A estação ferroviária de Itapassaroca
estava localizada no km 49 da Linha tronco da EFCRN[1].
Itapassaroca é um distrito do município de Ceará-Mirim, era a estação imediatamente
após a cidade de Ceará-Mirim no sentido oeste da ferrovia. O distrito de
Itapassaroca é banhado pelo rio Ceará-Mirim onde a linha em certos pontos margeava
esse rio de onde se contemplava a planície do vale fértil do rio Ceará-Mirim.
A
estação foi inaugurada a 15 de novembro de 1906.As 14h partiu um trem especial
da capital conduzindo as autoridades e demais convidados para a solenidade,
regressando a noite. A abertura do tráfego ocorreu no dia 20. Segundo constou no
jornal Diário de Pernambuco sobre a inauguração da estação de Itapassaroca
lemos o seguinte:“Foi
inaugurada solenemente a estação de Itapassaroca na Estrada de Ferro Central, 7
km além de Ceará-Mirim. Falaram o engenheiro José Luiz, saudando o sr. Lauro
Muller, o senador Pedro Velho brindando a Rodrigues Alves e a comissão
construtora” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 01/12/1906, p.1). O trecho em trafego
naquela época era de 45 km.
Em
1922 foi construída uma instalação de dois compartimentos e uma casa na estação para o agente em Itapassaroca (RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E
OBRAS PÚBLICAS, 1922, p.144).
Em
01/05/1963, a delegacia de Natal da Rede Ferroviária do nordeste anunciou que a
partir daquela data as estações de São José, Baldum e Itapassaroca seriam
fechadas passando a funcionar somente como paradas (DIÁRIO DE NATAL, 1963, p.2).
A
estação de Itapassaroca foi demolida no final da década de 1970.Não encontramos
nenhuma imagem da estação ou do que restou da estação de Itapassaroca.
Ainda sobre Itapassaroca
A
capela de Itapassaroca já é citada em 1896. Já em 1929 havia uma escola denominada Auta de Souza em
Itapassaroca (MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE DO NORTE PARA ASSEMBLEIA, 1896, p. 85; 1929, p.42).
Curiosidade
sobre Itapassaroca é que os irmãos Osório Farias e Jacinto Farias iniciaram em 1918
a plantação de eucaliptos no Rio Grande do Norte nas várzeas do rio Ceará-Mirim
que banhavam o distrito de Itapassaroca. Em 1925 já haviam sido plantadas 80 arvores
desta espécie (COMÉRCIO DO PARANÁ, 1925, p.2).
Em
1924 ocorreu uma grande inundação no distrito de Itapassaroca em decorrência das
enchentes do rio Ceará-Mirim, causando grandes prejuízos a agricultura e
segundo o jornal do Recife “a povoação de Itapassaroca as margens da linha férrea
central ficou completamente inundada” (JORNAL DO RECIFE, 1924, p.1). O governo
enviou embarcações da polícia marítima para socorrer as vítimas, ainda segundo
o mesmo jornal, os prejuízos materiais naquela enchente foram totais. A enchente
ocasionou a paralisação do trafego da EFCRN.
Com
o mesmo teor, o fato ocorrido em Itapassaroca foi citado em outros jornais como
O Paíz, O Jornal e Gazeta de Notícias, todos do Rio de Janeiro.
Segundo
consta na Revista Excelsor Itapassaroca era um importante centro de lavra de
algodão e criação de gado (EXCELSOR, 1929, p. 66).
Referências
COMÉRCIO DO PARANÁ, 1925.
DIÁRIO DE NATAL, 1963.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1906.
EXCELSOR, 1929.
JORNAL DO RECIFE, 1924.
MENSAGENS DO GOVERNADOR DO RIO GRANDE
DO NORTE PARA ASSEMBLEIA, 1896; 1929.
RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA VIAÇÃO E
OBRAS PÚBLICAS, 1922.
[1] Estrada
de Ferro Central do Rio Grande do Norte (1906-1957), Estrada de Ferro Sampaio
Correia (1950-1957); Rede Ferroviária do Nordeste (1957-1975) ; RFFSA
(1975-1997).
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