospital.O desfile cortante dos segundos.A
ausência do som, de qualquer ruído, provocava nela a prole numerosa de
pensamentos de mau agouro.
O travesseiro mole era o seu confidente mais intimo.A personagem muda que enxugava as lagrimas que ninguém via, as lagrimas que ela transformava em sorrio, nos momentos que se sentia observada.Seus olhos já estavam cansados do branco das paredes, cansados de fitar enfermeiras e aventais, como seus ouvidos exaustos de ouvir promessas falsas, que falam em pronto restabelecimento.
O travesseiro mole era o seu confidente mais intimo.A personagem muda que enxugava as lagrimas que ninguém via, as lagrimas que ela transformava em sorrio, nos momentos que se sentia observada.Seus olhos já estavam cansados do branco das paredes, cansados de fitar enfermeiras e aventais, como seus ouvidos exaustos de ouvir promessas falsas, que falam em pronto restabelecimento.
Era pois, nesses instantes de cisma
grave, na véspera do seu sono atribulado de todas as noites, lá no seus
hospital da Penha Circular, que Bernadete se agarrava, desesperada, a uma
derradeira migalha de esperança, ao veredito, que em última instancia, lhe
daria o tribunal dos homens de ciência.
A
professorinha sempre foi uma filha exemplar. Queria estudar Medicina.Corria os
arredores da sua cidade de 1.600 habitantes, para dar remédios a pobreza das
criancinhas.E , manhã cedo, ia rezar na igreja do Monsenhor Paulo Herôncio, ou
pisar o orvalho dos roçados vizinhos, antes do sol nascer.
Falando
a imprensa pernambucana Bernadete Xavier teve a oportunidade de fazer as
seguintes declarações ao jornal Diário de Pernambuco:
- “Meu maior desejo é que os meus
companheiros de infortúnio, com os quais venho convivendo, diariamente, possam
ser, num futuro próximo melhor amparados. Nesse sentido é que vou dirigir, amanhã,
um apelo ao povo do Recife e,extensivamente,de Pernambuco, para que ajude a
Campanha de Construção do Hospital’, declarou a corajosa professorinha de
Currais Novos.
A baixo o prospecto do Hospital do Câncer do Recife cuja a campanha pela sua construção foi encabeçada pela professora Bernadete Xavier
Fonte: Diário de Pernambuco,30/09/1956,p.1. |
Durante a tarde do dia 13/08/1955 “a
corajosa e resignada professorinha” como vinha sendo chamada Bernadete Xavier
pelos médicos e profissionais da clinica, foi visitada por inúmeras pessoas
residentes no Recife, que lhe foram levar palavras de conforto. Senhoras da
sociedade pernambucana, estudantes, comerciárias, professoras primárias da
Capital estiveram na sala 3 da clinica do câncer a fim de conhecê-la.
Para Bernadete Xavier, essas
demonstrações de afeto e compreensão representaram muito. Ela nunca deixou de
ser comunicativa. E, no inicio de sua doença, informou um dos seus amigos mais
próximos, o Sr. Aluizio Leal, quando eram poucas as esperanças de realizar a
primeira cirurgia Bernadete escondia suas magoas diante dos presentes, até
mesmo diante da família.
-“Quando estudante e voltava a Currais
Novos para passar minhas férias, disse ela, certa vez, ao repórter, guardava
todas as minhas magoas de menina humilhada do interior.Não quero dizer com isso
que só existiu para mim o lado bom das coisas.Sofri e lamentei maus pedaços da
vida”.
“Quanto a minha doença, estou resignada
e conformada com a esperança de poder auxiliar através do meu apelo ao povo,
todos os companheiros de infortúnio. É uma missão que desempenho com o espírito
feliz.
A baixo Bernadete Xavier em companhia de uma criança internada na Clínica do Câncer do Recife onde ambas estavam internadas em 1955.Mesmo doente Bernadete procurava animar as pessoas com a mesma doença que a sua.
