Parece inacreditável, mas a viticultura
começou a ser cultivada em terras potiguares em 1959, quando o Departemento Nacional de Obras Contra as Secas-DNOCS distribuiu as primeiras
mudas de enxertos de videiras para plantio. No vale do Açu e no litoral oriental
foram iniciadas as primeiras experiencias do cultivo de uvas no Rio Grande do Norte.
No
entanto o plantio de uvas no Rio Grande do Norte é atribuído aos portugueses Antônio
de Sá Martins e Roque Dias de Miranda, naturais de Fragoso, Braga, ambos pertencentes
a famílias de viticultores.
Antônio
de Sá Martins começou plantando 150 videiras em seu quintal nos arredores de
Natal em 1956.Em 1957 havia colhido 4 kg de boa uva por pé, com cachos chegando
a pesar 700 gramas ou mais.
Animado
com a experiência, Antônio de Sá Martins comprou uma fazenda no município de
Nísia Floresta em 1958, ali plantou 2.500 enxertos de videiras das variedades Niágara
branca e rosada que foram fornecidas pelo DNOCS. Da variedade Moscatel branca plantou
mais de 50 mudas e 50 da variedade moscatel argentina. Em 1959 o vinhedo já
estava frutificando.
Os
portugueses viticultores esperavam colher 12 mil quilos de uvas. Eles venderam
uvas em Natal ao preço de Cr$ 150 o quilo.
Os
dois sócios compraram um sitio ao lado da lagoa de Extremoz e lá iniciaram o
plantio de 5 mil videiras, também fornecidas pelo DNOCS.
A
seção de fomento agrícola do ministério da agricultura sediada em Natal, não
deu nenhum amparo a iniciativa dos portugueses e até procurou desestimulá-los. Segundo
os agrônomos técnicos da seção de fomento do ministério da agricultura, o Rio
Grande do Norte não teria ecologia para a viticultura.
Contrariando
os “técnicos” do ministério da agricultura plantações de uvas eram verificadas
em Natal, onde o sol reina 300 dias por ano, como na granja do então bispo de
Natal dom Nivaldo Monte, localizado próximo ao aeroporto de Parnamirim[1],
as uvas apresentavam ótimo comportamento e igualmente produção. A expectativa para
colheita da produção era boa para o ano de 1961.Dom Nivaldo Monte estava entusiasmadíssimo e
era grande divulgador das vantagens da viticultura no nordeste.
Fonte: O Observador Econômico e Financeiro, 1959, p. 49-50.
[1] Granja
essa atualmente é o seminário menor de São Pedro situado as margens da BR 101
no bairro de Emaús em Parnamirim.
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