Defesa passiva eram as instruções repassadas a população civil de Natal para se defender em caso de ataque a cidade pelos bombardeios inimigos, já a defesa ativa cabia a ação militar das Forças Armadas.
Instruções prévias de defesa
O
governo do estado, de acordo com o comando da 2ª Brigada de Infantaria e da
Chefia de Policia, estava divulgando instruções dirigidas a população da
capital sobre eventualidades que necessitavam ser devidamente consideradas.
A situação de guerra internacional
vinha provocando em todos os países, sobretudo nos pontos mais acessíveis as
agressões da guerra, idêntica medida de defesa passiva.
O Rio Grande do Norte não podia também
fugir a esse sistema de prévios avisos e conselhos, como acontecia, igualmente
em outros estados brasileiros.
Antes de tudo, a população natalense
necessitava de espírito de reconhecimento e não se deixar conduzir pela
precipitação de noticias sem fundamento. Deveria se conservar certa de que o
objetivo dos ensinamentos que estavam sendo publicados oficialmente era apenas
o de estabelecer condições protetoras em acontecimentos que poderiam ou não se
verificar.
Era uma obrigação a de se instruir o
povo em todos os assuntos. A oportunidade era que determinava a natureza desse
mister.”colocamo-nos em face de guerra, e sendo assim, diante da necessidade de
conhecermos os meios de defesa própria”. (DIÁRIO DE NATAL,03/03/1942,p.1).
Não existia a certeza do perigo, mas,
simplesmente, a sua possibilidade. ”Estamos longe do teatro dos acontecimentos
e, portanto, dos ataques de suas armas. Devemos, porém, desde já, concordar que
é dever do governo e das autoridades militares realizarem a campanha de
instrução prévia da defesa do país.Era isso que estava acontecendo em outros
estados. (DIÁRIO DE NATAL,03/03/1942,p.1).
Aspectos de Natal na década de 1940
Sobre a defesa passiva de Natal
O
texto a seguir foi copiado do DEIP (Departamento Estadual De Imprensa e
Propaganda) para o Diário De Natal o qual o reproduzimos como assim se
encontrava na referida fonte (DIÁRIO DE NATAL, 21/02/1942,p.1).
Os
conselhos a população de Natal sobre a sua defesa passiva e quanto as medidas
que deverão ser tomadas por particulares eventualidades de um bombardeio aéreo,
não estão sendo divulgado com a intenção que lhes emprestam alguns alarmistas
mal avisados. O governo do Estado e o Comando da Guarnição Federal tem, com a
mesma unidade de pontos de vistas, plena consciência da situação e o seu desejo
mais sincero é o de que a família natalense se preserve contra o pânico, sem
iludir-se com as criações fanissistas dos boateiros.
O
objetivo das notas publicadas pelo órgão do DEIP não é outro senão instruir o
povo, ensiná-lo e orientá-lo no que deve fazer se acaso surgir o perigo de um
ataque sobre a cidade. O conflito atual se reveste de características
assombradores e ainda são de ontem os exemplos dos trágicos efeitos do terror,lançado, por assim dizer,
como nova arma de guerra, entre as populações civis de vários países, mais o
fator surpresa, é como o terror, uma arma tremenda que não tem sido desprezada
pelos agressores.Todas as nações e cidades, sobretudo aquelas que apresentam um
ponto acessível a ataque, se vem resguardando e prevenindo contra esses golpes
aéreos.
Aqueles que vem observando, mesmo de
relance, o movimento urbano de Natal, sabem que não existe absolutamente nenhum
motivo para cessem ou ao menos diminuam as atividades civis da nossa capital.Ao
contrário, o povo, tem apreciado de modo mais lisonjeiro a conduta da tropa
aquartelada em Natal, responsável pela nossa defesa, e por isso é bem claro que
todas as providencias necessárias a nossa segurança terão no povo a melhor e
mais confiante acolhida.
Repetimos, portanto, que o intuito das
notas ultimamente divulgadas pela A República, sobre a defesa passiva de Natal,
não é outro além de instruir a população e aparelhá-la para poder evitar com
calma e disciplina os atropelos perigosos e naturais que , de outra
forma,comprometeriam a segurança coletiva.
Dar-lhes outro sentido, acentuamos
ainda, é agir deliberadamente de má fé, armando um cenário de desassossego e de
apreensões que não se coadunam com a gravidade do momento. As autoridades
esperam, assim,que os nossos conterrâneos compreendam o verdadeiro sentido das
notas e conselhos a que aludimos, dando-lhes exata interpretação e auxiliando, assim,
no governo civil e ao comando militar na sua tarefa de inspirar confiança e
tranquilidade a família norteriograndense.
Assim era mais uma dos aspectos de Natal
em tempos de Guerra.
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