Bernadete Xavier na Clinica do Câncer em Recife
Encontro de Bernadete com a miss Brasil
de 1955
Poucos minutos depois de desembarcar do
avião que a trouxe de Fortaleza a Srta. Emilia Correia Lima, miss Brasil de
1955, dirigiu-se a Clinica do Câncer do Hospital de Santo Amaro, a fim de
visitar Bernadete Xavier Gomes, de quem recebera convite para vir a Pernambuco ajudar a campanha em
favor da construção de um hospital para tratamento do câncer no Recife.
O
encontro das duas professorinhas foi comovente, Emilia abraçou, ambas passaram
a conversar demoradamente e a jovem doente sempre alegre, parecia conter a
emoção da miss Brasil. Bernadete disse que a presença de Emilia era um estimulo
e renovava seu entusiasmo pela cruzada a que vinha se dedicando.(DIÁRIO DE PERNAMBUCO,
26/08/1955,p.1).
A baixo o encontro de Bernadete e a então Miss Brasil Emília Correia Lima
Fonte: diário de PE,18/08/1955,p.4 |
A viagem de Bernadete para ao Rio de Janeiro e São Paulo
A medida que se aproximava o momento da
partida de Bernadete Xavier Gomes par ao sul do país ia crescendo o número
daqueles que procuravam levar à professorinha de Currais Novos na Clinica de Câncer
do Hospital Santo Amaro, a sua visita de conforto e solidariedade.
Bernadete foi ao Rio de Janeiro e a São
Paulo em busca de melhores resultados para sua saúde, mas também para prosseguir na campanha que estava
empenhada pela construção do Hospital do Câncer do Recife.
Bernadete Xavier no Rio de Janeiro
Fonte: O
cruzeiro, 17/09/1955, p. 08-10.
Como não tinha condições físicas devido ao estágio avançado do tumor, Bernadete não pode subir até o Cristo Redentor, ficou na base do monumento onde o contemplou e orou olhando para o mesmo.
Bernadete internada no Rio de Janeiro
Fonte: Revista da Semana,1955,p.37-39.
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O sonho de ir a Lourdes
Em
1957 decidira ir a Lourdes, na França, tentar a cura pelo milagre. Sua viagem
foi patrocinada por dona Sarah Kubistschek.Embarcou num avião da Panair cheia
de esperanças e sentindo-se curada, depois de banhar-se algumas vezes na
piscina milagrosa perto da gruta onde a Virgem apareceu há mais 160 anos.Ela
nunca perdera a esperança e acreditava na cura até a hora da morte.(REVISTA DA
SEMANA, 1958,p.28).
Na foto a baixo Bernadete Xavier no hospital do Rio de Janeiro pouco tempo antes de ir a França.
Fonte: Revista da Semana,1958,p.28.
-“Já
perdi a fé na minha salvação pela ciência dos homens, mas continuo acreditando
em Deus. Serei muito feliz se me ajudarem a viajar até Lourdes, na França, para
pagar uma promessa a Nossa Senhora, porque tenho fé num milagre”.
Bernadete
precisava de 30.000 cruzeiros para a sua viagem e fazia apelo aos leitores e ao
presidente da república no sentido de ajudá-la a realizar o seu sonho de ir a
Lourdes.
“não
quero que façam sensacionalismo em torno do meu caso.Preciso apenas da ajuda
dos homens para conseguir de Deus a ajuda que minha fé em Nossa Senhora de
Lourdes prediz” disse Bernadete ao jornal do Brasil (JORNAL DO BRASIL,03/12/1957,p.7).
“-Tenho
certeza de que algum dia o homem vencerá o câncer.Por isso lutei pelo hospital,
onde muitas pesquisas podem ser feitas.Hoje só Deus pode me salvar”.
