Prolegômenos
Houve
um tempo, num passado distante, em que a Igreja Católica cogitou criar o
bispado de Macau, na região salineira do estado, a qual seria a quarta diocese
do território potiguar. Como se sabe atualmente há apenas três circunscrições
eclesiásticas no Rio Grande do Norte, a saber: Arquidiocese de Natal e as
Dioceses de Caicó e Mossoró, as três formam a província eclesiástica do Rio
Grande do Norte. Em ordem de grandeza territorial e populacional está a
Arquidiocese de Natal,seguida pela Diocese de Mossoró e a Diocese de Caicó cabe
o posto de ter a menor configuração territorial e populacional.
A Diocese de Macau
Pois
bem, a ideia da criação da Diocese de Natal surgiu quando assumiu a
Arquidiocese de Natal, Dom Nivaldo Monte em 1967.
Naquele
ano pela segunda vez esteve reunida em 13/10/1967 a comissão Pró-Criação da
Diocese de Macau, sob a presidência do padre João Penha, da paróquia de Macau,
que fez uma exposição sobre o assunto mostrando em entendimento que vem
mantendo com o arcebispo dom Nivaldo Monte, Companhia de Comércio e Navegação,
industriais salineiros, comércio, paróquias da região, alem de órgãos de classe
e elementos interessados na criação da nova diocese.
Esteve presente a reunião o escritor
Manoel Rodrigues de Melo que enfatizou a importância da criação da Diocese
macauense, hipotecando solidariedade e pronto que fosse fundada imediatamente o
Comitê Pró-Criação da Diocese de Macau a fim de trabalhar em consonância com os
desejos e aspirações das autoridades eclesiásticas e do povo católico daquela
região.
Uma nova reunião foi marcada para o dia
19/10/1967 as 20h00 no auditório da Academia Norteriograndense de Letras quando
seria fundado o Comitê Pró-Construção da Diocese de Macau (DIÁRIO DE NATAL, 14/10/1967,p.3).
Em
sessão realizada na Academia Norte-riograndense de Letras, a qual compareceram parte da colônia macauense residente em Natal,
foi fundado no dia 20/10/1967 o Comitê Central Pró-Criação da Diocese de Macau.
A sessão foi presidida pelo escritor Manoel Rodrigues, que depois de explicar
os objetivos da solenidade concedeu a palavra ao padre João Penha, vigário de
Macau, que fez uma exposição sobre o assunto.
O comitê
Depois
da explanação do padre Penha, mostrou a necessidade da criação do Comitê ocorreram
debates em torno do assunto, concluídos com a fundação do referido órgão que
passou a ser constituído pelas seguintes pessoas: Hernani Silveira,Raul Ramalho,
Manoel Rodrigues de Melo, Sadoque Albuquerque,Hélio Bezerra, Maria Dourado,
Safira Fernandes, Nair Carneiro da Cunha, Núbia Pinheiro Costa, Magnólia
Fernandes Wnaderley e Anaide Dantas (O POTI, 22/10/1967,p.3).
Foi
marcada uma reunião para o dia 25/10/1967 onde haveria a escolha das comissões
de trabalho.E parou por ai essa primeira iniciativa.
Aspectos da praça da Conceição em Macau em 1974
Fonte: Revista Cruzeiro, 1974. |
O assunto só volta a circular nas páginas dos jornais de Natal somente em 1979. “Vai mesmo sair a Diocese de Macau”, segundo a informação que circulava nos corredores da Arquidiocese de Natal. Por coincidência este era o grande sonho do Monsenhor Honório. (DIÁRIO DE NATAL, 12/01/1979, p.2).
As
autoridades locais, partindo do chefe do executivo, estavam elaborando um
documento de congratulações com o Arcebispo dom Nivaldo Monte pela criação da
Diocese de Macau. O conteúdo ainda não havia sido revelado, mas as autoridades
esperavam divulgar após a assinatura do documento mostrando satisfação com a
decisão do Arcebispo Metropolitano.
Uma
curiosidade que vinha tomando conta dos fieis era com relação a quem seria
indicado Bispo de Macau. Dom Nivaldo monte ainda não havia se manifestado sobre
isso. (DIÁRIO DE NATAL, 15/02/1979, p.18).
