Estranhos fenômenos foram registrados
em Baixa Verde no ano de 1950, entre eles, 8 tremores de terra em poucas horas.
Os abalos estavam enchendo a população de preocupação. Segundo publicado no
jornal A Ordem: “Ontem ao meio dia surgiu formidável estrondo, resultando
ficarem rachados diversos muros, bem como quebrando telhas de várias
residências” (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
O
agente da estrada de ferro Sampaio Correia, Aurélio Soares de Góis, informava
que a população de Baixa Verde estava em verdadeiro sobressalto, com mulheres
dando ataque na via pública. Ainda segundo o funcionário da EFSC, não era
pequeno o numero de pessoas que estavam abandonando a cidade em direção a
capital.
Entre
12h e 13h novos estampidos foram ouvidos, ao total foram 8 abalos ouvidos pela
população, sendo o primeiro o de maior intensidade.
Em outras épocas
Em
diversas épocas do ano, antes do inverno, os habitantes ouviam ruídos, como se
fossem paredes caindo. Diziam os mais antigos moradores da cidade que já em 1919
os abalos sísmicos eram ouvidos e sentidos em Baixa Verde.
Em Lajes
Por
um longo período os abalos não foram sentidos mais em Baixa Verde, no entanto,
o fenômeno passou a ser sentido em Lajes, a época denominada Itaretama. O
prefeito de Lajes, comunicou o fato as autoridades em Natal.
O
então governador José Varela, levando a sério os fenômenos sentidos naquela
região do estado, entrou em contato com autoridades do assunto para se fazer
estudos indispensáveis, a fim de tranquilizar a população de Lajes.Os
estampidos e pequenos tremores não foram mais ouvidos pela população,
justamente quando o inverno começou a cair naquela região, na qual o fenômeno
dos tremores parecia ser ponto de origem.
De volta a Baixa Verde
Quando
tudo estava esquecido pelo povo, eis que os tremores voltaram a serem ouvidos e
sentidos em Baixa Verde, na qual volta a população a ter intenso nervosismo
perante o fenômeno dos abalos sísmicos.
Segundo
o jornal a Ordem “dezenas de pessoas estão apelando as autoridades competentes,
no sentido de tomar as providencias indispensáveis, a fim de que aquele povo
volte de novo a paz de espirito” (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
A
população ouviu o primeiro abalo as 11h45, a qual ficou alarmada com o forte
estrondo acompanhado de forte tremor de terra causando graves crises nervosas
em diversas senhoras. Inúmeras famílias estavam procurando transporte para se
retirarem do município. O clima era de sobressalto na cidade.
Mais
de cinco abalos continuaram a serem sentido durante a noite, até o meio dia do
outro dia, sendo o ultimo o mais forte sentido durante aquela noite.
Segundo
o funcionário da EFSC Raimundo Fernandes, cerca de 17 famílias saíram da
cidade, esperando o trem motriz M-2 que fazia aquela linha as terças, quintas e
sábados e esperava-se que mais famílias tomassem o trem com destino a Natal (A ORDEM, 01/12/1950, p. 4).
Continuam os abalos
Os
abalos continuaram a serem sentidos pela população de Baixa Verde. Segundo o
jornal a Ordem “os mesmos estrondos continuam sendo ouvidos em número sempre
crescente” (A ordem, 13/12/1950, p. 4). Foram registrados nada menos que 10
abalos em Baixa Verde naquele dia, estando grande parte da população
abandonando-a, enquanto outras famílias permaneciam no mesmo local sem poderem
deixar a cidade propriamente dita, conforme seu desejo.
Apelava-se
as autoridades do estado para que o fenômeno dos abalos sísmicos fosse levado a
sério e que junto ao ministério da agricultura fosse se providenciassem a vinda
de técnicos para se fazer os estudos que a população julgava indispensável.
Fonte:
A ORDEM, 01/12/1950, p. 4; 13/12/1950, p. 4.
Nenhum comentário:
Postar um comentário