Pepita Xavier Gomes, a irmã de
Bernadete, era quem a acompanhava no seu sofrimento.Achava que a irmã era
conformada demais, tanto que as vezes a consolava.Explicou que precisava de
dinheiro para comprar roupas de frio, pagar transporte, estadia e outras
despesas na França, assim como fazer completo exame médico num hospital
especializado.
Além disso, o estado dela era tão
delicado que exigia a presença de uma enfermeira como sua acompanhante, pois
precisava de cuidados especiais durante a viagem de avião.
Atendendo ao apelo da professora
Bernadete Xavier, muitas pessoas começaram a colaborar para a viagem que ela
pretendia fazer a Lourdes, na França, onde esperava receber a cura como milagre
de Nossa Senhora.
Todas
as pessoas que estavam ajudando na viagem de Bernadete achavam que se não fosse
obtido o milagre, ao menos a professora voltaria aliviada e seria feliz
enquanto fosse viva, com o conforto recebido lá em Lourdes.
O
jornal do Brasil arrecadou a quantia de Cr$ 9.130,00 e que foi entregue a
Bernadete e sua irmão Pepita, “ a soma arrecada por este jornal, embora pequena
em si, representa porem, um mundo de esperanças para Bernadete Xavier Gomes.Com
ela vão a Lourdes todos os brasileiros de bom coração”( JORNAL DO BRASIL,07/12/1957,p.7).
Bernadete era um grande exemplo de
esperança.Estava doente, desenganada mesmo e permanecia confiante, achando que
o favor dos homens, ajudando-a a viajar a Lourdes seria um dos pontos a
fortalecer sua fé no milagre da cura.
Com
câncer, há muito tempo, sabia ser difícil sua salvação. Mesmo assim lutou pela
construção de um hospital para tratamento do câncer no Recife, não se lembrando
da própria doença antes de conseguir êxito na campanha.
Bernadete
não tinha condições nem permissão para viajar. Saiu do hospital quase as
escondidas, embora tenha sido advertida pelos médicos do perigo que seria a
viagem.
Bernadete Xavier na França
Bernadete
chegou no dia 30 de manhã em Paris em companhia de sua irmã Severina. Em busca
de um cura milagrosa para sua doença, talvez não tenha câncer.Esta era a
noticia que chegava de Paris, num telegrama da France Preste reproduzindo
informações dos médicos Leopoldo de Lima e Silva e Jean-Pierre Verne que a
examinara na capital francesa.
Entre
os peregrinos que estiveram na gruta de
Lourdes destacava-se uma jovem brasileira de 30 anos, Bernadete Xavier Gomes, desenganada
pela medicina em razão da evolução inexorável de um câncer no pulmão, cujos
primeiros vestígios remontavam há 5 anos.
Foi devido a um gesto generoso e
comovente da Sra. Sara Kubitschek, esposa do presidente da republica, que as
duas jovens brasileiras puderam ir se ajoelhar diante da gruta milagrosa, como
o fez há 160 anos uma outra Bernadete, cuja fé inquebrantável emocionou o mundo[1].
Sabendo-se atingida desde o inicio de
sua moléstia pelo terrível mal, Bernadete Xavier Gomes desempenhou um papel
muito importante na campanha de solidariedade contra o câncer e para
beneficiá-la a esposa do então presidente concedeu os meios para empreender a
longínqua viagem a Lourdes. Apesar das quedas de neve, a doente esteve no dia
15/01/1958 na gruta envolvida num espesso manto e com um capuz a
cabeça.Bernadete orou longamente e obteve a possibilidade no dia seguinte a
tarde de banhar-se nas águas da piscina milagrosa. (O POTI, 16/01/1958, p.1).
A morte e as Últimas palavras de
Bernadete Xavier
Bernadete
cujo drama emocionou o país fora a Lourdes em busca de um milagre que a curasse
do terrível mal que lhe roubou a vida. Não resistindo as consequências da
violência da moléstia, faleceu em Paris, longe de sua gente, de sua terra. Não
conseguira o milagre que ardentemente desejara.