No
principio do ano, o Arcebispo Metropolitano, dom Nivaldo Monte havia anunciado
a criação da Diocese de Macau. Passados 6 meses, não mais se falava no
assunto.Por que? A proposição foi esquecida pelas autoridades eclesiásticas? É
hora de uma movimentação por parte da própria comunidade em se reunir para
cobrar a instalação da Diocese de Macau, uma vez que o município está obrigado
a crescer dentro dos seus vários aspectos. (DIÁRIO DE NATAL, 26/06/1979, p.19).
Conforme
indicado no jornal O Poti “depois de manter contato com os macauenses
residentes em Natal com o objetivo de solicitar participação para a formação do
patrimônio da futura Diocese de Macau, o padre Penha, juntamente com o padre
Inácio de Loiola Bezerra, irá manter contato aqui em Macau com os cristãos com
o mesmo objetivo. Todos os católicos estão torcendo para a instalação da
Diocese em Macau e aguardam, como foi prometido a visita do Arcebispo
Metropolitano Dom Nivaldo Monte, que há muito não vem a Macau”.(O POTI, 28/10/1979, p.22).
No
dia 17/11/1979 o Comitê Pró-Diocese de Macau esteve reunido em Natal, no
Instituto de Teologia Pastoral-ITEPAN, com o objetivo de discutir pontos
básicos da criação da Diocese de Macau. O padre João Penha filho, disse que
“sempre temos contado com os macauenses residentes em Natal para nossas
reuniões realizadas na capital do Estado”(O POTI,18/11/1979, p.23).
Crescia
a cada dia os movimentos que defendiam e incentivavam a criação da Diocese de
Macau. Os católicos macauenses continuavam aguardando a visita do Arcebispo
Metropolitano, dom Nivaldo monte, enquanto que até o final do ano deveria ser
adquirida a residência episcopal com a ajuda do governo do estado. (DIÁRIO DE
NATAL, 28/11/1979, p.17).
No dia 02/12/1979 com a participação de
inúmeros fieis que lotaram o patamar da igreja matriz de Nossa Senhora da
Conceição, os padres Inácio de Loyola Bezerra, vigário episcopal e João Penha
Filho promoveram reunião para tratar junto a comunidade católica macauense das
providencias necessárias para a criação da Diocese de Macau. O Arcebispo
Metropolitano, Dom Nivaldo Monte, também iria a cidade tratar do mesmo assunto
com o povo que vinha demonstrando participação assídua para auxilio decisivo na
criação do bispado da região salineira. ( DIÁRIO DE NATAL, 05/12/1979, p.17).
Na ocasião de sua visita a Macau, o
Arcebispo Metropolitano, dom Nivaldo monte, tratou da criação da Diocese de
Macau, fato que deixou os macauenses eufóricos e agradecidos pelo esforço que
aquela autoridade eclesiástica vinha desenvolvendo para tornar realidade o
sonho dos católicos locais e da região. Dom Nivaldo Monte foi bastante
aplaudido pela grande multidão que se acotovelou no patamar da igreja matriz de
Nossa Senhora da Conceição. Os padres Inácio de Loyola Bezerra e João Penha
filho se mostraram bastante satisfeitos com a receptividade oferecida pelos
católicos macauenses ao Arcebispo. (DIÁRIO DE NATAL, 29/12/1979, p.12). Por sua
vez Dom Nivaldo Monte ficou muito feliz com a receptividade recebida por
ocasião de sua visita a cidade de Macau. (DIÁRIO DE NATAL, 03/01/1980, 12).
Duas residências estavam na mira par
servir de residência episcopal par ao futuro bispo de Macau. Uma comissão da comunidade
iria ser formada para se tornar responsável pela definição de uma das
residências que seria adquirida pelo governo do Estado, Lavosier Maia, que
afirmou a pretensão em prestar sua colaboração decisiva para a constituição de
parte do patrimônio da futura Diocese de Macau com a aquisição da residência
episcopal. (DIÁRIO DE NATAL, 18/10/1979,p.17).
Em 25/10/1979 os bispos da Província
Eclesiástica do Rio Grande do Norte estariam reunidos na cidade de Caicó onde
uma das pautas do encontro seria a criação da Diocese de Macau. (DIÁRIO DE
NATAL, 20/10/1979, p.13). O padre João
Penha promoveu uma reunião no dia 27/10/1979 na capela do Campus Universitário
da UFRN com o Comitê pró-instalação da Diocese de Macau. (DIÁRIO DE NATAL, 27/10/1979,
p.15).
