As paginas do Jornal do Brasil de
1964 tratavam da hecatombe que ocorreu no vale do rio Ceará Mirim pelo
rompimento da barragem de Taipu (Poço Branco). Com o titulo “Barragem rompe no
Nordeste” a noticia da edição do Jornal
do Brasil noticiou na edição do dia 6 de maio de 1964 o rompimento da barragem
de Poço Branco. Eis o que dizia a matéria à pagina 12 da referida edição:
Rompeu-se no Rio
Grande do Norte causando prejuízos incalculáveis à lavoura, a barragem de
Taipu, localizada no Vale do rio Ceará-Mirim – região açucareira - e estão
quase submersas as cidades de Taipu, Poço Limpo e Ceará-Mirim esta de cerca de
50 mil habitantes. Os dois sangradouros de emergência, feitos com emprego de
dinamite, domingo passado, não foram bastante para dá vazão as águas.
Um erro de impressão trocou o nome
de Poço Branco por Poço Limpo. O destaque aqui é para as providencias
improvisadas pelos engenheiros da barragem que dinamitam dois sangradouros para
dá vazão ao acumulo de água que não surtiu efeito vindo a ocorrer o rompimento
da barragem e o deslocamento do governador do estado, Aluizio Alves, ao tomar
conhecimento da tragédia.
Ponte destruída pela força da enchente da barragem e Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL.
Visita do governador Aluizio Alves as vitimas da enchente em Taipu ao lado a irmã Natalina Rossetti, ICM, 1964. Foto: arquivo da PNSL.
Ponte ferroviária do Umari destruida enchente causada pelo rompimento da barragem de Poço Branco, 1964. Foto: arquivo da PNSL.
Perdas que ocorreram em virtude da tragédia da barragem de Taipu
Com o titulo da matéria que dizia “Águas do
Taipu arrombado levou mais 50% da lavoura do Ceará-Mirim” a edição do dia 9 de maio de 1964 a página 13 trazia as
noticias das perdas que ocorreram em virtude da tragédia da barragem de Taipu,
eis o que dizia o corpo do texto:
Natal (do
correspondente)- mais de cinquenta apor cento dos canaviais situados no Vale do
Ceará-Mirim no Rio Grande do Norte perderam-se em virtude da enchente provocada
pelo arrombamento da barragem de Taipu verificada há cinco dias.Passada a fase
inicial de perigo, estão sendo feitos levantamentos para se avaliar a extensão
dos prejuízos das plantações, casas e benfeitorias.Informa-se que o canavial,
principal riqueza da região,só não foi
destruído em virtude do seu enraizamento profundo. Segundo dados dos
levantamentos feitos até ontem mesmos nos locais mais atingidos pelas águas não
excederam a setenta por cento, enquanto nas mais bem situados o prejuízo foi de
trinta por cento.
O mesmo não aconteceu com as
plantações de menor porte como bananeiras, cereais, verduras e hortaliças que
sofreram prejuízos totais. Em virtude das enxurradas que levavam tudo à sua
passagem. Houve também inúmeros desabamentos principalmente das casas de
taipa.Pequenos aterros, canais de irrigação e outras benfeitorias ficaram seriamente
danificados.
Apesar
da diminuição das águas a intensidade da enchente continuou invadindo o vale,
embora já se começasse a avistar os pontos mais altos. Contudo um novo problema
estava surgindo, constituído do grande numero de cobras que foram trazidas do
alto sertão para os locais habitados.
Estado
de calamidade no Rio Grande do Norte
Em 8 de julho de
1964 as noticias eram sobre o estado de calamidade no Rio Grande do Norte
ocasionado pelo rigoroso inverno que se verificou naquele ano e que levou
destruição a vários municípios do estado como atesta a matéria da página 9 do referido jornal a matéria dizia que o
governador Aluizio Alves deveria decretar estado de calamidade em virtude da
situação por qual passava o estado devido o intenso inverno verificado naquele
ano de 1964, que segundo o jornal, chovia intensamente há 79 dias:
Para se ter uma
ideia do estado calamitoso transcrevemos a seguir a situação de algumas cidades
do estado, incluindo Taipu.
Nova cruz: [...]
é das piores a situação no município de Nova Cruz ‘totalmente isolado do
Estado’. A cidade está inundada, com mais de 80 casas cercadas pelas águas
[...] a enchente é a maior já ocorrida em Nova Cruz. Pedro Velho: É outra
cidade inundada. Pontes ruíram e não possibilidade de utilização das rodovias e
ferrovias.Canguaretama: A situação é um pouco melhor embora existam 250 pessoas
ao desabrigo.Nísia Floresta:O governo recebeu pedido de envio de vacinas.Taipu:Em
Taipu as ultimas chuvas prejudicaram todo o trabalho de recuperação da barragem
local, que em abril do ano passado ruiu destruindo varias pontes. Também estão
inutilizados os serviços da Rede Ferroviária Federal para restabelecer o
trafego interrompido desde abril de 1963.
Diante de tal situação o governador
decretou o estado de calamidade e aguardava a ajuda do governo federal para
solucionar os efeitos devastadores do rigoroso inverno de 1964.
Na ocasião desse triste acontecimento, tombou heroicamente o Soldado Bombeiro Militar JOÃO BATISTA DE MACEDO, meu tio Joca como era carinhosamente conhecido, foi tragado pelas águas durante salvamento que realizava em seu exercício funcional. Infelizmente não vejo menção honrosa nesta matéria.
ResponderExcluirNão encontrei nos jornais da época menção ao fato aludido razão pela qual não foi citado, posto que não poderia presumir tal ocorrido.
ExcluirDe fato, até onde consegui pesquisar, os jornais da época não noticiaram o falecimento do Soldado Bombeiro Militar João Batista de Macedo.
ExcluirEntão o Sr. Poderia fazer uma visita ao corpo de bombeiros do estado, confirmar o fato e posteriormente agregar a matéria. Grato!
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