Bernadete
Xavier Gomes morreu num hospital de Paris depois de voltar de Lourdes, onde
tinha ido em busca de milagre, julgando-se curada. Poucos dias antes alguns
médicos haviam dito que ela não tinha câncer, noticia que teve a mais ampla
repercussão no Rio de Janeiro, onde os médicos do Hospital Mario Kroeff haviam
desenganado a moça.
O
Itamarati enviou instruções a embaixada do Brasil em Paris, no sentido de
promover todas as facilidades para o transporte para o Rio de Janeiro, do corpo
da professora de Currais novos, Bernadete Xavier, que havia falecido na capital
francesa (JORNAL, DO BRASIL,16/02/1958,p.16).
As
últimas palavras de Bernadete Xavier foram registrada numa carta enviada de Paris
ao Brasil.
-“Aqui estamos após viagem demorada. Não
tive nada, mas apesar do conforto no avião, fiquei cansada de tanto voar. Tudo
que se diz de Lourdes não pode descrever o que a realidade impressionante
existe. Passo melhor e ainda acredito na minha fé”.Estas foram algumas das
últimas palavras enviadas ao Brasil pela professora Bernadete Xavier, que na
tarde de domingo morreu em Paris após viver um dos dramas mais tristes e
comentados dos últimos tempos.
A última carta da professora potiguar
estava datada de Lourdes, em 14/01/1958 e enviada ao Dr. Luciano Benjamim
Ribeiro, um dos que a assistiram na tentativa de sua cura.
O médico disse ao jornal que esse era o
fim previsto para a moça, que realmente só poderia ser curada por um milagre:
“-Ela
não tinha condições e sabia disto. Foi advertida por mim e outros médico. Mas
tinha fé inabalada e foi intransigente. Nós tentamos impedir com sucessivos
adiamentos da viagem, mas a verdade é que sem a peregrinação a Lourdes o fim
seria retartadado”.
Na carta em que não falava em voltar, a
professora contava detalhes da sua viagem e de seu estado. Junto enviou um
cartão postal de Lourdes. Segundo as palavras da irmã, ela morreu sem perder a
fé e mais reconfortada só pelo fato de cumprir sua promessa.
Segundo as palavras de Pepita
Xavier, irmã de Bernadete, em entrevista
anterior ao embarque, quando a professora fazia apelo ao público por intermédio
do jornal do Brasil pedindo auxilio para ir a Lourdes, dizia:
“-Minha
irmã acredita na cura. Não seria eu quem vai desanimá-la. Se ela não voltar
curada pelo menos voltará contente por ter encontrado a ajuda e a compreensão
de todos”, disse Pepita Xavier.
Pepita Xavier acompanhou a irmã desde o
principio da doença. Saindo da cidade nata, Currais Novos para ajudar na campanha
pela construção de um hospital para o tratamento do câncer em Recife, que a
professora iniciou após ter conhecimento da sua doença.
A
repercussão no nordeste da noticia da morte da professora Bernadete causou
estremecimento geral, pois a valentia da moça que, mesmo doente, quis lutar
pelas vitimas do mesmo mal, e que era admirada por todos.
A enfermeira Maria Luiza, do hospital
Mario Kroef,lembrou que além da irmã só uma pessoa procura Bernadete
frequentemente.Por afinidade e consideração chamavam-na de “Lilia” a duas
irmãs.A identidade da mulher que as vezes chegava a dormir no hospital para
ajudar as enfermeiras não sabiam.(jornal do Brasil,11/02/1958,p.9).
A
professora morta em Paris deveria ter seu corpo transladado para o Rio Grande
do Norte e Pepita, a irmã estava só em Paris, inconsolável por sua morte.