Segundo informações do padre Penha,
estava havendo uma grande receptividade dos macauenses residentes em Natal para
uma participação assídua em busca da formação de um patrimônio para a futura
Diocese de Macau.
Ainda naquele ano seria realizada uma
assembleia popular quando se esperaria o comparecimento de um grande número de
cristãos católicos que seriam cientificados das providencias básicas para a
criação da Diocese de Macau.
A
criação da Diocese de Macau tomava maior corpo ao receber apoios decisivos, a
exemplo do pronunciamento do padre Collard, diretor do jornal francês Dinamche,
que se prontificou a ajudar a futura Diocese.
Sobre a criação da Diocese de Macau,
dom Camine Rocco, Núncio Apostólico no Brasil, deveria tratar do assunto com o
arcebispo metropolitano dom Nivaldo Monte que por sua vez também teria visita
marcada a Macau,s em data ainda definida, já o Núncio apostólico deveria chegar
ao estado em 28/12/1979. (DIÁRIO DE NATAL, 17/11/1979, p.17).
Na
programação religiosa da festa de Nossa Senhora da Conceição marcava uma grande
movimentação com a participação dos fiei, os padres Inácio de Loiola Bezerra e
João Penha Filho aproveitaram os constantes contatos com os católicos
macauenses para promover uma conscientização em torno de uma participação
assídua em torno da criação da Diocese de Macau. Bem aproveitada para a visita
do arcebispo metropolitano, Dom Nivaldo Monte a Macau, marcando um reencontro
com os católicos macauenses. (O POTI, 02/12/1979, p.23).
Os padres Inácio de Loyola Bezerra e
João Penha Continuavam conclamando os fieis católicos a colaborarem com a
formação do patrimônio da futura Diocese de Macau. Enquanto isso, providências
básicas já estavam sendo tomadas em função da definição da residência
episcopal. O governo do estado havia se prontificado a adquirir o imóvel que
logicamente iria necessitar de reformas. (DIÁRIO DE NATAL,09/01/1980, p.13).
Até o final do mês de março de 1980 se
deveria saber a definição em torno da aquisição do imóvel que serviria de
residência episcopal da futura diocese de Macau. A residência pretendida era de
propriedade do Sr. Albino Gonçalves de Melo que pretendia vendê-la por Cr$
1.500, 000,00.( DIÁRIO DE NATAL, 04/03/1980,p.14).O imóvel estava situado na
rua São Jose, 54.Depois o proprietário apresentou proposta de Cr$ 2.500,000,00,
que foi considerada alta, considerando-se que com esse valor se poderia se
construir uma casa com a mesma finalidade.isso gerou impasse na definição da
aquisição do imóvel.
A baixo o imóvel da rua São José que foi cogitado ser adquirido para servir de residencia episcopal caso fosse criado o bispado de Macau.
Até a maçonaria entrou na campanha
Por ocasião do II encontro Maçônico
Norte-Riograndense que aconteceria entre dias 01 e 03/05/1980 o Lions Club de
Macau, segundo afirmava seu presidente, Francisco Dantas de Araújo, estaria
promovendo festa dançante com a participação de Ivanildo e seu sax de ouro, com
renda revertida para a formação de patrimônio da futura Diocese de Macau. (O
POTI,27/01/1980,p.6).
E os esforços pela criação da Diocese
de Macau continuam
Não
mais se falou na implantação da Diocese de Macau. Teria o assunto sido
engavetado ou as providencias vinham sendo tomadas pelas autoridades eclesiásticas
da Arquidiocese? Questionava o jornal citado, a verdade, era que a visita
prometida pelo Arcebispo Dom Nivaldo monte não se concretizou as (DIÁRIO DE
NATAL, 17/04/1980, p.13). Os católico macauenses continuavam aguardando ( a
criação da Diocese e a visita de Dom Nivaldo).
A
Câmara Municipal de Macau aprovou requerimento por unanimidade de votos
encaminhando documento ao Núncio apostólico no Brasil, dom Carmine Rocco,
solicitando a interferência daquela autoridade eclesiástica no sentido de que
fosse oficializada a criação da Diocese de Macau, por ocasião da visita de Sua
Santidade Papa João Paulo II ao Brasil.(DIÁRIO DE NATAL, 25/04/1980, p.13).
