sábado, 4 de maio de 2019

SOBRE A DEFESA PASSIVA DE NATAL NA II GUERRA MUNDIAL


           Defesa passiva eram as instruções repassadas a população civil de Natal para se defender em caso de ataque a cidade pelos bombardeios inimigos, já a defesa ativa cabia a ação militar das Forças Armadas.
Instruções prévias de defesa
O governo do estado, de acordo com o comando da 2ª Brigada de Infantaria e da Chefia de Policia, estava divulgando instruções dirigidas a população da capital sobre eventualidades que necessitavam ser devidamente consideradas.
         A situação de guerra internacional vinha provocando em todos os países, sobretudo nos pontos mais acessíveis as agressões da guerra, idêntica medida de defesa passiva.
         O Rio Grande do Norte não podia também fugir a esse sistema de prévios avisos e conselhos, como acontecia, igualmente em outros estados brasileiros.
         Antes de tudo, a população natalense necessitava de espírito de reconhecimento e não se deixar conduzir pela precipitação de noticias sem fundamento. Deveria se conservar certa de que o objetivo dos ensinamentos que estavam sendo publicados oficialmente era apenas o de estabelecer condições protetoras em acontecimentos que poderiam ou não se verificar.
         Era uma obrigação a de se instruir o povo em todos os assuntos. A oportunidade era que determinava a natureza desse mister.”colocamo-nos em face de guerra, e sendo assim, diante da necessidade de conhecermos os meios de defesa própria”. (DIÁRIO DE NATAL,03/03/1942,p.1).
         Não existia a certeza do perigo, mas, simplesmente, a sua possibilidade. ”Estamos longe do teatro dos acontecimentos e, portanto, dos ataques de suas armas. Devemos, porém, desde já, concordar que é dever do governo e das autoridades militares realizarem a campanha de instrução prévia da defesa do país.Era isso que estava acontecendo em outros estados. (DIÁRIO DE NATAL,03/03/1942,p.1).

                                   Aspectos de Natal na década de 1940


Sobre a defesa passiva de Natal
O texto a seguir foi copiado do DEIP (Departamento Estadual De Imprensa e Propaganda) para o Diário De Natal o qual o reproduzimos como assim se encontrava na referida fonte (DIÁRIO DE NATAL, 21/02/1942,p.1).
         Os conselhos a população de Natal sobre a sua defesa passiva e quanto as medidas que deverão ser tomadas por particulares eventualidades de um bombardeio aéreo, não estão sendo divulgado com a intenção que lhes emprestam alguns alarmistas mal avisados. O governo do Estado e o Comando da Guarnição Federal tem, com a mesma unidade de pontos de vistas, plena consciência da situação e o seu desejo mais sincero é o de que a família natalense se preserve contra o pânico, sem iludir-se com as criações fanissistas dos boateiros.
O objetivo das notas publicadas pelo órgão do DEIP não é outro senão instruir o povo, ensiná-lo e orientá-lo no que deve fazer se acaso surgir o perigo de um ataque sobre a cidade. O conflito atual se reveste de características assombradores e ainda são de ontem os exemplos dos trágicos  efeitos do terror,lançado, por assim dizer, como nova arma de guerra, entre as populações civis de vários países, mais o fator surpresa, é como o terror, uma arma tremenda que não tem sido desprezada pelos agressores.Todas as nações e cidades, sobretudo aquelas que apresentam um ponto acessível a ataque, se vem resguardando e prevenindo contra esses golpes aéreos.
         Aqueles que vem observando, mesmo de relance, o movimento urbano de Natal, sabem que não existe absolutamente nenhum motivo para cessem ou ao menos diminuam as atividades civis da nossa capital.Ao contrário, o povo, tem apreciado de modo mais lisonjeiro a conduta da tropa aquartelada em Natal, responsável pela nossa defesa, e por isso é bem claro que todas as providencias necessárias a nossa segurança terão no povo a melhor e mais confiante acolhida.
         Repetimos, portanto, que o intuito das notas ultimamente divulgadas pela A República, sobre a defesa passiva de Natal, não é outro além de instruir a população e aparelhá-la para poder evitar com calma e disciplina os atropelos perigosos e naturais que , de outra forma,comprometeriam a segurança coletiva.
         Dar-lhes outro sentido, acentuamos ainda, é agir deliberadamente de má fé, armando um cenário de desassossego e de apreensões que não se coadunam com a gravidade do momento. As autoridades esperam, assim,que os nossos conterrâneos compreendam o verdadeiro sentido das notas e conselhos a que aludimos, dando-lhes exata interpretação e auxiliando, assim, no governo civil e ao comando militar na sua tarefa de inspirar confiança e tranquilidade a família norteriograndense.
         Assim era mais uma dos aspectos de Natal em tempos de Guerra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário