quarta-feira, 29 de novembro de 2017

ABALOS EM BAIXA VERDE EM 1950


    Estranhos fenômenos foram registrados em Baixa Verde no ano de 1950, entre eles, 8 tremores de terra em poucas horas. Os abalos estavam enchendo a população de preocupação. Segundo publicado no jornal A Ordem: “Ontem ao meio dia surgiu formidável estrondo, resultando ficarem rachados diversos muros, bem como quebrando telhas de várias residências” (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
    O agente da estrada de ferro Sampaio Correia, Aurélio Soares de Góis, informava que a população de Baixa Verde estava em verdadeiro sobressalto, com mulheres dando ataque na via pública. Ainda segundo o funcionário da EFSC, não era pequeno o numero de pessoas que estavam abandonando a cidade em direção a capital.
      Entre 12h e 13h novos estampidos foram ouvidos, ao total foram 8 abalos ouvidos pela população, sendo o primeiro o de maior intensidade.

Em outras épocas
      Em diversas épocas do ano, antes do inverno, os habitantes ouviam ruídos, como se fossem paredes caindo. Diziam os mais antigos moradores da cidade que já em 1919 os abalos sísmicos eram ouvidos e sentidos em Baixa Verde.

Em Lajes
      Por um longo período os abalos não foram sentidos mais em Baixa Verde, no entanto, o fenômeno passou a ser sentido em Lajes, a época denominada Itaretama. O prefeito de Lajes, comunicou o fato as autoridades em Natal.
     O então governador José Varela, levando a sério os fenômenos sentidos naquela região do estado, entrou em contato com autoridades do assunto para se fazer estudos indispensáveis, a fim de tranquilizar a população de Lajes.Os estampidos e pequenos tremores não foram mais ouvidos pela população, justamente quando o inverno começou a cair naquela região, na qual o fenômeno dos tremores parecia ser ponto de origem.

De volta a Baixa Verde
      Quando tudo estava esquecido pelo povo, eis que os tremores voltaram a serem ouvidos e sentidos em Baixa Verde, na qual volta a população a ter intenso nervosismo perante o fenômeno dos abalos sísmicos.
    Segundo o jornal a Ordem “dezenas de pessoas estão apelando as autoridades competentes, no sentido de tomar as providencias indispensáveis, a fim de que aquele povo volte de novo a paz de espirito” (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
        A população ouviu o primeiro abalo as 11h45, a qual ficou alarmada com o forte estrondo acompanhado de forte tremor de terra causando graves crises nervosas em diversas senhoras. Inúmeras famílias estavam procurando transporte para se retirarem do município. O clima era de sobressalto na cidade.
      Mais de cinco abalos continuaram a serem sentido durante a noite, até o meio dia do outro dia, sendo o ultimo o mais forte sentido durante aquela noite.
       Segundo o funcionário da EFSC Raimundo Fernandes, cerca de 17 famílias saíram da cidade, esperando o trem motriz M-2 que fazia aquela linha as terças, quintas e sábados e esperava-se que mais famílias tomassem o trem com destino a Natal (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).

Continuam os abalos
      Os abalos continuaram a serem sentidos pela população de Baixa Verde. Segundo o jornal a Ordem “os mesmos estrondos continuam sendo ouvidos em número sempre crescente” (A ordem, 13/12/1950, p. 4). Foram registrados nada menos que 10 abalos em Baixa Verde naquele dia, estando grande parte da população abandonando-a, enquanto outras famílias permaneciam no mesmo local sem poderem deixar a cidade propriamente dita, conforme seu desejo.
    Apelava-se as autoridades do estado para que o fenômeno dos abalos sísmicos fosse levado a sério e que junto ao ministério da agricultura fosse se providenciassem a vinda de técnicos para se fazer os estudos que a população julgava indispensável.


Fonte: A ORDEM, 01/12/1950, p. 4; 13/12/1950, p. 4.

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