sexta-feira, 17 de novembro de 2017

SOBRE A NOVA ESTAÇÃO DE JOÃO PESSOA E OUTRAS OBRAS DA GWBR NA PARAIBA


    Segundo se lia no Diário de Pernambuco, o Dr. Manoel Leitão, superintendente da GWBR, esteve em João Pessoa para tratar da construção da nova estação ferroviária da capital paraibana “ em primeiro lugar quero deixar patente meu contentamento em informar que vai ser satisfeita uma velha aspiração  paraibana, que é a construção, nesta capital, da nova estação da Great Western” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5) disse o superintendente da GWBR.A construção da nova estação estava dentro de um grande plano de obras da GWBR na Paraíba. Nesse plano seriam realizados a renovação das linhas existentes na Paraíba, adoção de novos lastramentos, refazer obras de artes “procurando assim, adaptar-se as exigências do progresso crescente do estado” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5).
     Uma das grandes obras era a ponte do Cobé, o qual resolveria as dificuldades de transporte surgidas em anos de invernos bons, quando o trafego ferroviário para o interior era prejudicado em virtude das cheias do rio Paraíba. A ponte seria concluída em março do ano próximo. A ponte do Cobé tem uma extensão de 250 metros.
         Seriam ainda realizados serviços de reconstrução em 18 pontes tanto na linha para Natal como na de Cabedelo, onde as locomotivas mais pesadas, que só podiam trafegar pelo ramal entre Recife e Campina Grande poderiam também trafegar em Cabedelo. Seriam ainda realizados o lastramento das linhas João Pessoa-Cabedelo e Itabaiana-Pilar.

A nova estação de João Pessoa
        Um dos pontos altos desse plano de obras na Paraíba realizados pela GWBR era a construção da nova estação de João Pessoa, tendo sido uma ação do então interventor federal na Paraíba Ruy Carneiro que em entendimento com o ministro da viação conseguiu esse empreendimento.
         Desde 1922 se cogitava a construção de uma nova estação na capital paraibana, porém, o projeto fora interrompido mediante causas de ordens técnicas e burocráticas.
        Para o superintende da GWBR o fato era que “João Pessoa continuava apresentando o feio contraste que é a atual estação, dentro dos seus modernos aspectos urbanos, enquanto o comércio paraibano experimentava prejuízos com a falta de acomodações oferecidas pelo velho edifico da Great Western” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5). Várias hipóteses foram estudadas para a solução do caso, como a remodelação do edifício atual, tendo sido optado pela construção de uma nova estação “dotadas de instalações adequadas ao grande movimento de transporte de carga e passageiros confluindo esta capital e para seu porto” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5).
        O novo edifício seria construído em linha neoclássica e custaria a GWBR cerca de mil contos de réis conforme disse o superintendente da GWBR Manoel Leão. A construção do novo edifício da estação de João Pessoa seria erguida em conformidade com o plano de urbanização da capital paraibana “tanto quanto possível obedecendo ao sistema Nestor de Figueiredo” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5).
      A nova estação ficaria localizada no extremo do prolongamento da rua Barão do Triunfo, nas imediações da antiga Casas Vergara, justamente onde havia um capinzal do velho porto fluvial de João Pessoa.
    Em visita ao local, o interventor Ruy Carneiro e em companhia do superintendente da GWBR determinou que a locação da quadra para o início das obras no próximo mês, tão logo fosse finalizado o projeto feito pelos engenheiros da GWBR “dessa grande obra bem digna da cidade e dos paraibano (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 31/12/1940, p. 5). A estação atual seria assim demolida.


Fonte: Diário de Pernambuco, 31/12/1940, p. 5.


                   A estação antiga e a nova de João Pessoa-PB

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