Segundo se lia no Diário de
Pernambuco, o Dr. Manoel Leitão, superintendente da GWBR, esteve em João Pessoa
para tratar da construção da nova estação ferroviária da capital paraibana “ em
primeiro lugar quero deixar patente meu contentamento em informar que vai ser
satisfeita uma velha aspiração
paraibana, que é a construção, nesta capital, da nova estação da Great
Western” (DIÁRIO DE
PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5) disse o superintendente da GWBR.A construção da
nova estação estava dentro de um grande plano de obras da GWBR na Paraíba.
Nesse plano seriam realizados a renovação das linhas existentes na Paraíba,
adoção de novos lastramentos, refazer obras de artes “procurando assim,
adaptar-se as exigências do progresso crescente do estado” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,
31/12/1940, p. 5).
Uma
das grandes obras era a ponte do Cobé, o qual resolveria as dificuldades de
transporte surgidas em anos de invernos bons, quando o trafego ferroviário para
o interior era prejudicado em virtude das cheias do rio Paraíba. A ponte seria
concluída em março do ano próximo. A ponte do Cobé tem uma extensão de 250
metros.
Seriam
ainda realizados serviços de reconstrução em 18 pontes tanto na linha para
Natal como na de Cabedelo, onde as locomotivas mais pesadas, que só podiam
trafegar pelo ramal entre Recife e Campina Grande poderiam também trafegar em
Cabedelo. Seriam ainda realizados o lastramento das linhas João Pessoa-Cabedelo
e Itabaiana-Pilar.
A nova estação de João Pessoa
Um
dos pontos altos desse plano de obras na Paraíba realizados pela GWBR era a
construção da nova estação de João Pessoa, tendo sido uma ação do então
interventor federal na Paraíba Ruy Carneiro que em entendimento com o ministro
da viação conseguiu esse empreendimento.
Desde
1922 se cogitava a construção de uma nova estação na capital paraibana, porém,
o projeto fora interrompido mediante causas de ordens técnicas e burocráticas.
Para
o superintende da GWBR o fato era que “João Pessoa continuava apresentando o
feio contraste que é a atual estação, dentro dos seus modernos aspectos
urbanos, enquanto o comércio paraibano experimentava prejuízos com a falta de
acomodações oferecidas pelo velho edifico da Great Western” (DIÁRIO DE
PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5). Várias hipóteses foram estudadas para a solução
do caso, como a remodelação do edifício atual, tendo sido optado pela
construção de uma nova estação “dotadas de instalações adequadas ao grande
movimento de transporte de carga e passageiros confluindo esta capital e para
seu porto” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5).
O
novo edifício seria construído em linha neoclássica e custaria a GWBR cerca de
mil contos de réis conforme disse o superintendente da GWBR Manoel Leão. A
construção do novo edifício da estação de João Pessoa seria erguida em
conformidade com o plano de urbanização da capital paraibana “tanto quanto
possível obedecendo ao sistema Nestor de Figueiredo” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,
31/12/1940, p. 5).
A
nova estação ficaria localizada no extremo do prolongamento da rua Barão do
Triunfo, nas imediações da antiga Casas Vergara, justamente onde havia um
capinzal do velho porto fluvial de João Pessoa.
Em
visita ao local, o interventor Ruy Carneiro e em companhia do superintendente
da GWBR determinou que a locação da quadra para o início das obras no próximo
mês, tão logo fosse finalizado o projeto feito pelos engenheiros da GWBR “dessa
grande obra bem digna da cidade e dos paraibano (DIÁRIO DE PERNAMBUCO,
31/12/1940, p. 5). A estação atual seria assim demolida.
Fonte: Diário de Pernambuco,
31/12/1940, p. 5.
A estação antiga e a nova de João Pessoa-PB
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