quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PRIMEIRAS EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS PARA OS ABALOS SÍSMICOS DE BAIXA VERDE


     Os abalos sísmicos que estavam ocorrendo em na Serra do Torreão em Baixa Verde, não eram inéditos, segundo o jornal a Ordem.
      No município de Surubim, no estado de Pernambuco, na Serra da Pá Virada, havia também estrondos, abalos sísmicos, fendas que eram abertas nos cimos das serras, trincaduras nas paredes dos edifícios. Em São Paulo os mesmos ruídos eram ouvidos e causavam mal-estar na população, mesmo que não fossem abalos sísmicos, a impressão que dava era que fossem de fato tremores de terra, Em Natal, havia o Morro do Estrondo e tal alcunha não tinha por explicação outra gênese.
     Segundo o jornal A Ordem “em Baixa Verde tive a oportunidade de ouvir os ruídos pela madrugada de 16 do corrente e os pouco segundos que duraram, me fizeram mal-estar, a mim como a toda gente. Imagino o que sejam os mais fortes e de maior duração” (A ORDEM, 28/12/ 1950, p. 4 ).
     A hipótese de que um vulcão estaria entrando em erupção na qual espalharia lavas por toda parte, foi imediatamente refutada, pois no Brasil não há vulcões, mesmo que tivessem havido há milênios passados, estariam extintos.
     Os relatos históricos davam conta de registros de abalos sísmicos também na região sul do Brasil com poucos prejuízos materiais.
      As explicações para os abalos em Baixa Verde ainda não haviam sido dadas oficialmente pela Ciência. No entanto, uma possível causa seria que camadas terrestres estavam em desajustes pela infiltração das águas pluviais e o movimento continuo do planeta explicariam os ruídos ou estrondos causados pelas tentativas de reajustamento.
      Os sismos, eram naquela época, classificados em dois grupos: cliptogênicos ou geológicos e dinâmicos externos. Os cliptogênicos são tremores de terra cuja a origem é profunda e cujos abalos se propagam a grandes distâncias. Os dinâmicos externos são devidos principalmente aos deslocamentos das rochas que formas a crosta da terra nas camadas do solo ou do subsolo, mas sempre próxima a superfície.
   Os abalos de Baixa Verde foram classificados aquela época como sendo dinâmicos externos, e até aquele momento considerados inofensivos e de todo inócuos, os quais não deveriam causar pânico na população, pois, “o povo progressista de Baixa Verde tem em Nossa Senhora Mãe dos Homens a mesma Nossa Senhora do Estrondos que há de defende-lo contra todos os perigos e ameaças do futuro” (A ORDEM, 28/12/ 1950, p. 4).




Fonte: A ORDEM, 28/12/ 1950, p. 4.

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