Mesmo sem ser oficializada a criação de
Diocese de Macau o Arcebispo Metropolitano dom Nivaldo Monte poderia apresentar
petição a Santa Sé solicitando autorização para nomear o Bispo Auxiliar para
Macau e adjacencias.
A
ideia apresentada pelos padres da região foi bem recebida por Dom Nivaldo Monte
que iria acionar a solicitação. Segundo o padre Inácio de Loyola Bezerra, vigário
episcopal de Macau, mesmo sem a oficialização da criação da Diocese, Macau
poderia ter o seu Bispo Auxiliar, o que significava passos mais largos para a efetivação
do bispado. (DIÁRIO DE NATAL, 31/05/1980, p.11).
O padre João Penha Filho afirmou que
iria reativar os contatos para a criação da Diocese de Macau, assunto esse que
não mais era ventilado pela Arquidiocese de Natal. Quando lançou a ideia em Macau
e pediu a ajuda da comunidade católica, o padre Penha recebeu apoio irrestrito
e a Arquidiocese de Natal afirmava que o objetivo seria atingido. Depois o
assunto entrou no esquecimento e nenhum autoridade da Igreja no Estado deu
qualquer explicação.Muitos católicos cobravam explicações e até aquele momento
nada foi dito.Mas o padre Penha garantia que iria realizar novas investidas. (DIÁRIO
DE NATAL, 29/06/1983, p.6).
Quem vai falar sobre a implantação da
Diocese de Macau?
O assunto vinha recebendo um verdadeiro
balde de gelo que já estava do tamanho de um iceberg gigante. Faltava alguém
que ajudasse o padre Penha a conquistar este benefício que prometido pela
Arquidiocese, dizia o citado jornal (DIÁRIO DE NATAL, 28/08/1983, p.11).
No entanto o padre João Penha
continuava com seus esforços no sentido de se criar o bispado de Macau
procurando animar e conscientizar o povo sobre o assunto.
Na
celebração da missa para os romeiros que iam a Canindé-CE, o padre Penha voltou
a pedir que os fieis rezassem pela criação da Diocese de Macau. Há muito tempo
que a Arquidiocese na falava sobre o assunto. (O Poti, 12/10/1980, p.23).
Não mais falou-se na criação da Diocese
de Macau.Estava criado o impasse: D. Nivaldo dizia que criaria a Diocese de
Macau quando o Governo Estadual adquirisse a residência episcopal, já o governo
dizia que aquriria a residência após a criação da Diocese.Finalmente,
perguntava-se: será que o importante para a criação da Diocese não é a missão
pastoral? A família cristã da região aguarda pronunciamento. (O POTI, 08/02/1981,
p.24).
Há tempos não se falava sobre a
implantação da Diocese de Macau. Já era hora da Arquidiocese se pronunciar
sobre o assunto uma vez que a população local tinha se mostrado interessada em
tomar conhecimento dos acontecimentos, questionava o jornalista Bosco Afonso. (O
POTI,22/03/1981, p.23).
No
dia 06/09/1982 na quadra do Centro de Educação Integrada Monsenhor Honório
houve a promoção social do Grupo de Escoteiros Guy de Laringaude e Companhia de
Bandeirantes, visando angariar recursos financeiros para compor o patrimônio da
futura Diocese de Macau.
O padre Penha estava empenhado na
realização dessa promoção social e fazia apelo para que a comunidade
participasse ativamente visando adquirir recursos financeiros para a futura
Diocese. (O POTI, 05/09/1982,p.22).
O referido jornal ainda questionava a
possibilidade se instalar a Rádio Rural de Macau quando da criação do bispado
macauense.
Dona Didi Macedo estava mantendo
contatos com macauenses residentes em Natal objetivando conseguir apoio
financeiro da colônia macauense visando criar o patrimônio da futura Diocese de
Macau. Seria oportuno que os próprios católicos integrassem na comissão
financeira os recursos para a formação do patrimônio desejado. (O POTI, 26/09/1982,
p.13).