Os restos mortais da professora Bernadete
Xavier foram embarcados do porto de Havre, na França, no navio dinamarquês
“Norspol” e estava sendo aguardado no Recife o corpo da professora mártir de
Currais Novos, Bernadete Xavier Gomes, falecida em Paris quando buscava um
milagre para salvá-la da morte, em Lourdes. Vindo do Recife para Natal, o
ataúde de Bernadete Xavier transitou por Parnamirim e foi transportado via
aérea até a sua terra natal, Currais Novos (O POTI, 12/03/1958, p.8).
O
corpo de Bernadete Xavier chegou ao Recife no dia 12/03/1958 onde ali foi celebrada
uma missa e depois transportado em avião especial da FAB para sua terra natal. Na
oportunidade de sua chegada a igreja o professor Tercio Rosado Maia fez uso da
palavra representando o prefeito de Currais Novos e do Rio Grande do Norte.
Em Currais Novos onde seria sepultada
após a realização de homenagens póstumas. O
esquife de Bernadete Xavier foi transportado para Currais Novos diretamente em
avião especial da FAB, por determinação da Aeronáutica, avião esse que deixou
Recife as 07h00 da manhã do dia 13/03/1958 (O POTI, 13//103/1958, p.8).
O corpo de Bernadete Xavier chega a
Currais Novos
A terra natal da professora mártir cujo
drama emocionou o Brasil tributou expressiva manifestação de carinho em memória daquela cujo corpo
acabara de retornar sem vida.O falecimento de Bernadete provocou profundo pesar
no povo potiguar, pois como era sabido, a professorinha de Currais Novos fora a
Lourdes em busca de um milagre que a livrasse do terrível mal que finalmente a
levou ao túmulo.
O corpo de Bernadete Xavier ficou
exposto em câmara na matriz de Currais Novos até as 17h00 quando foi sepultado
com grande acompanhamento.
As 16h00 o monsenhor Paulo Heroncio
celebrou a missa de corpo presente.A cidade de Currais Novos deslocou-se toda
para a igreja a fim de prestar a última homenagem a professora mártir. Incalculável
multidão acompanhou o féretro. (O POTI, 14/03/1958, p.8).
O exemplo de Bernadete Xavier
Esta
jovem professora marcada por uma doença que desafiava a medicina da época, já
havia conquistado um lugar no coração dos brasileiros, que segundo o JORNAL do
Brasil ”Não se tratava apenas de um sentimento de solidariedade, ditado pela moléstia
que a aflige.Trata-se, principalmente, de admiração e de reconhecimento pela
sua abnegação, pela sua capacidade de sacrifício, pela sua resignação e, ao
mesmo tempo, pelo seu elevado amor a vida e a felicidade dos seus concidadãos”.
Homenagens
A professora Bernadete Xavier Gomes denomina
a biblioteca municipal de cidade de Lagoa Nova.
A Lei 13268/78 de 26 de junho de 1978 denominava
de Bernadete Xavier Gomes, uma das novas artérias da cidade do Receife no
bairro das Mangueiras. A referida lei
foi assinada pelo então prefeito Antônio Farias.
Sou conterrâneo dessa guerreira e me sinto orgulho disso, seu exemplo de coragem e fé deve ser divulgado em todos os cantos do mundo, como exemplo a ser seguido hoje por humanidade...
ResponderExcluirGrato pelo comentário
ExcluirFiquei muito emocionado com esta matéria .Bernadete foi uma das minhas professoras em Lagoa Nova, por sinal muito amiga de minha mãe. Viajamos certa vez de Currais Novos à Lagoa Nova em cima de um caminhão, o único transporte na época. No caninho ela contava o seu martírio. Eu tinha apenas 9 anos mas me lembro como se fosse hoje. Saudades. Que Jesus siga seus passos.
ResponderExcluirGrato pela visita ao blog e a leitura da referida postagem.
ExcluirGrato pela visita ao blog e a leitura da referida postagem.
ExcluirConheci-a a professora Bernadete, a sua luta pela recuperação de sua saúde, foi na época muito divulgada nos noticiários. Sua história merecia ser contada em livros e filme.
ResponderExcluir