E não se falou mais na criação da
Diocese de Macau
E não mais se falou criação da Diocese
de Macau. Por que? No inicio, graças a um movimento encabeçado pelo padre João
Penha filho, os católicos macauenses e da região demonstraram nítida aprovação
e participação para a criação da Diocese de Macau. Só que o assunto não foi mais
lembrado pelas autoridades eclesiásticas de nossa Arquidiocese. (O POTI, 22/05/1983,
p.16).
Segundo
O Poti a Arquidiocese de Natal silenciou completamente sobre a possível
oficialização da criação da Diocese de Macau, embora os católicos macauenses
estivessem, ainda, aguardando um pronunciamento explicando até porque as
autoridades eclesiásticas do Estado foram as primeiras a mostrar a viabilidade
da criação da Diocese de Macau.
O
assunto surgiu a cerca de dois anos e recebeu o total apoio da comunidade
católica de Macau e das demais comunidades polarizadas por este município.Só
que o assunto morreu no seu nascedouro, sem qualquer explicação convincente ou
não.E os católicos vinham cobrando, principalmente do padre Penha que iniciou o
movimento a nível local, uma explicação para o fim do movimento que tomava as
providencias para a criação da Diocese de Macau.
Por
sua vez o padre Penha dizia que a Arquidiocese de Natal vinha demonstrando
total interesse na criação da Diocese de Macau. ”O que precisa diz o Pe. Penha,
é que haja uma maior união dos católicos macauenses em busca da conquista.Em
Macau começa a surgir um novo movimento entre os católicos para reivindicar
mais concretamente a Diocese.Já a Colônia macauense residente em Natal, também
busca uma unificação em torno da conquista.Vamos marcar uma data para a
primeira reunião com a colônia macauense em Natal, e conscientizar a todos de
que , agora, a Diocese de Macau seja realmente criada, pois esta é o desejo de
todos”. (O POTI, 03/07/1983, p.23).
E a criação da Diocese de Macau, quem
há de falar por ela? Vamos torcer para que as energias do padre João Penha
sejam renovadas para continue a lutar pela implantação da Diocese de Macau, que
já se tornou um sonho de todo macauense católico. (O POTI, 17/07/1983, p.16).
Ainda
não houve quem se pronunciasse em relação da Diocese de Macau que anteriormente
foi tão badalada. É preciso que haja um movimento da própria comunidade de
auxilio aos pleitos formulados pelo padre João Penha filho relacionado com a
implantação da Diocese de Macau, sonho de todos os católicos macauenses que
aguardam com ansiedade o pronunciamento das autoridades eclesiásticas do Rio
Grande do Norte, segundo o jornalista Bosco Afonso. (O POTI, 24/07/1983, p.10).
Nem Macau, nem Assu
Macau
estava ameaçada de ficar sem sua Diocese que poderia ser deslocada para Assú,
segundo afirmações do Arcebispo Dom Nivaldo monte ao ser convidado pelo
presidente do Centro Macauense de Natal, Albimar Gonçalves de Melo, para
proferir palestra no CEMANA, abordando a implantação da Diocese de Macau. Para
o Arcebispo Metropolitano, “ o povo de Assú está mais interessado em forma o
patrimônio de sua futura Diocese que o de Macau”.
Enquanto isso, o padre João Penha
filho, um dos grandes lutadores pela implantação da Diocese de Macau e grande
incentivador para que Macau não continue a perder sua hegemonia na região como
vem acontecendo atualmente, comunicava que abriu uma conta bancária na agencia
do BANDERN, em Natal, para deposito daqueles que desejassem contribuir para o
patrimônio da futura Diocese. (O POTI, 20/11/1983, p.28).
O que teria acontecido para que o
assunto em torno da criação do bispado de Macau caísse no esquecimento? O impasse
em torno da aquisição da residência episcopal? Tentativa de boicote por parte
de alguns padres que não queriam a divisão do território da Arquidiocese? A falta
de apoio popular em Macau? A entrada de Assu como pretensa sede ao bispado? São
questionamentos possíveis, entre outros.
Em seu livro “25 anos depois” o padre João Penha
filho ao enfocar a necessidade da implantação da Diocese de Macau disse: “hoje Macau
possui o Centro Regional de Ensino Superior[...] o povo de Macau é feliz.Apesar
das muitas injustiças que tem sido praticadas contra esse povo, ele aspira a
perfeição.
E prosseguia: Maior produtor de sal do
Brasil, produtor de petróleo, com a fábrica de barrilha prestes a funcionar,com
a perspectiva da indústria das Águas-Mães,s endo o maior produtor de camarão do
Brasil, Macau se angustia desejando o seu progresso espiritual.Por isso, o povo
de Macau pensa na sua Diocese.Lembro-me quando D. Nivaldo monte era ainda padre
Nivaldo, Capelão do Colégio das Neves, e eu já padre, ajudando ainda a sua
missa, ele me dizia: vamos criar a Diocese de Macau, e eu vou ser bispo
lá.Hoje, Arcebispo de Natal, D. Nivaldo por duas vezes entusiasmou-se pela
criação da Diocese de Macau.
Partindo para esclarecer que havia interesses
em boicotar a implantação da Diocese de Natal, padre Penha disse no referido
livro: -“Mas há padres de importância, que não sei porque, procuram atrapalhar
a vida da igreja.E até hoje a Diocese não saiu.Fala-se na necessidade de um Palácio
Episcopal,na formação de um patrimônio... não me conformo com nada disso.Jesus
Cristo quando quis salvar o mundo teve por palácio uma estrebaria.Se realmente
há necessidade de fazer Macau Diocese por necessidade pastoral, por que não o
fazer? A igreja de hoje não é a igreja dos pobres?”.
E finalizando seu relato sobre a
criação da Diocese de Macau disse o padre Penha: -“Que venha o bispo! Posso jurar
que ele não morrerá de fome.Que terá condições de trabalhar com a ajuda do povo
se nãos e comprometer com as multinacionais.fui padre durante muitos anos em
Macau e fiz muita coisa com os operários sem precisar de projetos mirabolantes
para o exterior.Sei que dinheiro tem vindo para Macau, e muito de fora, em nome
da Igreja nem os pobres conhecem sequer, a sombra desse dinheiro.Por isso
fazemos um apelo ao Sr. Arcebispo em nome dos jovens e dos pobres de Macau –
Crie a Diocese de Macau e não se arrependerá.Assim o povo de Macau lhe será
sempre reconhecido,e apagará de sua mente qualquer magoa que porventura ainda
exista”(DIÁRIO DE NATAL, 14/02/1984,p.6). A entrevista do padre Penha foi dada
ao jornalista Bosco Afonso.
E
a implantação da Diocese de Macau quem haveria de falar sobre o assunto. Os
apelos continuavam existindo e os católicos macauenses continuavam esperando
uma definição sobre o assunto.
No
fim das contas o assunto morreu e até hoje não se fala em ressuscitar nem esta
e nem a criação de outra diocese no território potiguar, é um assunto que não agrada
as autoridades eclesiásticas que sabem das inúmeras dificuldades existentes
atualmente, sobretudo no campo pastoral, mas preferem fazer vistas grossas,
levar com a barriga, se fingirem de doidos, ou qualquer outra expressão que
denotem falta de interesse em criar novas dioceses no Rio Grande do Norte. Com
isso só quem perde é o povo.
A baixo a matriz de Nossa Senhora da Conceição em Macau que seria elevada a dignidade de catedral se o bispado tivesse sido criado.
Para além das criticas
Como não podemos apresentar criticas
sem soluções, eis as nossas sugestões para o problema eclesiástico potiguar.
Retomar o projeto da Diocese de Macau
O projeto da Diocese de Macau poderia
ser retomado tendo o território da nova diocese formado pelos municípios e
paróquias da região salineira como o fora pensado no passado.
A diocese de João Câmara
Poderia ser criada com território
formado pelos municípios e paróquias da região do Mato Grande, com sede na
cidade de João Câmara.A cidade de Ceará-Mirim seria consultada em referendo
para decidir se ficaria na nova diocese ou se continuaria na Arquidiocese de
Natal.
A diocese de Assú
Seria formada pelos municípios e
paróquias da região do vale do Assu e Central do estado, desmembrada dos
territórios da Arquidiocese de Natal e da diocese de Mossoró, teria sede na
cidade do Assú.
A diocese de Pau dos Ferros
Desmembrada do território da Diocese de
Mossoró, seria formada pelos municípios que orbitam em torno da cidade de Pau
dos Ferros que seria a sede do bispado naquela região do oeste potiguar.
Eis ai as soluções. Não custa nada
sonhar, que é de graça.
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